Com avanços, categoria encerra greve; luta continua

A força, a valentia e a união do magistério público do Distrito Federal fizeram com que a categoria avançasse em sua pauta de reivindicações mesmo num cenário de tamanhas adversidades. Diante dessa avaliação, a assembleia geral desta quarta-feira (25) decidiu pelo fim da greve iniciada em 2 de junho, com a manutenção do estado de mobilização. A decisão foi tomada em aceitação à proposta apresentada pelo GDF à comissão de negociação na última segunda-feira (23).

Os 24 dias de greve de professoras, professores, orientadoras e orientadores educacionais fizeram com que o GDF, que não aceitava negociar, negociasse; que não queria efetuar nomeações nem realizar concurso público, firmasse esse compromisso; que não queria mexer na estrutura da carreira, aceitasse a reivindicação da categoria de dobrar os percentuais de titulação. Além disso, a mobilização conseguiu arrancar do governo mais um direito para os profissionais em contrato temporário: a partir do próximo chamamento, está garantido o direito a atestado de acompanhamento de cônjuge ou dependente em consulta de saúde ou exames.

Ainda segundo o compromisso assumido pelo governo, os grevistas terão o pagamento integral dos dias descontados, por meio de folha suplementar. A reposição das aulas se dará até o final de julho, ficando o recesso entre semestres para a primeira semana de agosto. Veja, no final desta matéria, o resumo da proposta do governo aceita pela categoria.

O efeito dos novos percentuais de titulação na tabela salarial (10% para especialistas, 20% para mestres e 30% para doutores) começa em janeiro de 2026. Essa era uma das reivindicações centrais da luta pela reestruturação da carreira. E a luta não para: segundo o acordo, fica estabelecida uma mesa de negociação permanente para avançar nos demais tópicos da reestruturação.

Uma novidade importante foi conquistada por este movimento de greve. O acordo que suspendeu a paralisação foi homologado junto ao Tribunal de Justiça do DF, tornando-se título judicial, ou seja, com força de lei: deve ser cumprido. A mesa de negociação também segue com a mediação do TJ.

“A greve mostrou, mais uma vez, a coragem e a disposição de luta desta categoria”, destacou Márcia Gilda, diretora do Sinpro. “O GDF judicializou o movimento desde o início, ameaçou a categoria de corte de ponto, recusou-se a negociar. Mas nossa força e nossa determinação fizeram com que ele recuasse da posição do não diálogo, para que hoje pudéssemos sair com avanços na pauta que apresentamos. A greve se encerra mas a luta continua!”, pontuou ela.

Ao final da assembleia, foi aprovado um calendário de mobilização visando ao acompanhamento do cumprimento do acordo e para aprofundar os debates e as ações pela restruturação da carreira.

 

Em assembleia geral, categoria põe fim à greve de 24 dias. Foto: Deva Garcia.

 

Itens do acordo firmado para o fim da greve

– Envio pelo GDF à CLDF do projeto de lei referente à progressão horizontal, dobrando percentuais de titulação, que passam a ser: 10% para especialistas, 20% para mestres e 30% para doutores;

– Pelo menos 3 mil nomeações até dezembro/2025;

– Prorrogação do concurso que venceria em 27/07/2025;

– Realização de novo concurso público para o magistério, com previsão de publicação do edital no primeiro semestre de 2026;

– Direito a atestado de acompanhamento de cônjuge ou dependente em consulta de saúde ou exames para profissionais em regime de contratação temporária;

– Pagamento integral dos dias descontados, com folha suplementar lançada na mesma data ou um dia após o pagamento de julho;

– Recomposição do calendário escolar com reposição das aulas ainda no primeiro semestre, e recesso na primeira semana de agosto;

– Estabelecimento de mesa permanente de negociação para discutir a reestruturação da carreira;

– Compromisso firmado com a mediação do TJDFT e homologado junto ao tribunal, tornando-se título judicial (com força de lei).

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Movimento Orgulho Autista Brasil apoia a greve da educação

O Movimento Orgulho Autista Brasil-MOAB publicou em seu instagram nota de apoio à greve da educação do DF. Na nota, divulgada nesta terça-feira (24/6), o grupo demonstra preocupação com a intransigência do GDF em não negociar com a categoria, e se solidariza com as reivindicações de professores(as) e orientadores(as) educacionais. A nota é assinada elo presidente do MOAB, Edilson Barbosa, a vice-presidente Viviani Guimarães e por Marcia Pereira, Professora e diretora de Ensino do MOAB.
O texto afirma que “a valorização de professores e orientadores é fundamental para que estudantes autistas tenham acesso a um ensino de qualidade, com acolhimento, adaptações e respeito às suas singularidades. A luta por salários dignos e melhores condições de trabalho é também uma luta pela inclusão efetiva de nossos estudantes.”
O Moab é mais uma entidade a expressar seu apoio ao movimento paredista do magistério do DF, que vem obtendo amplo apoio da sociedade.

Categoria realiza assembleia geral nesta quarta (25)

Professores(as) e orientadores(as) educacionais se reunirão novamente em assembleia geral nesta quarta-feira (25/6), às 9h, no estacionamento da Funarte. Em greve desde o dia 2 de junho, a categoria avaliará as ações do movimento paredista até agora e definirá os próximos passos.

A greve tem recebido apoio de entidades sindicais, lideranças políticas e organizações da sociedade civil. A mobilização e a legitimidade do movimento grevista abriram caminho para negociação com o governador do DF, Ibaneis Rocha.

Nesta segunda (23/6), o chefe do Executivo se reuniu com a Comissão de Negociação do Sinpro. O encontro foi anunciado na própria segunda, após o deputado distrital Chico Vigilante participar de reunião com Ibaneis. Até o fechamento desta matéria, a reunião entre o governador e a Comissão de Negociação do Sinpro ainda não havia sido finalizada.

Arrecadação de agasalho
A assembleia desta quarta-feira (25/6) será também local de doação de agasalhos. A iniciativa integra a campanha Doação que aquece a luta, realizada pelo Sinpro-DF.

Casacos, blusas de frio, luvas, gorros, meias de qualquer tamanho poderão ser depositadas em uma caixa grande próxima ao local onde são retirados os cartões de votação.

 

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Assembleia geral desta quarta (25) será ponto para doação de agasalho

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Matéria publicada originalmente no dia 23 de junho de 2025

Sinpro lança campanha de filiação para fortalecer a luta do magistério

A greve da educação deixou claro que, sem organização sindical, professores(as) e orientadores(as) educacionais ficam completamente desprotegidos e não têm condições de lutar por valorização ou qualquer outro direito. Por isso, o Sinpro traz, com força total, a campanha Sindicato forte, magistério valorizado. Filie-se ao Sinpro-DF!

Um sindicato forte e representativo só existe com uma base ampla e participativa. Por isso, o Sinpro convida toda a categoria do magistério, efetivos e substitutos, ativos e aposentados, a sindicalizar-se. O principal objetivo é somar forças na luta coletiva em defesa da educação pública e da campanha salarial.

Filie-se

 

 

O Sinpro é uma entidade forte e representativa no Distrito Federal porque é construída pela base. Filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), tem o perfil de sindicato autônomo, independente, democrático, com foco na luta dos(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais que acreditam na defesa de uma educação pública, gratuita, inclusiva, democrática, laica e de qualidade socialmente referenciada.

A luta por melhores condições de trabalho e valorização salarial é inseparável da luta por esse ideal de educação pública de qualidade. É esse entendimento que leva o Sinpro a atuar, incessantemente, na defesa dos interesses e direitos da categoria. Por isso, a nossa força vem da unidade, união, mobilização e participação de todas e todos.

A sindicalização de cada professor(a) e orientador(a) educacional é fundamental para assegurar negociações bem-sucedidas e novas conquistas, bem como para enfrentar os desafios da profissão. Quanto maior a representatividade do sindicato, mais força e impacto nas decisões que afetam o magistério público do Distrito Federal, o que resulta em benefícios para a vida pessoal dos(as) profissionais da educação.

Filie-se ao Sinpro-DF e faça parte de um sindicato forte, que atua com transparência, independência, autonomia, compromisso e dedicação. Sua participação fortalece a luta!

 

Filie-se

 

Filiar-se para

> > Fortalecer as lutas da categoria, como a greve atual, aumentando a pressão por salários justos, direitos e valorização profissional.

>> Reforçar a luta por condições de trabalho dignas.

>> Assegurar voz ativa nas negociações e reivindicações da categoria.

>> Ter acesso a suporte jurídico e a outros benefícios exclusivos para sindicalizados.

>> Construir, coletivamente, um sindicato forte e representativo.

E muito mais!

 

O Sinpro se importa com você

>> O sindicato defende os interesses profissionais e os direitos da cidadania de cada professor(a) e orientador(a) educacional.

>> O Sinpro atua além das questões da profissão, cuidando também da condição social de cada trabalhador(a) da educação enquanto cidadãos.

>> O Sinpro oferece apoio e orientação diante de situações complexas que podem comprometer a defesa individual de cada profissional.

>> O Sinpro evita que o(a) trabalhador(a) da educação fique isolado(a) e vulnerável, especialmente em conflitos ou negociações.

> O Sinpro fortalece a união e a solidariedade entre a categoria, promovendo o senso de coletividade e responsabilidade mútua.

> O Sinpro é um instrumento essencial de luta e de organização da classe trabalhadora.

>> O Sinpro contribui para o fortalecimento da sociedade na defesa dos direitos trabalhistas e constitucionais.

E muito mais!

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Matéria publicada originalmente no dia 12 de junho de 2025

Todas e todos às assembleias regionais nesta terça (24/6)

Nesta terça-feira (24/6), professores(as) e orientadores(as) educacionais em greve realizarão assembleias regionais às 10h. Nos encontros, a categoria avaliará as propostas apresentadas pelo GDF em reunião com a Comissão de Negociação do Sinpro nesta segunda-feira (23/6).

Confira a seguir os locais das assembleias regionais. Todas elas serão realizadas às 10h. Participe!

 

Brazlândia – CEM 01
Ceilândia – CEF 20
Gama – CEM 01 (CG)
Guará – CED 03 (Centrão)
Núcleo Bandeirante – CEMUB
Paranoá – CEF 01
Planaltina – CEF 02 (Paroquial)
Plano Piloto – Sede Sinpro (SIG)
Recanto das Emas – CEF 101
Samambaia – CEM 304
Santa Maria – CEE 01
São Sebastião – Caic Unesco
Sobradinho – CEM 01
Taguatinga – CEMAB

Assembleia geral desta quarta (25) será ponto para doação de agasalho

A luta da categoria do magistério público vai além da valorização de professores(as) e orientadores(as) educacionais: é uma ação por justiça social. Por isso, o Sinpro lança a campanha de arrecadação de agasalho “Doação que aquece a luta”. O local de coleta será na assembleia geral desta quarta-feira (25), às 9h, no estacionamento da Funarte.

“A realidade da população é vista no dia a dia das escolas. A gente vê e vive a vulnerabilidade social da população. Nós, do magistério, lutamos por uma educação pública de qualidade por entendermos que esse caminho é o mais certeiro para que haja oportunidades de um futuro melhor. Mas há uma série de outras questões que não podem esperar, e embora seja um dever do Estado promover condições de vida digna às pessoas, devemos ser solidários”, explica a diretora do Sinpro Márcia Gilda.

A campanha Doação que aquece a luta receberá todos os tipos de agasalho, de qualquer tamanho, além de cobertores, gorros, luvas de frio, calças. Qualquer doação será muito bem-vinda.

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Categoria realiza assembleia geral nesta quarta (25)

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Educação Faz Pressão | Deputado que defende o povo apoia a greve da educação!

A legitimidade e a força da greve da educação trouxeram apoios fundamentais, desde parlamentares das diferentes casas até lideranças de movimentos sociais e sindicais, passando por setores do Poder Judiciário.

Agora é um momento central para o movimento paredista! Depois do estabelecimento de mediação do Tribunal de Justiça do DF (TJDFT) – algo inédito e decisivo para que acontecesse a primeira reunião entre governo e comissão de negociação -, o deputado distrital Chico Vigilante (PT) será recebido pelo governador Ibaneis Rocha nesta segunda-feira (23) para tratar de temas referentes à greve.

Iniciada em 2 de junho, a greve da educação tem crescido a cada dia. Diversos deputados e deputadas já declararam seu apoio, mas é preciso mais! Afinal, deputado que defende o povo apoia a greve da educação.

Para que o movimento chegue ainda mais forte à segunda-feira, data da reunião entre Ibaneis e o deputado Chico Vigilante, é fundamental que mais deputados manifestem seu apoio. E você pode ajudar!

Envie mensagens através da plataforma Educação Faz Pressão (botão abaixo), marque deputados e deputadas nas redes sociais e peça apoio!

EDUCAÇÃO FAZ PRESSÃO

Os apoios reunidos até agora são resultado da mobilização da categoria, que segue unida e forte para conquistar os avanços necessários à defesa da escola pública!

 

 

Próxima assembleia

A categoria realiza nova assembleia geral na próxima terça-feira (24), às 9h, no estacionamento da Funarte. Fique atento ou atenta, pois pode haver alteração da data.

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Guia para participação na greve

A greve é direito de toda a classe trabalhadora. No magistério público, todos(as) os profissionais da educação têm direito a aderir ao movimento, seja efetivo(a), em estágio probatório ou contrato temporário; da ativa ou aposentado(a). Também não importa o local que o(a) professor(as) ou o(a) orientador(a) educacional atua: o direito de greve está garantido.

O Sinpro elaborou um guia para orientar a participação na greve, com o objetivo de esclarecer as principais dúvidas sobre o movimento paredista. O material explica, entre outros pontos, quem tem direito à greve, como agir diante de represálias e se a adesão ao movimento pode ser considerada falta injustificada. A iniciativa busca fortalecer a categoria, garantindo que todos tenham acesso a informações claras durante a mobilização.

Quanto maior for a união e a mobilização da categoria durante a greve, maior será o poder de pressão sobre o GDF – e mais rápido será o avanço nas negociações.

A verdade tem que ser dita

A greve é direito constitucional de toda a classe trabalhadora. Ainda que em estágio probatório ou em regime de contratação temporária, o(a) professor e o(a) orientador(a) educacional têm esse direito assegurado. Isso é decisão do Supremo Tribunal Federal.

✅ Há décadas, a reposição dos dias parados é negociada com o governo em exercício ao final da greve. A ameaça de corte de ponto pelo governador Ibaneis é mais uma prova de seu autoritarismo e traz flagrante desrespeito a um avanço que dialoga com a democracia. Reafirmamos: a discussão sobre os dias parados é condição essencial para qualquer acordo que ponha fim à greve.

✅ A adesão à greve não pode ser caracterizada como falta injustificada. Isso vale para todos e todas, inclusive quem está em regime de contratação temporária ou em estágio probatório. O que reprova no estágio probatório são faltas injustificadas, e greve não se enquadra nisso. O mesmo se aplica aos abonos (5 por ano). Ninguém deve perder esse direito por aderir à greve.

Não importa o local de atuação do(a) professor(a) ou do(a) orientador(a) educacional. Seja em unidade escolar, na sede, em regional de ensino, você tem direito a aderir à greve. A forma de reposição será no acordo de fim de greve.

Represálias são ilegais e irregulares, além de serem passíveis de punição. As relações trabalhistas são regidas pelo princípio da impessoalidade. Logo, perseguições pessoais não se justificam nem se sustentam. Se ameaças se tornarem reais, procure o Sinpro.

✅ Quanto maior a adesão à greve, mais rápido alcançaremos nossas reivindicações e mais forte será o processo de negociação. Por isso, sua participação é fundamental para fortalecer a luta coletiva. O Sinpro é sua força e sua voz.

Por que a greve não é abusiva?

 GDF não regularizou o repasse da contribuição previdenciária ao INSS – Essa negligência do GDF tira de 16 mil pessoas o direito a auxílio-maternidade, auxílio-saúde, aposentadoria e todos os direitos vinculados ao INSS.

GDF não nomeia aprovados – Diversos professores(as) que trabalham em regime de contrato temporário, com direitos precarizados, também prestaram concurso para o magistério em 2022, foram aprovados(as), mas ainda aguardam nomeação. Este é outro ponto do acordo de greve de 2023, que vem sendo ignorado pelo governo Ibaneis desde então.

GDF não valoriza a categoria – Embora venha sendo discutida desde 2022 o governo Ibaneis-Celina não atendeu a nenhum ponto da reestruturação da carreira do magistério. Hoje, a categoria ocupa o 29º lugar no ranking salarial entre as 30 carreiras de nível superior do GDF. Portanto, exigir mudanças estruturais que impactam na tabela salarial, além do reajuste de 19,8% rumo à Meta 17 do PDE é mais que legítimo.

GDF nega o direito de acompanhar filhos em consultas – Este era um dos pontos do acordo de greve de 2023, que beneficiava diretamente os contratos temporários e vem sendo ignorado pelo governo Ibaneis desde então.

 

Se o governo viola direitos, nossa resposta é GREVE!

Manual do e da grevista 

1 – Compareça e se some a todas as deliberações da assembleia geral da categoria;

2 – Mantenha-se informado(a) sempre pelos meios de comunicação do Sinpro. Muitas vezes, as notícias da imprensa comum são distorcidas;

3 – Compareça às manifestações da categoria, nas ruas e nas redes;

4 – Participe dos piquetes, das ações nas feiras, nos atos e demais atividades que fortalecem a greve;

5 – Trate com respeito aquele que não aderir à greve. Contudo, tente convencê-lo a participar, argumentando sobre a importância do atendimento das reivindicações. Nossa força está em nossa união e lembrar que todas as nossas conquistas só foram possíveis com a nossa luta organizada;

6 – Siga as orientações do comando de greve;

7- Conheça a pauta de reivindicações aprovada pela categoria;

8 – Não se intimide com as pressões e ameaças do GDF e não acredite em boatos. Busque sempre informações seguras e oficiais pelos canais oficiais do Sinpro. Participar das mobilizações organizadas pelo sindicato é melhor forma de evitar a propagação de Fake News. A desinformação também é uma forma de ataque à nossa luta.

9 – As assembleias são espaços de construção e troca, onde diferentes ideias e propostas enriquecem o debate. Mesmo que você não concorde com tudo, o respeito é fundamental.
Ao final, as decisões serão sempre tomadas pela maioria.

10 – Converse com amigos, responsáveis pelos estudantes parentes, vizinhos, e, inclusive, com os próprios alunos sobre os motivos da greve. Esclareça a todos a legitimidade das nossas reivindicações.

 

Edição: Vanessa Galassi

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Inspeção do TCDF comprova legitimidade da greve da educação

Inspeção realizada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) em 17 unidades de ensino de 6 CREs, que atendem a 11 mil estudantes, aponta uma série de irregularidades de infraestrutura dos prédios. A auditoria, que investigou especificamente questões relacionadas a água, esgoto e infraestrutura escolar, constatou falhas como problemas em bebedouros, descargas quebradas ou ausentes, falta de manutenção em caixas d’água e problemas na coleta de esgoto.

A falta de infraestrutura, bem como de condições mínimas de trabalho, são alguns dos motivos da greve da Educação, que pede muito mais do que recomposição salarial.

As escolas já haviam sido vistoriadas em 2023, e pouco mais de 30% dos problemas apontados há dois anos foram sanados. A omissão de Ibaneis, Celina e Hélvia, os inimigos da educação, foi ressaltada pelo trabalho do Tribunal de Contas do Distrito Federal.

A auditoria do TCDF constatou que quase metade das escolas não tinham água potável disponível no momento da inspeção (47%). Em uma delas, o certificado de potabilidade atestava que a água era insatisfatória para consumo e, na EC 50 de Ceilândia, a caixa d’água estava há mais de seis meses sem passar por limpeza por conta de problemas estruturais.

A Escola Classe 59 de Ceilândia foi classificada como a unidade em situação mais precária de toda a amostra. Foram encontrados banheiros sem forro e sem energia elétrica, mictórios inutilizáveis, salas com infiltrações e estruturas em estado avançado de deterioração.

A visita às escolas foi realizada nos dias 4 de junho (CED 123 Samambaia sul; CEF 301 Recanto das Emas; CEF 415 Samambaia Sul e JI 01 Riacho Fundo II), 6 de junho (CED Dona América Guimarães, EC Núcleo Rural Córrego do Atoleiro e EC Coperbrás, todas em Planaltina) e na última segunda-feira, 16, quando foram visitados o CED Dona América Guimarães (Planaltina), EC Kanegae (Riacho Fundo) e, em Ceilândia, as Escolas Classe 50 e 59, esta última visitada pelo presidente do TCDF, conselheiro Manoel de Andrade.

Presidente do TCDF, Manoel de Andrade, chega à EC 59 de Ceilândia para inspeção do local

Obras fora do PDAF

De acordo com o presidente do TCDF, o Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF) não seria adequado para cobrir o custo das reformas necessárias, uma vez que essa verba é para pequenos reparos, e comparou: “Não dá pra fazer remendo em roupa velha”.

 

Descaso reincidente

As escolas visitadas pelo TCDF não foram escolhidas ao acaso. Elas já haviam sido vistoriadas pelo próprio tribunal em 2023, e suas situações eram apontadas como críticas. Só 32,6% das falhas antigas foram resolvidas – e são questões relacionadas à segurança, como instalação de câmeras e regularização de extintores. Os problemas básicos, como acesso à água potável e manutenção de banheiros, continuam.

Na Escola Classe 59, o conselheiro do TCDF observou que a própria direção da escola está preocupada com a situação e quer a melhora das instalações da unidade.

 

Força Tarefa do Ministério Público

Segundo levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público, mais de 647 mil estudantes de escolas públicas em todo o país não têm acesso à água potável. No DF, a auditoria de 2023 já havia apontado que 12 escolas não possuíam certificado de potabilidade da água e diversas apresentavam deficiências graves de infraestrutura sanitária.

Se o escopo da vistoria fosse mais abrangente e analisasse também questões didático-pedagógicas, nenhuma escola do DF seria aprovada. “A superlotação de turmas é um problema que só se agrava ano após ano. Ibaneis e Celina priorizaram viadutos em detrimento da construção de novas unidades escolares”, lembra a diretora do Sinpro Márcia Gilda.

A vistoria do TCDF faz parte do projeto nacional Sede de Aprender, coordenado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). A iniciativa mobiliza tribunais de contas e MPs em todo o país para fiscalizar especificamente o acesso a água potável, saneamento básico e infraestrutura escolar. No Distrito Federal, a atuação teve como foco 19 escolas previamente apontadas como críticas em auditoria realizada pela Corte em 2023. O TCDF fiscalizou 17 e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) visitou duas.

Além do TCDF, também a Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) vem cobrando da Secretaria de Educação estratégias para a redução do alto contingente de profissionais em regime de contrato temporário.

 

Sanções previstas

De acordo com o presidente do TCDF, conselheiro Manoel de Andrade, o tribunal estabelece metas e cobra o estado, e volta a visitar as escolas. Caso as metas não sejam cumpridas, as sanções vão desde a aprovação das contas do GDF com ressalvas até a restrição das contas do governo. Também não foi descartada a possibilidade de interdição das unidades escolares, nos casos mais graves.

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Fenajufe repudia fala de Ibaneis sobre greve da educação

A Federação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) publicou uma dura nota de repúdio à fala do governador Ibaneis Rocha a respeito da greve dos professores.

A nota da Fenajufe afirma que “a declaração do mandatário do GDF evidencia abuso de poder, despreparo com a gestão pública e fere o direito de greve garantido pela Constituição, ao menosprezar as reivindicações legítimas da categoria.”

O texto prossegue demonstrando que a declaração de Ibaneis são um desrespeito à classe trabalhadora e que “Ignorar suas demandas e desqualificá-los publicamente é uma afronta aos profissionais e à sociedade, que reconhece a dedicação e o compromisso desses profissionais com a educação de qualidade e a arte de ensinar.”

Na última quarta-feira (11), o governador disse que vai manter o corte de ponto dos profissionais em greve e que “vai ver quantos dias eles vão aguentar”, reafirmando, em total desprezo pelas reinvindicações, que “reajuste salarial, só no próximo ano”.

A nota da Fenajufe é mais uma demonstração do apoio unânime da sociedade brasiliense ao movimento paredista do magistério.

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