Greve nacional no Paraguai: CNTE se solidariza com educadores do país

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A paralisação nacional do setor educacional paraguaio nestes dias 18 e 19 de agosto, conduzida pelos grêmios docentes vinculados em sua maioria à Organización de Trabajadores de la Educación del Paraguay – Sindicato Nacional (OTEP-SN) e à Unión Nacional de Educadores – Sindicato Nacional (UNE-SN), é um esforço de denúncia contra a falta de investimentos públicos na educação do país comandado pelo Presidente Santiago Peña. A lei orçamentária apresentada para o ano de 2026 persiste na direção da escassez de verbas para o setor, como a ausência de contrapartida do Governo no aporte dos recursos para a aposentadoria dos educadores e para investimento na carreira docente do país.

A insistência nas receitas de cunho neoliberal, implementadas pelo atual presidente conservador do país, não tem como prosperar. E o seu campo de aliados comprometidos historicamente com a corrupção sistêmica do Paraguai, fato explicitado logo após a sua vitória eleitoral em 2023, deixa evidente a todos que a juventude de idade do atual mandatário do país não vem junto com práticas de renovação da sua cultura política.

Os trabalhadores em educação do país exigem de forma legítima e justa mudanças e avanços nas políticas educacionais do seu país, como infraestrutura escolas nas suas unidades de ensino, formação e capacitação para uma educação inclusiva e para todos, além do cumprimento do piso salarial profissional da categoria. A realidade educacional do país, com tantos déficits, se impõe sobre as palavras vazias do Presidente Peña, que insiste em subverter a realidade afirmando que os investimentos vêm sendo feitos.

A ameaça de aumento da idade de aposentadoria dos trabalhadores da educação, feita pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), só mostra o desprezo por quem tanto fez e faz pela educação pública do país. O que está por trás disso tudo, já denunciado pelos sindicatos nacionais, é a tentativa de fundos nacionais e internacionais privados se apoderarem dos recursos públicos da aposentadoria dos trabalhadores do país.

Desde o Brasil, desse lado de cá de nossas fronteiras, os educadores brasileiros se colocam em absoluta e total solidariedade aos companheiros trabalhadores da educação do Paraguai. Juntos com a OTEP-SN e UNE-SN, seguimos na luta por uma educação pública de qualidade para nossos povos e pela valorização dos educadores, quem realmente faz a educação no dia a dia e oferta esse importante serviço público.

Brasília, 19 de agosto de 2025

Direção Executiva da CNTE

Violência: CNTE pede respeito aos trabalhadores em educação do Estado de Rondônia

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A manifestação justa e legítima dos/as trabalhadores/as em educação da rede de ensino estadual de Rondônia foi marcada pela ação desastrosa e truculenta das forças de segurança do Estado. As caravanas que chegaram a Porto Velho no dia de ontem, de 11 regionais do Estado, foram recebidas no Centro Político-Administrativo (CAP), onde fica a sede da Secretaria Estadual de Educação (SEDUC), com absoluta hostilidade e violência por parte estrutura de segurança local, impedindo a entrada dos/as manifestantes e gerando muito tumulto.

O ato convocado pelos/as professores/as e funcionários/as de educação da rede estadual de ensino, e organizado pelo SINTERO, o sindicato representativo das categorias, fez parte do movimento grevista iniciado ainda no dia 6 de agosto e, até hoje, no aguardo de resposta do Governo Estadual. A luta por realização de mais concursos públicos para a educação, valorização da titulação e outras demandas se constituem em uma pauta legítima dos/as educadores/as no Estado e devem receber o seu justo atendimento.

A manifestação, que seguiu na parte da tarde para a Assembleia Legislativa do Estado, teve mais sorte por lá, onde o encontro com os/as deputados da ALE-RO resultou na criação de uma comissão para discutir os temas da educação e dos/as educadores/as. É isso que se espera em uma sociedade regida pelo Estado Democrático de Direito, onde deve imperar o senso de responsabilidade política dos que assumem a nobre função pública de gestão do Estado.

Os/as educadores/as brasileiros/as repudiam a violência com que os/as trabalhadores/as em educação da rede de ensino estadual foram recebidos no CAP e conclama ao governo estadual o esforço para a negociação com os/as professores, funcionários e seu sindicato, SINTERO. Só assim é possível esperar o fim do movimento grevista e o retorno à normalidade da oferta desse tão importante serviço público educacional.

Brasília, 20 de agosto de 2025

Direção Executiva da CNTE

CNTE lança 3ª edição do concurso “Juventude que Muda a Educação Pública”

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A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) lançou nesta terça-feira, 12 de agosto, a terceira edição do concurso Juventude que Muda a Educação Pública, iniciativa que valoriza práticas emancipadoras protagonizadas por jovens trabalhadores/as da educação em todo o Brasil.

CLIQUE AQUI PARA SE INSCREVER

CLIQUE AQUI PARA LER O EDITAL

Organizado pelo Departamento de Juventude da CNTE, em parceria com coletivos estaduais, o concurso tem como objetivo fortalecer o vínculo entre a juventude, seus sindicatos e a confederação, promovendo o reconhecimento de ações transformadoras nos espaços escolares e comunitários.

Serão selecionadas cinco iniciativas, uma de cada região do Brasil, que se destaquem pelo impacto social, respeito aos direitos humanos, vínculo com a pedagogia freireana e promoção da cidadania. Os projetos devem ser de autoria de jovens com até 35 anos, atuantes na rede pública municipal ou estadual, e vinculados a sindicatos filiados à CNTE.

As inscrições estão abertas até 31 de outubro de 2025, e devem ser feitas exclusivamente via formulário online, com envio do projeto em PDF. Os trabalhos serão avaliados por uma comissão nacional, composta por representantes de todas as regiões do país, que analisarão propostas de fora de sua área de origem.

PREMIAÇÃO

Os vencedores serão premiados com uma viagem totalmente custeada a Brasília, onde apresentarão seus projetos durante o 1º Conselho Nacional de Entidades da CNTE de 2026. Além da exposição das iniciativas, os jovens terão um dia de passeio cultural pela capital federal.

A CNTE reforça que esta é uma oportunidade de dar visibilidade às ações que transformam a educação pública a partir da juventude, promovendo inclusão, participação social e práticas pedagógicas libertadoras.

📌 Para mais informações e inscrições, acesse o edital aqui.

Fonte: CNTE

PEC 169 fomenta a desprofissionalização e a desvalorização docente no país

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A PEC 169, de 2019, de autoria do dep. Capitão Alberto Neto (Republicanos/AM), está pautada para votação no dia de hoje na Câmara dos Deputados.

Desde o substitutivo anterior, que propunha constitucionalizar contratos pejotizados para professores, sem direito a piso, carreira, férias, 13º, aposentadoria, entre outras garantias trabalhistas e sociais, a CNTE tem se posicionado contra essa iniciativa, por entender que a mesma visa meramente transformar a profissão docente em “bico”.

DIGA NÃO À PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE

ACÚMULO INDISCRIMINADO DE CARGO COMPROMENTE A DOCÊNCIA

 

O Brasil e o mundo vivem um apagão de professores não porque faltam pessoas formadas e aptas a assumirem cargos nas redes públicas de ensino, embora em algumas áreas seja preciso intensificar a formação inicial docente. O maior problema continua sendo os baixos salários, a precarização dos contratos de trabalho, a desvalorização dos planos de carreira e a falta de condições de trabalho com segurança em muitas escolas. Nem o piso da categoria tem sido cumprido em todo o território nacional. Ainda vivemos um período de constantes ataques de gestores estaduais e municipais contra a Lei do Piso (Lei nº 11.738), inclusive pela via judicial.

Ao invés de investir na valorização docente e dos demais profissionais da educação, superando os altíssimos índices de contratos precários nas redes de ensino, a PEC 169 propõe um caminho menos oneroso do ponto de vista financeiro, mas com alto potencial negativo para a qualidade da educação. O que se propõe é a abertura da profissão docente para qualquer servidor público (não professor) poder atuar nas escolas públicas.

Hoje, a Constituição Federal permite o acúmulo de dois cargos de professor na rede pública, ou um de professor e outro em área técnica ou científica. Em ambos os casos prevalece a essência do trabalho pedagógico ou técnico-científico, indispensáveis para o perfil profissional docente.

Ao abrir o magistério público para outras áreas sem afinidades com o labor pedagógico e científico, com intenções meramente economicistas, o Estado brasileiro passa a corroborar com a desqualificação do magistério e com sua perpétua desvalorização. E isso é extremamente grave, sobretudo num momento em que o país está prestes a aprovar seu novo Plano Nacional de Educação.

Para além das questões pedagógicas, a PEC 169 pressionará o sistema previdenciário, colocando em risco a aposentadoria especial do magistério, já bastante atacada na Emenda Constitucional nº 103/2019.

Muitos são os prejuízos que a PEC 169 poderá impor à educação e ao magistério, razão pela qual a CNTE recomenda a sua não aprovação.

Pela efetiva valorização do magistério e de todos os profissionais da educação!

Por mais formação inicial e continuada de qualidade, concurso público, piso e carreira para os profissionais da educação!

Não será com remendos que venceremos o apagão de professores no Brasil. Os atuais profissionais e a juventude precisam se sentir atraídos pela profissão do magistério!

Brasília, 13 de agosto de 2025

Diretoria Executiva

 3ª edição de concurso da CNTE premia ações que transformam a educação pública

Professores(as) e orientadores(as) educacionais do magistério público do DF de até 35 anos de idade podem se inscrever na 3ª edição do concurso “Juventude que Muda a Educação Pública”. De iniciativa da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a proposta valoriza práticas emancipadoras protagonizadas por jovens trabalhadores(as) da educação em todo o Brasil.

As inscrições vão até 31 de outubro, via formulário on-line, com envio do projeto em PDF. O resultado será divulgado no dia 13 de novembro, nas páginas oficiais da CNTE.

Inscreva-se

 

Os(as) vencedores(as) terão a oportunidade de apresentar seus projetos durante o 1º Conselho Nacional de Entidades da CNTE, em 2026. Além disso, a premiação também oferece passeio cultural pela capital federal.

Ao todo, serão selecionadas cinco iniciativas — uma de cada região do Brasil — que se destaquem pelo impacto social, respeito aos direitos humanos, vínculo com a pedagogia freireana e promoção da cidadania.

O concurso

O “Juventude que Muda a Educação Pública” é organizado pelo Departamento de Juventude da CNTE, em parceria com coletivos estaduais, e visa também fortalecer o vínculo entre a juventude, seus sindicatos e a confederação, promovendo o reconhecimento de ações transformadoras nos espaços escolares e comunitários.

Os trabalhos serão avaliados por uma comissão nacional, composta por representantes de todas as regiões do país, que analisarão propostas de fora de sua área de origem.

Para a CNTE, “essa é uma oportunidade de dar visibilidade às ações que transformam a educação pública a partir da juventude, promovendo inclusão, participação social e práticas pedagógicas libertadoras”.

Clique aqui para ler o edital.

 Com informações da CNTE.

MATÉRIA EM LIBRAS

Educadores se solidarizam com o movimento grevista deflagrado e em Rondônia

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A greve dos/as profissionais da educação da rede estadual de ensino de Rondônia teve início na última quarta-feira (06/08) com forte adesão do conjunto da categoria. As reivindicações são justas e legítimas porque perpassam questões que vão desde a necessidade urgente de o Estado fazer concursos públicos para a sua rede educacional, que sofre com um enorme déficit de professores/as e funcionários da educação, até questões básicas para a sobrevivência desses profissionais, que contam com um auxílio alimentação de apenas 253 reais, valor irrisório que é o mesmo desde o ano de 2016.

A Mesa de Negociação não deu conta de resolver tais pendências e atender a pauta de reivindicações apresentada pelo SINTERO, sindicato da categoria. A Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) optou, então, por um caminho que não ajuda a resolver a contenda com os/as trabalhadores/as em educação do Estado ao escalonar as falsas notícias na imprensa local, tentando jogar a população contra os/as educadores.

A reeleição do atual Governador Marcos Rocha nas eleições de 2022, ao derrotar o maior representante do negacionismo político e da extrema direita no Estado, contou com a forte mobilização, atuação e voto dos/as profissionais da educação básica pública de Rondônia. A categoria esperava um reconhecimento que, infelizmente, não veio. A educação merece respeito e a luta dos/as profissionais da rede estadual pública de ensino é justa e legítima. Lutam por dignidade mínima e na defesa de uma educação pública de qualidade para toda a sociedade.

Nesse sentido, e não podia ser diferente, os/as educadores de todo o Brasil se colocam solidários/as à greve dos/as companheiros do SINTERO e de toda a categoria profissional da educação do Estado de Rondônia! Que a gestão estadual do governo assuma a dianteira nos esforços para dar conta das reivindicações da categoria e, somente, assim, pôr fim ao movimento de greve da educação, retomando a oferta do serviço púbico educacional da rede de ensino estadual.

Brasília, 11 de agosto de 2025.

Direção Executiva da CNTE

Coletivo de Aposentados da CNTE se reúne para planejar segundo semestre da categoria

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O Coletivo de Aposentados/as da CNTE se reuniu na última terça-feira (30) para falar sobre a Conferência Nacional Livre da Pessoa Idosa, a terceira edição da revista Vitalidade e o calendário de mobilizações da categoria.

O encontro virtual reuniu representantes de 28 sindicatos filiados à Confederação de todas as regiões do país e contou com a participação da secretária-geral da CNTE, professora Fátima Silva.

Conferência Nacional Livre da Pessoa Idosa da CUT

As Conferências Nacionais dos Direitos da Pessoa Idosa são instâncias de debate, avaliação e formulação de políticas públicas e têm papel estratégico na construção coletiva de diretrizes para o enfrentamento dos desafios do envelhecimento no Brasil.

Previstas na Constituição Federal, na Política Nacional do Idoso (1994), no Estatuto da Pessoa Idosa (Lei 10.741/2003), que define em seu artigo 1º a pessoa idosa aquela com idade igual ou superior a 60 anos, as conferências são espaços democráticos que reúnem representantes do poder público e da sociedade civil em torno de propostas para assegurar direitos e promover a qualidade de vida da população idosa.

Nacionalmente está sendo organizada pela CUT, por meio de sua secretaria nacional, a Conferência Livre Nacional. Programada para ocorrer entre os dias 12/08 (abertura) e 13/08 (debates e encaminhamentos). O evento acontecerá em formato híbrido, com coordenação em São Paulo e virtualmente pela plataforma Zoom.

A proposta tem como objetivo elaborar, a partir do protagonismo da população 60+, propostas de políticas públicas estruturantes destinadas à população idosa, fortalecendo ao mesmo tempo a ação sindical da CUT no campo organizativo deste público e na busca pela efetividade destas políticas.

Segundo Diego Romano, assessor da Secretaria Nacional da Pessoa Idosa da CUT, a conferência será um espaço estratégico para garantir a participação dos aposentados e aposentadas na formulação de políticas públicas: “A conferência livre terá condições de apresentar resoluções e delegados para a etapa nacional, vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos”, explicou.

6ª CONAPIDI

A Conferência Livre Nacional da CUT é uma das etapas da 6ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CONAPIDI), prevista para ocorrer de 16 a 19 de dezembro de 2025, em Brasília. Veja o cronograma completo com as novas datas: 

  • Conferência Nacional: 16 a 19 de dezembro de 2025;
  • Conferências Municipais: até o final de julho de 2025;
  • Conferências Estaduais e do Distrito Federal: até o final de setembro de 2025;
  • Conferências Livres: até o final de setembro de 2025;
  • Conferências Livres Nacionais: até o final de setembro de 2025.

A orientação do coletivo é que sindicatos e núcleos organizem grupos para acompanhar os debates e mobilizar o maior número possível de aposentados, tanto para esta Conferência Livre Nacional organizada pela CUT, como para o evento previsto para ocorrer em dezembro. 

Revista Vitalidade

Outro tema abordado da reunião foi a apresentação de informações finais sobre a produção da terceira edição da Revista Vitalidade, publicação voltada ao público anual da CNTE voltada para trabalhadores aposentados da educação.A equipe de comunicação esclareceu dúvidas a respeito do envio das reportagens por parte das entidades e disse que o periódico deve ser lançado em setembro de 2025.

Saudações

Em sua saudação, a secretária-geral da CNTE, Fátima Silva, ressaltou o papel estratégico do coletivo:“É um dos grupos mais atuantes da CNTE. Em todos os sindicatos filiados, há trabalhos específicos com trabalhadores aposentados. São pessoas que seguem na luta mesmo após a aposentadoria, sendo referência na defesa da educação e dos direitos sociais”, afirmou.

A reunião foi concluída com informes sobre o calendário de lutas da CNTE, incluindo a mobilização contra o confisco previdenciário e pela valorização dos aposentados. 

O coordenador do coletivo, Sérgio Kumpfer, destacou a importância da união da categoria para o grupo. Com esforço coletivo, a gente sempre caminha mais longe. Juntos, somos mais fortes, enfatizou.

Fonte: CNTE

Ato reúne profissionais da educação e cobra piso para técnicos e administrativos

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Nesta quarta-feira (6), cerca de mil profissionais da educação de todo o país se reuniram em frente ao Ministério da Educação (MEC), em Brasília, em um ato nacional que marcou o Dia Nacional dos Profissionais da Educação com reivindicações contundentes. A principal demanda foi a aprovação do Projeto de Lei 2.531/2021, que estabelece o piso salarial nacional dos profissionais técnicos e administrativos da educação básica, além da valorização ampla da carreira desses trabalhadores.

Organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o ato destacou o papel fundamental dos profissionais não docentes – como auxiliares de secretaria, merendeiras, inspetores e técnicos administrativos – no funcionamento das escolas públicas, e cobrou políticas públicas que reconheçam a centralidade desses trabalhadores para a qualidade da educação.

“O Dia Nacional dos Profissionais da Educação foi vivenciado com muita força aqui em Brasília. Tivemos uma mobilização intensa, com gente de todo o Brasil reunida em frente ao Ministério da Educação. Essa presença significativa nos levou a conquistar a formação de um grupo de trabalho, instituído por portaria do MEC, para tratar do PL 2.531. Esse grupo contará com diversas entidades e terá como missão garantir a sustentabilidade financeira, técnica e política do piso dos funcionários da educação”, afirmou Heleno Araújo, presidente da CNTE.

Ofício ao ministro Camilo Santana

Durante a mobilização, a CNTE se reuniu com os Secretários Executivos do Ministério da Educação, Rodolfo Cabral e Gregório Durlo Grisa, e entregou aos representantes do MEC um ofício com as principais pautas da categoria. O documento destaca, entre outros pontos, a necessidade de ampliação do programa Profuncionário, lançado recentemente pelo MEC com oferta de 3.500 vagas para formação técnica de funcionários escolares. Para a CNTE, o número é insuficiente diante da demanda nacional.

A Confederação também sugeriu que o Executivo envie ao Congresso um projeto de lei complementar ao PL 2.531/2021, garantindo a legalidade da proposta e prevendo mecanismos de apoio financeiro da União aos entes federativos que comprovarem dificuldades para arcar com o pagamento do piso.

“Precisamos garantir que a lei seja viável para os municípios e estados, especialmente os que enfrentam restrições orçamentárias. Por isso, é essencial que o governo federal assuma sua responsabilidade na complementação dos recursos do Fundeb e da manutenção e desenvolvimento do ensino”, argumenta Heleno.

Novo PNE

Outro ponto sensível abordado no documento entregue ao MEC foi a ausência de metas específicas para os funcionários da educação no novo Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação na Câmara dos Deputados. A CNTE reivindica que o novo plano incorpore diretrizes claras para ingresso por concurso público, valorização salarial e estruturação de carreira para esses profissionais.

“Também avançamos nas emendas ao Projeto de Lei do novo Plano Nacional de Educação, uma conquista importante desse ato nacional, marcado por uma presença expressiva da nossa categoria. Agradecemos, parabenizamos e seguimos firmes na luta!”, completou Heleno.

Educação como bem público

A luta contra a privatização e terceirização da educação pública também esteve no centro do ato. A CNTE denunciou o avanço dessas práticas nas redes estaduais e municipais, e entregou ao MEC publicações recentes da entidade que documentam os impactos negativos desse processo.

“Educação não é mercadoria. Nossa luta é por uma escola pública, democrática e inclusiva, com profissionais valorizados e políticas estruturantes em todas as esferas de governo”, afirmou Heleno Araújo.

Mobilização permanente

Para além da pauta salarial, o ato trouxe reivindicações amplas: desde políticas de formação inicial e continuada, passando por gestão democrática nas escolas, até ações efetivas de combate às violências no ambiente escolar. A CNTE reforçou que essas demandas precisam estar presentes nos planos de educação dos municípios, estados e do governo federal.

Apesar do caráter comemorativo da data, a CNTE reforçou que o momento é de mobilização permanente. “O que está em jogo são conquistas históricas que ainda não se concretizaram plenamente. Seguiremos firmes para garantir que cada profissional da educação pública, do porteiro à direção, seja reconhecido, valorizado e respeitado”, concluiu Heleno.

O ato foi considerado essencial na luta pela valorização de todos os profissionais da educação e reforça a pressão sobre o governo federal e o Congresso Nacional para que avancem em medidas estruturantes para o setor.

IA nos cursos de Pedagogia e Licenciaturas? CNE discute proposta

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A Inteligência Artificial (IA) pode entrar de vez nos cursos de Pedagogia e Licenciaturas. O Conselho Nacional de Educação (CNE) discute a proposta de incluir o tema na formação inicial dos professores.

O objetivo é preparar os educadores para utilizar a IA como ferramenta de apoio à aprendizagem. 

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) defende que o debate não perca de vista o papel central do professor no processo educativo. 

“É preciso orientar o processo da formação inicial e continuada pautando as formas de utilização da Inteligência Artificial e jamais permitir a substituição de professores/as por máquinas”, afirma o presidente da entidade, Heleno Araújo, que também é um dos conselheiros do CNE.

Ele acrescenta que ganha importância também a solicitação que a Internacional da Educação para a América Latina (Ieal) está fazendo à Unesco, “que ela reconheça a relação professor-aluno como patrimônio da humanidade”.

IA na educação básica

Durante um seminário realizado recentemente pelo Ministério da Educação (MEC), em Brasília (DF), a Unesco falou sobre os desafios do uso da IA nas escolas. 

A organização reconhece que a tecnologia pode trazer benefícios, apoiando os docentes tanto no ensino quanto na gestão dos processos de aprendizagem.

E que as interações entre professores e estudantes devem continuar sendo o centro da experiência educacional, mesmo com a incorporação de novas ferramentas.

Com informações do MEC

Agosto de Lutas: desgosto é não lutar – Por Heleno Araújo

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A cultura popular costuma falar de agosto como o mês do desgosto, sugerindo acontecimentos negativos e muitos mal-entendidos para essa época do ano. Essa percepção com o oitavo mês do nosso calendário gregoriano remonta a Antiguidade e tem suas origens ligadas a fatores astrológicos ou mesmo climáticos. A energia do signo de Leão, horóscopo preponderante no mês, dá a entender que a sua força e potência podem, não raro, afetar o equilíbrio da “energia” do momento. Ou porque em muitas regiões do mundo, trata-se de um período de extremos climáticos, com ondas de calor muito fortes ou temporadas de furacões e tempestades.

Dizem até que as agendas de casamentos das igrejas encontram nesse mês o seu período com mais espaços livres, tamanha a implicância com o agosto. Mas independentemente de todas as superstições e mesmo de eventos que corroborem com essa sensação ruim que impregnou, e não de agora, a nossa sensação com o mês nomeado em homenagem e honra ao imperador romano César Augusto, nesse nosso Brasil do ano de 2025, o mês de agosto será de muita luta.

E isso também não vem de agora. Para nós do campo da educação, esse é um mês de datas comemorativas importantes no calendário educacional brasileiro: no dia 06 de agosto, por exemplo, comemoramos o Dia Nacional dos Profissionais da Educação. Instituído em 2014 pela Presidenta Dilma Rousseff, é nesse dia que homenageamos todos os profissionais que, dentro do chão da escola, fazem o processo educacional acontecer. Do porteiro à merendeira, da professora à diretora da escola, todas e todos somos educadores/as. Trata-se, sobretudo, de um reconhecimento histórico à luta do movimento sindical educacional brasileiro que, do Brasil, pautou o mundo todo. Se hoje globalmente reconhecemos o papel valoroso dos/as funcionários/as da educação, colocando-os/as no mesmo patamar de quem exerce o magistério, é porque essa foi uma pauta política empreendida pelo nosso movimento sindical de educadores/as, em especial a nossa Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE.

E para esse dia 06 de agosto estamos chamando um Ato Nacional em Brasília, em frente ao MEC, para apresentar o conjunto de nossas reivindicações de valorização dos/as profissionais a educação. É urgente que nos façamos ouvir nesses tempos de incremento descomunal dos processos de terceirização, mercantilização e privatização em nossas escolas. Nesse dia também, a nossa pauta envolverá a emergência de aprovação do PL 2.531/2021, pelo fim da invisibilidade que insiste em se impor aos/às funcionários/as de nossas escolas. É fundamental reconhecermos a importância desse segmento no espaço escolar e isso só pode vir se tivermos um Piso Salarial dos Funcionários da Educação. A exemplo do que temos com os/as profissionais do magistério, mesmo que ainda hoje esse Piso seja descumprido por vários entes da nossa Federação, é fundamental avançarmos para garantir esse direito em Lei Federal.

A Aliança das Três Esferas, que reúne os/as servidores/as públicos federais, estaduais, distrital e municipais, também assumiu para esse mês de agosto um calendário com fortes mobilizações. Os/as servidores/as vêm enfrentando uma conjuntura muito difícil e desafiadora, com a contumaz ameaça a nossos direitos e conquistas, o que exige atenção, mobilização, unidade e debate permanentes. No centro da discussão estarão dois temas principais que unem a agenda de todos esses segmentos do funcionalismo público brasileiro: a reforma administrativa, que voltou ao cenário político com a instalação de um grupo de trabalho (GT) na Câmara dos Deputados e promete ganhar fôlego com o fim do recesso parlamentar; e a PEC 66, articulada durante a Marcha dos Prefeitos, conhecida por muitos como a “PEC da Morte”, que propõe aplicar automaticamente as regras da reforma da Previdência de Bolsonaro-Guedes (EC 103/19) aos Estados, DF e Municípios que ainda não se adequaram a ela.

Em 11 de agosto também comemoramos o Dia do Estudante, colado às comemorações do Dia Internacional da Juventude, quando no dia 12 todos nós homenageamos essa fase da vida que sempre foi e deve ser marcada pela rebeldia e insubordinação. A educação talvez seja um dos maiores desafios de toda juventude, em toda parte do globo terrestre e época humana. A eleição de Bianca Borges no último final de semana para conduzir a União Nacional dos Estudantes (UNE), a quem saúdo pela eleição, aproveitando a oportunidade, já avisou que a mobilização pela soberania e contra o extremismo será a marca de sua gestão. No campo educacional, a UNE trabalhará duramente para combate às altas taxas de evasão dos/as estudantes das universidades e faculdades de nível superior no Brasil, propondo políticas de permanência para esse contingente importante de nossa população.

Não podemos deixar de destacar, antes de acabar esse artigo, do chamado feito pelo nosso presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sergio Nobre, “convocando toda a classe trabalhadora e, especialmente, as bases da CUT, sindicatos e entes, nos 26 estados e DF, a organizarem e se engajarem no grande ato nacional que faremos, em 1º de agosto, pela soberania nacional e contra os ataques de Trump ao Brasil”. A luta por uma educação pública não pode nunca estar dissociada da nossa luta pela soberania desse país. A educação pública que ousamos sonhar e construir só prosperará com um Brasil livre e soberano. E sobretudo dos brasileiros e das brasileiras! Que esse mês de agosto venha com muita luta e mobilização! Sigamos firmes e fortes!

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum.

Fonte: CNTE

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