Ato em Brasília defende piso digno para educação no Dia Nacional da categoria

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Na próxima quarta-feira, 6 de agosto, Dia Nacional dos Profissionais da Educação, educadoras e educadores de todo o país estarão reunidos em Brasília, em frente ao Ministério da Educação, a partir das 10h, em um grande ato nacional em defesa da educação pública. 

A mobilização reforça a luta pela valorização da categoria, pela realização de concursos públicos e pela aprovação do PL 2531/21, que garante o Piso Salarial dos Profissionais Técnicos e Administrativos  da Educação Básica – uma medida fundamental para o reconhecimento e o fortalecimento da carreira no serviço público.

De acordo com Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a ação coletiva é fundamental para garantir direitos que já foram conquistados em lei, mas ainda não são aplicados.

“A mobilização visa fazer valer a lei do FUNDEB que conquistamos no ano de 2007. A determinação da Lei do FUNDEB gerou a Lei nº 12.014/2009, que caracterizou quem são os/as profissionais da educação, e a Lei do PNE, que determinou até junho de 2016 termos a Lei do Piso Salarial Profissional Nacional para os/as Profissionais da Educação”, disse.

Além da defesa do piso, o projeto é parte de um conjunto de medidas necessárias para mudar a realidade da educação básica no país.

“O piso salarial é um dos indicadores da valorização dos/as profissionais da educação e terá importância se for acompanhado de concursos públicos para ingresso na carreira e a aplicação da Lei que trata do desenvolvimento na carreira. Com isto realizado no cotidiano dos sistemas de ensino, teremos condições para mudar a realidade caótica que observamos hoje na educação básica pública”, afirma Heleno.

Três Esferas

O ato também vai pautar uma agenda mais ampla de reivindicações, que incluem políticas públicas nas três esferas de governo voltadas à formação, carreira, condições de trabalho e combate às violências nas escolas.

“Queremos planos de educação nas três esferas governamentais que tratem e definam políticas para formação inicial para nossa profissão, ingresso na carreira, salários dignos para toda nossa categoria, desenvolvimento na carreira, formação continuada, a prática permanente da gestão democrática, condições adequadas de trabalho e o combate às violências no ambiente escolar”, pontua.

Aos profissionais da educação, Heleno Araújo deixa uma convocação firme.

“Vamos amigo levante e lute! Vamos levante e ajude! Vamos levante e grite! Vamos levante agora! Para não perder o que já conquistamos e fortalecer as lutas pelo que falta conquistar”.

Pautas centrais do Ato Nacional da Educação – 6 de agosto de 2025

1) Valorização de todos os profissionais da educação
Reconhecimento da importância de todos os que atuam na escola: do porteiro à direção;
Celebração do Dia Nacional dos Profissionais da Educação (instituído em 2014)

2)  Aprovação imediata do PL 2.531/2021
Estabelece o Piso Salarial Nacional dos Funcionários da Educação (não docentes);
Busca dar visibilidade e reconhecimento legal aos trabalhadores não pertencentes ao magistério;

3) Combate à terceirização, mercantilização e privatização da educação pública
Denúncia do avanço dessas práticas nas redes públicas de ensino;
Defesa da educação como bem público e direito social.

4) Reforma Administrativa
Oposição ao retorno da PEC 32/2020, que ameaça direitos dos servidores públicos.

5) Rejeição à PEC 66 (a “PEC da Morte”)
Proposta que estende automaticamente a reforma da Previdência de 2019 aos estados e municípios;
Considerada um ataque aos direitos previdenciários dos servidores públicos.

 

Serviço

O quê: Ato Nacional da Educação
Onde: Em frente ao Ministério da Educação – Brasília
Quando: 6 de agosto (quarta-feira), Dia Nacional dos Profissionais da Educação
Por quê: Em defesa da educação pública
Horário: 10h

Fonte: CNTE

União que fortalece: Coletivo de Comunicação reflete sobre atuação conjunta

Encontro da CNTE em Recife debateu estratégias de comunicação coletiva para fortalecer a luta sindical

Como melhorar o PL 2531/2021? Coletivo de Funcionários da CNTE quer ajustes

O Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional institui o piso salarial profissional nacional para os profissionais dos quadros de pessoal técnico e administrativo da educação básica pública

O Coletivo de Funcionários da CNTE trouxe para discussão da categoria o PL 2531/2021, projeto que trata do piso salarial dos técnicos e administrativos de escola e que tramita na Câmara dos Deputados. A reunião aconteceu na sexta-feira (18), durante o Encontro de Coletivos da CNTE, em Recife. 

Apesar de reconhecerem que o Piso seja necessário para a categoria, o texto atual do PL levantou argumentações contrárias durante a reunião. Para o coordenador do Coletivo de Funcionários da CNTE, José Valdivino Moraes, se os problemas não forem resolvidos antes da aprovação, a lei já “nascerá morta”.

“O PL 2531 tem questões que precisam ser melhoradas e, se for aprovado da forma que está, pode ser questionado na justiça. Se for aprovado do jeito que está, vai ser uma lei morta. Vai nascer já morrendo na justiça”, explica o coordenador do Coletivo de Funcionários da CNTE, José Valdivino.

Por mais valorização

A urgência na valorização dos técnicos e administrativos da educação também foi debatida. “A educação não se faz só com professores, mas com todos os trabalhadores do ambiente escolar. E a valorização desse grupo de profissionais deve considerar o fortalecimento das relações sociais dentro da escola e a saúde mental do trabalhador”, lembrou o secretário de Assuntos Jurídicos da CNTE,  Eduardo Ferreira.

Encontro em PE: Coletivo de Mulheres da CNTE impulsiona o protagonismo feminino

Evento reúne educadoras de todo o país para fortalecer a participação das mulheres na educação e nos espaços de poder

Logo na abertura, o clima foi de integração e escuta coletiva. A mesa de conjuntura trouxe reflexões sobre os desafios da educação pública no cenário atual, com foco nas desigualdades de gênero, raça e classe. O debate contou com a participação de militantes que atuam diretamente nos territórios, trazendo olhares diversos e experiências vividas na ponta.

À tarde, a oficina “Troca de Experiências nos Sindicatos” abriu espaço para o compartilhamento de práticas, desafios e conquistas das mulheres no movimento sindical, reforçando a importância da organização coletiva para a transformação social.

 

Organização, política e escola

Coordenadora do Coletivo de Mulheres da CNTE, Berenice D’arc destacou que, em um ano que antecede as eleições, é fundamental preparar mais mulheres para ocuparem espaços de poder. Segundo ela, a ação organizada das educadoras é decisiva para levar a política de gênero ao cotidiano escolar.

“A escola está em todas as casas do Brasil. Nós acolhemos as crianças todos os dias. Por isso, fazer com que a política de gênero esteja presente no ambiente escolar é essencial. A educação pode transformar a vida de meninas e mulheres que sofrem violência em casa”, afirmou.

Berenice também reforçou o papel do coletivo na luta pela democracia e soberania. “Que as mulheres reconheçam sua força e possam usá-la para transformar a sociedade”, disse.

A importância do encontro foi destacada por Mônica Brito, coordenadora do Sintepp, no Pará. “Participar dessa reunião foi essencial para ampliarmos nossa consciência sobre as políticas para as mulheres no mundo e relacioná-las à nossa realidade local. Esse evento nos empodera e fortalece para o engajamento político nos nossos territórios. Parabéns à CNTE”, afirmou.

IA, PNE e “Não Venda a Minha Escola” em foco no 1o dia do Encontro dos Coletivos

Homenagens aos vencedores do Concurso Juventude que Muda a Educação Pública também marcaram evento

A senadora Teresa Leitão (PT-PE) não pode comparecer presencialmente, em razão de algumas votações no Senado Federal, mas fez questão de mandar uma saudação em vídeo. Ela ressaltou a importância da educação como instrumento fundamental para o desenvolvimento do país e destacou o andamento do novo Plano Nacional de Educação (PNE), que chegou ao Congresso com um ano de atraso, mas com forte legitimidade por ter sido fruto da CONAE Extraordinária de 2024. 

Ela explicou que o plano está tramitando na Câmara, onde já recebeu mais de 3 mil emendas, e deve chegar ao Senado até setembro. A expectativa é aprová-lo ainda este ano, em articulação entre a Comissão de Educação do Senado, a Frente Parlamentar da Educação e a comissão especial da Câmara. 

“A nossa ideia é que o plano chegue ao Senado, em meados de setembro, pra gente ter tempo de aprová-lo ainda este ano”, afirmou. Teresa alertou para temas que devem gerar maior disputa, como as questões de gênero e a destinação dos recursos públicos para a educação, e destacou que as audiências públicas no Senado têm apontado a necessidade de incluir um novo objetivo no PNE, voltado à educação ambiental: “Não há como fazer isso sem uma política de educação ambiental”.

Não Venda a Minha Escola

Em seguida, Gabriela Bonilla iniciou sua fala abordando a mercantilização da educação pública e as novas formas de controle da produção do conhecimento. Bonilla explicou como as autoridades educacionais vêm entregando a soberania pedagógica nas mãos de Instituições Financeiras Internacionais (IFIs), setores privados, fundações, setores religiosos, entre outros. Ela também apresentou um estudo com dados sobre a política educativa em nove países: Peru, Paraguai, Uruguai, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, República Dominicana e El Salvador. 

Bonilla comentou sobre a atuação da Fundação Lemann, destacando o impacto do programa “Khan Academy nas Escolas” em cinco cidades brasileiras, onde uma aula semanal de matemática (de 50 minutos) foi substituída por uma sessão da Khan Academy em um laboratório de informática. Os resultados mostraram que, em média, o programa não melhorou o desempenho dos alunos em matemática.

Inteligência Artificial 

Finalizando a Mesa, o ex-ministro Luiz Cláudio Costa comentou os impactos da inteligência artificial no trabalho no Brasil e no mundo. “Estamos falando de 14,1 milhões de trabalhadores brasileiros, em 22 setores econômicos, num estudo que envolve 55 países, incluindo o Brasil. É um recorte importante, que mostra o quanto o mundo do trabalho está sendo afetado pela inteligência artificial”, destacou.

Segundo Luiz, cerca de 60% dos empregadores esperam ampliar o acesso à tecnologia que transforma seus negócios. Mas há um paradoxo: “Sabe o que isso quer dizer? Que 60% deles ainda não têm a inteligência digital necessária para transformar, de fato, os seus negócios. Eles estão esperando essa virada. Estão buscando economizar, otimizar, mas ainda não sabem como fazer.”

Luiz Cláudio também ressaltou a importância de entender os impactos reais da IA no emprego. “A inteligência artificial é uma das tecnologias mais sutis e mais profundas também. Ela chega devagar, mas muda tudo. Cerca de 22% dos empregos devem sofrer algum tipo de transformação.”

Apesar de não ter detalhado todos os setores mais ameaçados, ele alertou: “Alguns empregos vão mudar muito. Outros podem até desaparecer. E é por isso que precisamos preparar os trabalhadores, investir em formação, garantir que ninguém fique para trás.”

Homenagem aos vencedores do Concurso “Juventude que Muda a Educação Pública”

O Encontro homenageou os vencedores do Concurso Juventude que Muda a Educação Pública, promovido pela CNTE. Os trabalhos mais bem avaliados foram reconhecidos em uma cerimônia especial.

Os cinco projetos vencedores foram: “Cine EducAlimentação”, de Águas Lindas de Goiás (GO); “Educação para a Democracia: a prática de assembleias escolares”, de Contagem (MG); “Laboratório Experimental da Negritude: potencializando uma educação artístico-cultural e antirracista para o êxito escolar”, de João Pessoa (PB); “Clube de Teatro Melodrama”, de Jundiaí do Sul (PR); “Apresente-se: Diálogos audiovisuais de iniciação ao estudo da Língua Francesa”, de Macapá (AP).

Saiba quem são os autores dos projetos: 

CENTRO OESTE

Nome: Camila Beatriz Faria

Idade: 28

Escola Estadual Maria do Carmo Lima

Projeto: Cine EducAlimentação

Município: Águas Lindas de Goiás (GO)

NORDESTE

Nome: Iago José Lima de Melo

Idade: 31 anos

Escola Cidadã Integral Técnica Monsenhor Pedro Anísio

Projeto: Laboratório Experimental da Negritude: potencializando uma educação artístico-cultural e antirracista para o êxito escolar.

Município: João Pessoa (PB)

NORTE

Nome: Osvaldino dos Santos Silva

Idade: 35 anos

Escola Benevenuto Soares Rodrigues

Projeto: Apresente-se: Diálogos audiovisuais de iniciação ao estudo da Língua Francesa

Município: Macapá (AP)

SUDESTE

Nome: Vitor Paulo Azevedo de Araújo

Idade:  27 anos

Escola Escola Municipal José Silvino Diniz

Projeto: Educação para a Democracia: a prática de assembleias escolares

Município: Contagem (MG)

SUL

Nome: Paola Teresa Bertin

Idade: 25 anos

Escola Colégio Estadual Nicanor Bueno Mendes

Projeto: Clube de teatro Melodrama

Município: Jundiaí do Sul (PR)

Fonte: CNTE

CNTE manifesta solidariedade aos professores da Guatemala

Carta enviada à Embaixada da Guatemala no Brasil destaca a importância do diálogo para resolver o conflito que tem levado a protestos e paralisações no país

O documento destaca a importância do diálogo para resolver o conflito que tem levado a protestos e paralisações no setor educacional daquele país. “É fundamental ratificar a representatividade da entidade sindical enquanto ator importante e central para a superação do conflito hoje instaurado no país”, afirma Araújo.

A CNTE defende que a negociação é o caminho para a solução do impasse. “O que pode dar solução ao atual impasse é a via negocial, melhor mecanismo de resolução de conflitos que temos nas sociedades modernas e contemporâneas”, diz o texto. A CNTE espera que o governo da Guatemala, liderado pelo presidente Bernardo Arévalo, retome o diálogo com o STEG para normalizar a situação.

“Somente assim, será possível pôr fim aos bloqueios de vias públicas que ocorrem por todo o país e à própria paralisação dos trabalhadores, retornando à normalidade do país, desejo sincero dos trabalhadores em educação do Brasil aqui manifestado”, completa a carta.

A CNTE se colocou à disposição para apoiar os professores guatemaltecos e reforçou a importância da união entre os trabalhadores da educação da América Latina.

A expectativa é que o governo guatemalteco receba a mensagem e retome as negociações com o STEG, evitando o prolongamento dos protestos que afetam milhares de estudantes e famílias no país.

Encontro de Coletivos da CNTE começa debatendo os rumos da educação pública

 Cerca de 500 educadores de todo o Brasil se reúnem durante dois dias de evento

O evento reúne cerca de 500 pessoas, representantes de todos os coletivos da entidade nacional, e tem como objetivo debater os rumos da educação pública no Brasil e os desafios enfrentados pela categoria.

A abertura foi conduzida pela secretária-geral da CNTE, Fátima Silva, que destacou a importância simbólica de realizar o encontro em Recife, cidade natal de Paulo Freire, Patrono da Educação Brasileira. Em sua saudação inicial, Fátima expressou a alegria de estar em um território de resistência e luta por uma educação libertadora.

“Estamos iniciando nosso encontro de todos os coletivos temáticos da CNTE, são doze temas trabalhados nacionalmente em cada um deles. A nossa expectativa é de reafirmar as políticas em defesa da educação pública, da democracia e da soberania em todos os sindicatos da educação. Além da expectativa de fortalecimento da educação em dois dias de análise, de reflexão e acima de tudo de encaminhamentos para o conjunto dos nossos sindicatos e da CNTE na defesa e promoção da educação pública do Brasil”, explicou Fátima. 

Representando entidades sindicais de Pernambuco, Ivete Caetano (Sintepe), Séphora Freitas (Sinproja) e Flávia Verçoza (Simpere) também deram as boas-vindas às delegações presentes, ressaltando a importância da mobilização conjunta em defesa dos direitos da categoria e do fortalecimento da escola pública. Ivete Caetano fez um paralelo entre a relevância histórica de Pernambuco e a atual luta do Brasil por uma nação com educação de qualidade, democracia e soberania popular.

Painel: Análise de Conjuntura Nacional e Internacional

A programação do dia seguiu com a Análise de Conjuntura Nacional e Internacional, ministrada por Sônia Alesso, presidenta da Internacional da Educação para a América Latina (IEAL). A dirigente traçou um panorama político, econômico e social que impacta diretamente o cenário educacional nos países latino-americanos, com destaque para os ataques à democracia e à soberania popular na região.

“Vivemos um momento grave na América Latina. Em vários países, governos autoritários estão promovendo cortes na educação pública, atacando sindicatos e criminalizando lideranças populares. O caso da Argentina é emblemático: a perseguição política contra Cristina Kirchner, com a cassação de seus direitos políticos, é um ataque direto à democracia. Não podemos aceitar o avanço da extrema-direita que busca calar vozes progressistas e desmantelar o Estado. É hora de unidade, resistência e luta por uma América Latina soberana, democrática e com educação pública de qualidade. Por isso, dizemos em alto e bom som: Cristina Livre!”

Sônia encerrou sua fala puxando um coro de “Cristina Livre”, em alusão à perseguição política promovida pelo governo de extrema-direita de Javier Milei, na Argentina, que retirou os direitos políticos da ex-presidenta Cristina Kirchner.

Na sequência, Fátima Aparecida comunicou a ausência do senador Humberto Costa (PT-PE), que não pôde comparecer ao evento. Com isso, ficou acordado que os três parlamentares presentes fariam a análise de conjuntura política nacional.

A primeira a se pronunciar foi a deputada estadual Bia de Lima (PT-GO), que ressaltou a necessidade de união para garantir a reeleição do presidente Lula em 2026:

“Devemos reeleger o presidente Lula em 2026 e eleger um Congresso comprometido com o povo, alinhado com o governo e com pautas sociais importantes, como o fim da escala 6×1, a taxação das grandes fortunas e a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. 2026 é Lula outra vez!”, defendeu.

Em seguida, o presidente da Sintep-MT Henrique Lopes (PT-MT) falou sobre os desafios enfrentados no Mato Grosso e destacou o papel negativo do Congresso Nacional na obstrução de pautas fundamentais para uma reforma tributária justa e o avanço de políticas públicas voltadas aos que mais precisam.

Por fim, o deputado estadual Professor Lemos (PT-PR) abordou as dificuldades enfrentadas em regiões mais conservadoras do país:

“Lugares como o Sul têm sido palco de violência política. Tivemos companheiros assassinados, como o tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, morto no dia do seu aniversário por defender Lula. Mesmo diante de ameaças e riscos, nós resistimos e nos somamos à força do Nordeste. E colocamos Lula de volta na presidência”, declarou.

Após as análises dos parlamentares, o microfone foi aberto para que os participantes pudessem fazer colocações e considerações sobre o cenário político nacional e os desafios enfrentados pela educação pública no Brasil.

Fonte: CNTE

[MG] Após derrotas, governo suspende consultas sobre militarização de escolas

Sind-UTE-MG ajuíza Ação Civil Pública contra a militarização e defende educação crítica, democrática e inclusiva, sem coação, repressão ou censura

O governo do Estado, diante das sucessivas derrotas vivenciadas na semana passada, decidiu suspender as assembleias nas escolas públicas para consulta à comunidade escolar sobre a adesão ou não ao programa das escolas cívico-militares – ou militarização das escolas públicas. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) em nota pública divulgada nesta segunda-feira (14/8) reafirmou sua posição contrária à militarização das escolas públicas, por entender que se trata de um programa de viés autoritário, com claros objetivos eleitoreiros e ideológicos que não condizem com as reais necessidades e interesses de uma escola plural, democrática, diversa e inclusiva.
“O Sind-UTE/MG informa ainda – adianta a nota – que já ajuizou Ação Civil Pública, com pedido de liminar, para suspender a implementação das chamadas escolas cívico-militares em 728 unidades da rede estadual de ensino. A iniciativa foi tomada diante de um avanço autoritário do Governo de Minas, que tem imposto à comunidade escolar um modelo militarizado, sem diálogo, sem base legal e em total desrespeito às normas constitucionais que regem a educação pública no país”.
O Sindicato disse que toda e qualquer responsabilidade sobre a suspensão deve ser atribuída à incompetência do secretário de Estado da Educação, Igor Alvarenga, na condução do processo, feito sem debate, em prazo exíguo e sem qualquer explicação à comunidade escolar sobre seus objetivos.

MOTIVAÇÃO
O Sind-UTE/MG explica ainda que a motivação da Ação Civil Pública está diretamente ligada à forma como o Estado tem conduzido essa política: por meio de atos administrativos unilaterais, sem transparência, sem previsão legal e atropelando o direito à gestão democrática.
O Sindicato defende que a política educacional do Estado seja construída com participação efetiva da comunidade escolar, com transparência, com legalidade e com base em evidências pedagógicas, não em discursos autoritários. A educação pública precisa de valorização profissional, investimento, estrutura, escuta e diálogo.

DERROTAS
A decisão do governo Zema de suspender as assembleias de manifestação de interesses ocorre após as derrotas em grande parte dos educandários que disseram “não” à militarização. Diante desta situação e da pressão de sua base política de extrema direita, o governo, recua para tentar se reagrupar e, certamente, retomar sua tentativa de destruir a escola pública e a gestão democrática das escolas com novas estratégias, certamente mais autoritárias.
O Sind-UTE/MG se manterá firme conta a militarização e em defesa de uma educação crítica, livre e democrática, entendendo que escola pública é lugar de ensino e aprendizagem, com professores e funcionários valorizados, liberdade de expressão e compromisso com a qualidade do aprendizado – não um palco para manutenção de tropa. Contratar policiais ou militares aposentados, remunerados acima dos educadores, desvia recursos essenciais para concurso público de docentes, pedagogos e demais servidores concursados.

ESCOLA NÃO É QUARTEL
Para o Sindicato, a verdadeira melhoria da educação passa por fortalecer equipes pedagógicas, garantindo tempo e condições materiais para orientação de estudantes, familiares e colegas;
realizar concursos regulares para todas as carreiras da educação;
promover valorização salarial e formação continuada.
O Sind-UTE contesta ainda o argumento de que o programa traz mais segurança às escolas públicas. Não melhora segurança, apenas criminaliza a juventude. A presença de ex-policiais dentro da escola reforça a lógica punitivista, de repressão, censura e coação. Na verdade, a militarização amplifica preconceitos e violações de direitos, já documentadas em casos de agressão, ameaças, censura e assédio em unidades cívico-militares.

Fonte: CNTE

Reforma administrativa é ameaça à educação pública e porta aberta à privatização

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A proposta de reforma administrativa que tramita no Congresso Nacional levanta sérias preocupações entre os trabalhadores e trabalhadoras da educação. Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a medida representa um risco direto à continuidade e à qualidade das políticas públicas educacionais, especialmente nas regiões mais vulneráveis do país.

“A demolição administrativa que o Congresso Nacional quer impor aos brasileiros e brasileiras é desastrosa para todas as políticas públicas. Buscam acabar com o concurso público, na forma de privatização das políticas públicas, com o retorno pleno das indicações políticas e o fortalecimento vergonhoso da troca de emprego por votos. Ou seja, desmantelo total”, denuncia Heleno Araújo, presidente da CNTE.

A entidade alerta que a proposta ameaça o dever constitucional do Estado de garantir educação pública de qualidade. Ao transferir para a iniciativa privada a gestão de serviços essenciais, como escolas e hospitais, a reforma abre caminho para um modelo que transforma direitos em mercadorias.

“A demolição administrativa dos deputados do Centrão e da extrema direita pretende acabar com o dever do Estado de garantir à população políticas públicas de saúde, educação, habitação e outras. Se eles conseguirem aprovar a demolição administrativa, o Estado sai do palco e entram as empresas do setor privado, com dinheiro público, para administrar as políticas públicas nos hospitais, escolas e outros”, afirma Heleno.

Segundo ele, a consequência imediata será a exclusão de quem mais precisa do atendimento gratuito. “Fortalecendo a privatização das políticas públicas, teremos consequências graves para o atendimento à população como direito. Portanto, deixando de ser direito, todas as pessoas deverão pagar para ser atendidas nos hospitais, nas escolas e em outras ações e locais públicos.”

Outro ponto considerado central pela CNTE é o ataque à estabilidade dos servidores públicos. O fim do concurso e a adoção de contratos temporários podem comprometer não só a valorização profissional, mas também a continuidade de políticas educacionais duradouras e baseadas em mérito técnico.

“A intenção do Centrão e da extrema direita é acabar com o concurso público, fazendo com que a contratação para atuar nos serviços públicos seja precarizada, por indicação política, e reprimida para não se filiar aos sindicatos, não fazer greve e trabalhar mesmo que esteja doente”, alerta o presidente da CNTE.

Na prática, isso resultaria em um ambiente de medo e submissão, segundo ele. “A demolição administrativa provocará a exploração e subserviência dos futuros servidores e servidoras públicas”.

Para a CNTE, a luta contra a reforma administrativa é uma defesa da escola pública, do serviço público e do direito de todos à educação com qualidade.

Educadores de todo o Brasil apoiam a justa luta dos trabalhadores em educação de BH

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A decisão da Prefeitura de Belo Horizonte comandada por Álvaro Damião (União) em cortar o ponto de trabalho dos/as servidores/as serviu apenas para acirrar a greve dos/as trabalhadores/as em educação da capital mineira. Em vez de sentar-se à mesa de negociação e agir como um governo deve, a gestão de Damião se preocupa somente em fazer do justo e legítimo movimento de greve um cabo de guerra, como se a educação do município fosse um jogo.

Ao completar um mês de greve, o prefeito Damião e toda a sua gestão apostam na radicalização do movimento: ao se negarem a negociar com o Sind-REDE/BH, sindicato representativo da categoria na cidade, os gestores municipais achincalham a educação municipal ao apresentarem uma proposta de reajuste de apenas 2,49%, quando a reivindicação da categoria é pelo índice indicado pela Lei do Piso, que é de 6,27% para o ano de 2025.

Se não bastasse essa proposta indigente, a Prefeitura de Álvaro Damião ainda tentou judicializar a greve dos/as trabalhadores/as, pedido que foi negado pela Justiça, que terminou por indicar uma reunião de conciliação. Por fim, a tentativa de intimidação com o corte de ponto fez a categoria ter mais convicção e, em uma Assembleia com a participação massiva dos/as trabalhadores em educação da cidade de Belo Horizonte, a greve foi mantida, agora e mais do que nunca, por dignidade e respeito.

A população de Belo Horizonte não aguenta mais o descaso com que a atual gestão da cidade vem lidando com a educação municipal. O desrespeito e os ataques proferidos contra os/as trabalhadores/as do Prefeito Álvaro Damião e de sua gestão junto à Prefeitura já é percebida na cidade toda. Os/as educadores/as, os pais, as mães, os/as estudantes e toda a comunidade escolar exigem respeito e uma solução pra o fim da greve, que é de responsabilidade dessa gestão da Prefeitura.

Os/as educadores/as de todo o país exigem respeito se somam em solidariedade a essa luta digna e justa dos/as trabalhadores em educação da rede municipal de ensino de Belo Horizonte!
Brasília, 02 de julho de 2025
Direção Executiva da CNTE

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