cut
algum texto

Entre os dias 23 e 29 de agosto de 2025, o Rio de Janeiro será palco da Rio Climate Action Week (RCAW), encontro internacional parte de uma série de iniciativas preparatórias para a COP30, prevista para novembro, em Belém do Pará. Inspirada na London Climate Action Week, a RCAW busca mobilizar governos, setor privado, academia, sociedade civil e mídia em torno de soluções para a crise climática, articulando compromissos que conectem os resultados da COP29 com a agenda da COP30.
Durante o evento, a CUT estará reunida com parceiros estratégicos para corealizar, no dia 27 de agosto, das 14h às 18h, no BRICS Policy Center, no Rio de Janeiro, o evento “Quem deve a quem? Diálogos para uma Transição Justa”, que contará com participação gratuita, presencial e transmissão ao vivo.
A iniciativa é organizada pelo Grupo de Trabalho (GT) Clima e Meio Ambiente da REBRIP – Rede Brasileira pela Integração dos Povos, em parceria com o ActionAid, a CUT e o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), organização que se dedica à pesquisa e análise de políticas públicas, com foco em questões socioeconômicas e ambientais.
Financiamento climático: quem paga a conta?
O eixo central do debate será a urgência do financiamento climático público como condição para uma transição justa, feminista e antirracista. A proposta é questionar a lógica vigente, na qual os países em desenvolvimento, embora menos responsáveis historicamente pela emissão de gases de efeito estufa, sofrem os impactos mais severos da crise climática, sem acesso justo e eficaz aos recursos prometidos nas negociações internacionais.
Na primeira mesa, intitulada “Como fechar a conta? Dilemas do financiamento climático”, a análise será sobre os mecanismos atuais de financiamento, muitas vezes burocráticos, inacessíveis e insuficientes para atender às demandas do Sul Global.
A mesa terá como debateores:
Mediação:
Reparação histórica e mundo do trabalho
A segunda mnesa, “Reparação histórica e proteção social para uma transição justa”, discutirá como a crise climática amplia desigualdades, afeta direitos trabalhistas e impacta com maior intensidade grupos historicamente marginalizados, como mulheres, negros, indígenas, comunidades tradicionais e populações periféricas. A proposta é destacar que não há transição justa sem trabalho decente e proteção social.
Participam da mesa:
Mediação:
Rio Climate Week como espaço de convergência
A RCAW busca ser um espaço de convergência multissetorial. Entre seus objetivos estão:
Embora a abertura da RCAW seja restrita a convidados, diversas atividades, como o debate “Quem deve a quem?”, terão transmissão ao vivo, ampliando a participação social e permitindo que organizações, movimentos e cidadãos acompanhem os debates e se engajem nas mobilizações rumo à COP30.
Fonte: CUT
Os preços dos alimentos em geral caíram em 15 capitais do país e subiram em outras 12, entre junho de 2025 e julho de 2025, mostra pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e, divulgada nesta quarta-feira (20). O levantamento mensal passa a incluir 10 estados que estavam fora do monitoramento realizado há quase 70 anos.
Produtos
O preço do quilo do arroz caiu em quase todas as cidades pesquisadas: 26. O feijão, vem em seguida com menores preços em 24 capitais. O preço do açúcar caiu em 22 cidades; o valor do quilo do café em pó caiu em 21. Já a carne bovina de primeira teve variação de preços: houve aumento em 11 capitais e foram registradas quedas em outros 16 municípios. O quilo da batata, coletado na região Centro-Sul, diminuiu em todas as 11 cidades.
Índices e valores
Entre junho e julho de 2025, as quedas mais importantes dos alimentos que compõem a cesta básica ocorreram em Florianópolis (-2,64%), Curitiba (-2,40%), Rio de Janeiro (-2,33) e Campo Grande (-2,18%). Já as maiores altas ocorreram em capitais do Nordeste, a saber: Recife (2,80%), Maceió (2,09%), Aracaju (2,02%), João Pessoa (1,86%), Salvador (1,80%), Natal (1,44%) e São Luís (1,40%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 865,90), seguida por Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74), Salvador (R$ 635,08) e Porto Velho (R$ 636,69).
Salário mínimo necessário
Com base na cesta mais cara, que, em julho, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em julho de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.274,43 ou 4,79 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518,00. Em junho, o valor necessário era de R$ 7.416,07 e correspondeu a 4,89 vezes o piso mínimo. Em julho de 2024, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.802,88 ou 4,82 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.412,00.
A pesquisa completa pode ser lida aqui.
A parceria Dieese/ Conab
Em 2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) firmaram parceria para acompanhamento dos preços da cesta básica de alimentos, como contribuição à Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e à Política Nacional de Abastecimento Alimentar. Um dos frutos da parceria é a ampliação da coleta de preços de alimentos básicos de 17 para 27 capitais brasileiras. A Pesquisa nas 10 novas cidades é realizada desde abril de 2025. Os primeiros resultados serão divulgados agora e referem-se a julho.
O lançamento oficial da parceria foi realizado na manhã desta quarta-feira, em Brasília. Participam da solenidade o ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira; as secretárias Extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome, e Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Luiza Trabuco e Lilian Rahal; o presidente da Conab, Edegar Pretto; o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia, Silvio Porto; a diretora técnica do Dieese, Adriana Marcolino; a conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), representando a presidência do Consea, Inês Rugani; e a coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto de Defesa de Consumidores (IDEC) e conselheira do Consea, Laís Amaral.
Fonte: CUT

“O 7 de setembro precisa ser um marco de resistência popular diante da interferência externa e dos ataques da extrema direita no Brasil.” A afirmação é de Edinho Silva, presidente nacional do PT, que participou nesta quarta-feira (20) da Plenária com Sindicalistas realizada na sede da CUT, em São Paulo. O encontro definiu o ato da Praça da República, no domingo (7), Dia da Independência, como espaço de resposta dos trabalhadores e trabalhadoras às ameaças à soberania nacional defendida pela direita brasileira.
A mobilização tem como um de seus focos o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump às exportações do Brasil. Para Edinho, trata-se da “maior violência diplomática já sofrida pelo Brasil”, medida que poderá custar milhares de empregos, mas ainda assim é defendida por setores da extrema direita no país. “Eles aceitam sacrificar trabalhadores e trabalhadoras para manter a subordinação aos interesses externos”, disse.
O presidente do PT destacou que a celebração da Independência, em 2025, não se limita a uma data histórica, mas ganha um significado político imediato. “O 7 de setembro precisa ser o momento de reafirmar a soberania nacional e dizer que não aceitamos o Brasil como quintal de ninguém”, afirmou.
Anfitrião do evento, junto com o presidente da CUT-SP Raimundo Suzart, o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, afirmou que o momento exige responsabilidade e unidade. Ao apresentar Edinho Silva, Sérgio fez uma breve avaliação da conjuntura atual no país, destacando as eleições do ano que vem.
“Temos uma agenda pesada no segundo semestre, com pautas prioritárias no Congresso Nacional que exigirão forte atuação tanto do movimento sindical quanto do partido. Além disso, temos pela frente a eleição das nossas vidas. Eu acredito que somos favoritos, mas precisamos trabalhar muito, com frente ampla, unidos, movimento sindical e partido”, afirmou o dirigente.
Ele denunciou pressões externas sobre o Brasil e destacou a dimensão internacional da disputa de 2026. “Estamos sofrendo uma agressão como nunca foi vista de maneira tão explícita, dos Estados Unidos ao Brasil, claramente querendo interferir no processo eleitoral do nosso país. O movimento sindical internacional olha para o Brasil com esperança. O caminho da vitória é o caminho da unidade”, afirmou Nobre.
A vice-presidenta da CUT e presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, ressaltou que o ato é apenas parte de uma agenda maior de mobilização. “O 7 de setembro é extremamente importante, mas não pode ser o único. É uma oportunidade de politizar a classe trabalhadora e de fazer um grande debate sobre o futuro do Brasil”, declarou.
Conjuntura internacional e tarifaço
Edinho Silva explicou que o tarifaço de Trump não é apenas uma medida econômica, mas um gesto político voltado a interferir nas eleições brasileiras de 2026. “É uma interferência externa para desequilibrar o processo eleitoral e impedir que o Brasil siga seu caminho soberano, ao lado dos BRICS, do Pix internacional e da valorização de nossas riquezas estratégicas, como os minerais raros”, afirmou.
Segundo ele, a extrema direita brasileira atua contra os interesses nacionais e em alinhamento ao projeto de poder de Trump. “Não se trata apenas de divergência política interna, mas de um alinhamento total aos interesses estrangeiros, mesmo que isso signifique desemprego em massa e perda de nossa soberania”, denunciou.
É a maior violência diplomática já sofrida pelo Brasil. Nunca um país impôs tamanha retaliação comercial a outro com a intenção explícita de intervir em sua política interna
O dirigente lembrou ainda os riscos que persistem após a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. “Se perdermos o embate da soberania nacional, o Brasil será anexado e transformado no quintal dos Estados Unidos. Nossa luta é para evitar isso”, disse.
Tentativa de golpe com planos de assassinatos
Ao analisar o cenário político, Edinho lembrou que o país ainda lida com as consequências da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. “Havia planos para assassinar o presidente da República, o vice-presidente e o ministro Alexandre de Moraes. Isso mostra o grau de ameaça que a democracia brasileira enfrentou e ainda enfrenta”, afirmou, destacando que não se tratava apenas da invasão das sedes dos Três Poderes, mas de um plano mais amplo de ruptura institucional.
Edinho Silva reforçou que é preciso lembrar a sociedade a todo instante que “eles tinham um plano de assassinar o Presidente da República, o vice e o presidente do TSE, à época Alexandre de Moraes, responsável por diplomar Lula e Alckmin como chefes do Executivo.
O papel da CUT
Diante desse cenário, Edinho destacou o papel da CUT como uma responsabilidade histórica. “É a central que sempre esteve à frente das grandes lutas pela democracia e pelos direitos. Agora, precisa conduzir esse processo de mobilização para que a classe trabalhadora entenda que a defesa da soberania nacional é a defesa do emprego, do salário e da dignidade.”
Plebiscito sobre o futuro do Brasil
Entre as estratégias discutidas, Edinho defendeu a inciativa do plebiscito popular. “É fundamental que consultemos o povo brasileiro sobre os grandes temas nacionais. O plebiscito é um instrumento democrático de participação que fortalece o debate público e dá legitimidade às decisões sobre o futuro do país”, disse.
Segundo ele, essa consulta popular tem o papel de ser um mecanismo para enfrentar a desinformação e a narrativa da extrema direita. “Quando o povo é chamado a decidir, fica claro quem está ao lado da soberania e quem está ao lado da submissão.”
Edinho explicou que a disputa ideológica só será vencida se for feita junto à população.
O debate na sociedade se ganha quando se pergunta à sociedade o que ela quer. Ninguém gosta de pagar impostos, mas todos compreendem a importância de ter saúde, educação, moradia e segurança
Ele acrescentou: “Quando mostramos que são os pobres que pagam mais impostos, e que precisamos de justiça tributária para que os ricos paguem o que devem, conseguimos conquistar a maioria. O povo sabe que é injusto carregar sozinho esse peso.”
Governo prepara novos programas
Apesar do cenário de tensão e ataques externos, Edinho destacou avanços e planos do governo Lula. Ele citou programas já em andamento, como a retomada do Minha Casa Minha Vida, os investimentos em infraestrutura e a ampliação do Bolsa Família, além de iniciativas que serão lançadas nos próximos meses.
“O governo tem programas fundamentais que ainda serão anunciados, voltados à habitação, ao desenvolvimento e à proteção social. É um ciclo de investimentos que vai melhorar a vida do povo. Mas só teremos condições de consolidar essas políticas se a sociedade estiver mobilizada para enfrentar a extrema direita e a violência diplomática que sofremos”, afirmou.
Eleições
A unidade entre partidos, sindicatos e movimentos sociais será decisiva para o enfrentamento à extrema direita em 2026. Edinho Silva e o presidente da CUT, Sérgio Nobre, citaram, durante a plenária que, assim como em 2022, esta será, mais uma vez, uma eleição fundamental que vai decidir o futuro do país e qual tipo de sociedade queremos.
“Será a mais importante das nossas vidas. O futuro do Brasil e da América Latina estará em jogo. Precisamos estar unidos em torno da reeleição do presidente Lula”, defendeu Edinho.
Fonte: CUT
Escrito por: Luiz R Cabral

O governo federal diante da repercussão nas redes sociais do vídeo feito pelo influenciador Felca, que denunciou a adultização e a sexualização precoce de crianças em conteúdos publicados nas redes sociais, decidiu acelerar a entrega ao Congresso de um projeto de regulação das redes sociais.
O texto final mobilizou diferentes ministérios e órgãos e será uma espécie de Marco Legal de Proteção do Usuário de Serviços Digitais — proposta que se aproxima de um Código de Defesa do Consumidor adaptado ao universo online.
O projeto prevê a responsabilização de plataformas e provedores de internet por conteúdos ilícitos e práticas nocivas, estabelecendo obrigações claras para empresas que operam no Brasil. A espinha dorsal do texto é a criação de mecanismos para proteger usuários e tornar mais transparente a atuação das grandes empresas de tecnologia. Ele será apresentado ao congresso na próxima semana.
“É fundamental que o governo aproveite o momento de mobilização social gerado pelas denúncias de Felca para avançar na proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital. O Marco Legal de Proteção do Usuário de Serviços Digitais representa um passo importante para identificar e responsabilizar as plataformas e tornar mais transparente a atuação das grandes empresas de tecnologia, garantindo direitos e segurança para todos os usuários”, afirmou Maria Faria, secretária de comunicação da CUT nacional.
Falam uma coisa e fazem outra
A Bancada da direita tem se colocado contra medidas de regulação das redes sociais, alegando supostos riscos à liberdade de expressão. No entanto, ignoram a contradição evidente: nos próprios círculos conservadores e ultraconservadores, adotam termos carregados de conotações sexuais e moralistas, cuidadosamente manipulados para avançar agendas políticas e ideológicas. Expressões ambíguas ou deliberadamente ressignificadas — como “ideologia de gênero”, “kit gay” e “cristofobia” — funcionam como instrumentos de medo, estigmatização e controle social, enquanto se apresentam como defensores da liberdade. Essa seletividade revela que a defesa da expressão, para esses grupos, é menos sobre direitos universais e mais sobre legitimar discursos que reforçam hierarquias, censuram minorias e perpetuam preconceitos enraizados na sociedade.
Quem não lembra do então presidente Jair Bolsonaro que declarou que “pintou um clima” ao ver meninas venezuelanas de 14 e 15 anos, sugerindo que estariam “arrumadas para ganhar a vida”, insinuando exploração sexual.
O Caso Felca
Em 6 de agosto de 2025, o influenciador Felca publicou o vídeo “Adultização”, denunciando a sexualização precoce, pedofilia e exploração de menores em plataformas digitais. Assunto que ele vinha investigando e pesquisando há anos. Entre os citados estavam Hytalo Santos, investigado pelo Ministério Público da Paraíba, Kamylla Maria Silva e o canal Bel Para Meninas.
O conteúdo viralizou rapidamente, alcançando entre 20 e 36 milhões de visualizações no YouTube (66 milhões considerando republicações), resultando na remoção de perfis no Instagram, desmonetização de vídeos e proibição judicial de contato de Hytalo com menores.
Felca passou a receber ameaças e adotou medidas de segurança, além de mover ação judicial contra 233 perfis no X por difamação, oferecendo alternativas como retratação e doação a instituições de apoio a vítimas.
A denúncia teve grande repercussão social e política: recebeu apoio de artistas e políticos, e motivou ao menos 13 projetos legislativos, conhecidos como “Lei Felca”, para coibir a adultização e pornografia infantil online. O alcance digital elevou seus seguidores de 20 para 30 milhões, dominando Trending Topics e picos de busca no Google.
O influenciador paraibano Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, foram presos preventivamente nesta sexta-feira (15) em uma casa em Carapicuíba, na Grande São Paulo.
Números de crimes na Intenet
Um levantamento do InHope, associação internacional que reúne 55 hotlines — canais de denúncia de crimes na internet — aponta a SaferNet como o quinto serviço que mais contribuiu para a detecção global de páginas com material de abuso sexual de crianças (CSAM) em 2024.
Segundo o relatório, o país compartilhou com os canais internacionais 48.874 páginas no ano passado. Destas, 10.823 derivaram de denúncias feitas por usuários da internet à própria SaferNet, enquanto 38.051 páginas foram identificadas por meio de ferramentas de detecção automatizada e busca proativa, dentro do projeto Discover. Esses conteúdos foram encaminhados a hotlines e autoridades estrangeiras quando as vítimas eram de outros países ou os crimes relatados não ocorreram no território brasileiro.
Entre 2022 e 2024, a participação da SaferNet no esforço internacional cresceu de forma expressiva: o serviço subiu da 27ª para a 5ª posição no ranking de cooperação global. Em 2024, apenas os hotlines da Bulgária, Reino Unido, Holanda e Alemanha superaram o Brasil no volume de compartilhamento de páginas com conteúdo de abuso infantil.
Em 2024, os 55 hotlines que atuam em 51 países identificaram 1.155 páginas hospedadas no Brasil, de todas as páginas de abuso infantil detectadas no mundo. Cabe lembrar que essas páginas são visualizadas por milhares de pessoas diariamente. Elas foram analisadas pelo Núcleo Técnico de Combate aos Crimes Cibernéticos do Ministério Público Federal e remetidas para investigação.
Como denunciar
A mobilização em torno do caso expôs, mais uma vez, a urgência de regulamentar o ambiente digital e enfrentar crimes que exploram vulnerabilidades, sobretudo de crianças e adolescentes. Regras claras, capazes de proteger usuários e responsabilizar quem lucra com práticas nocivas se faz indispensável à manutenção da democracia. Assim, seguem alguns canais oficiais para denunciar crimes cometidos na internet, especialmente casos de abuso infantil, exploração sexual, ameaças e outros ilícitos virtuais:
Disque 100 – Central de Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Recebe denúncias de violações contra crianças, adolescentes e outros grupos vulneráveis, inclusive crimes online. Funciona 24h e é gratuito.
SaferNet Brasil – Plataforma especializada em denúncias anônimas de crimes na internet, como pornografia infantil, racismo, apologia e incitação a crimes contra a vida. Para entrar no site clique aqui.
Polícia Federal 181 – Recebe denúncias diretamente pelo site ou nas delegacias, principalmente para crimes cibernéticos de maior gravidade e alcance internacional.
Delegacias Especializadas de Crimes Cibernéticos – Presentes em diversos Estados, recebem denúncias presenciais ou por canais online.
Fonte: CUT

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou para que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pague benefício temporário, análogo ao auxílio-doença, a mulheres vítimas de violência doméstica que precisem parar de trabalhar. 

O plenário do Supremo julga um recurso em que o INSS tentava derrubar o direito obtido por uma trabalhadora do Paraná, em decisão na segunda instância da Justiça Federal, para que recebesse benefício previdenciário análogo ao auxílio-doença pelo afastamento do trabalho em razão da Lei Maria da Penha.
O direito ao afastamento do trabalho para vítimas de violência doméstica, sem prejuízo do salário, por até seis meses, é garantido pela Lei Maria da Penha, mas o INSS argumenta que não pode ser obrigado a arcar com os pagamentos, por falta de previsão legal.
Lei Maria da Penha
No caso concreto, diante da indefinição da legislação, o juiz responsável pela decisão de afastamento determinou que o INSS fizesse o pagamento do benefício à segurada, de modo a garantir a efetividade da medida prevista na Lei Maria da Penha. Essa decisão é agora confirmada pela maioria do Supremo.
Pelo voto do relator, ministro Flávio Dino, o pagamento do benefício pode ser determinado pela Justiça estadual em função da Lei Maria da Penha, de modo a garantir a aplicação da medida protetiva para a vítima de violência. “O sistema normativo deve ser interpretado no sentido de conferir a maior proteção à mulher vítima de violência doméstica e familiar”, explicou o ministro.
Uma vez liberado o benefício, cabe à Previdência Social – de forma regressiva – acionar a Justiça Federal para que os valores possam ser ressarcidos à autarquia pelos responsáveis pela violência, votou a maioria do Supremo.
Pagamento
Por essa maioria, é dever da União garantir a efetividade imediata do afastamento do trabalho previsto na Lei Maria da Penha. Para isso, o pagamento pode ser de natureza previdenciária, no caso de trabalhadoras com carteira assinada, ou assistencial, quando a fonte de renda for informal, desde que comprovada a impossibilidade de trabalhar.
“Além da própria remuneração, é importante destacar que também devem ser mantidos o recolhimento fundiário e previdenciário, a contagem do tempo de serviço e todos os consectários da relação trabalhista firmada, a fim de que a vítima de violência doméstica não seja duplamente prejudicada pela situação em que se encontra por circunstâncias alheias a sua vontade”, escreveu o ministro.
Até o último domingo (17), Flávio Dino foi seguido pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Dias Toffoli. Os demais têm até as 23h59 desta segunda-feira (18) para votar no plenário virtual.
A decisão da maioria deve ser confirmada caso não haja pedido de vista (mais tempo de análise) ou destaque (remessa do caso ao plenário físico).
Fonte: CUT

A resposta do povo brasileiro aos ataques da extrema direita que defendem o tarifaço de 50% de Donald Trump aos nossos produtos exportados para os Estados Unidos, mesmo que milhares de trabalhadores e trabalhadoras percam seus empregos, será dada nas ruas em 7 de setembro (domingo) dia da Independência.
Para isso a CUT, centrais sindicais, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo e Grito dos Excluídos estão fazendo um chamado à população para que participe dos atos que serão realizados em todo o país.
Na capital de São Paulo será realizado na Praça da República, centro, a partir das nove da manhã. Em Fortaleza (CE) o ato está marcado para a Praça da Paz Dom Helder Câmara, Praia do Futuro, a partir das oito da manhã. Os locais e horários dos demais atos serão divulgados em breve.
O presidente da CUT Sergio Nobre e o ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho durante a live das centrais sindicais em defesa da democracia, do emprego e da soberania nacional, realizada na semana passada, destacaram a importância de o povo ir às ruas no 7 de setembro.
“Temos de demonstrar para o mundo que o povo brasileiro está disposto a defender a sua soberania, o seu emprego, que o nosso país e a classe trabalhadora não ficam de joelhos a ninguém e nós vamos dizer para o Trump que apesar dele o Brasil vai continuar crescendo, vai continuar com democracia e a classe trabalhadora apoiando as suas instituições”, ressaltou Sergio Nobre.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho também foi enfático ao defender uma mobilização do povo brasileiro em defesa da nossa soberania.
“É um processo de mobilização permanente e nós sabemos que nós temos riscos e uma das questões é, portanto, como diz o presidente Lula, a defesa da nossa democracia, defesa das nossas instituições, defesa da nossa soberania. Portanto, 7 de setembro vem aí, como dia importante de mobilização, temos que dar demonstração que o povo brasileiro, o povo trabalhador está unido em defesa do Brasil”, declarou Luiz Marinho.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fez um levantamento de que se nenhuma medida fosse implementada pelo governo brasileiro (Lula anunciou um pacote de ajuda de R$ 30 bilhões às empresas afetadas pelo tarifaço), em um ano mais de 700 mil trabalhadores e trabalhadoras de diversos setores poderiam perder o emprego e as sanções impactariam negativamente o Produto Interno Bruto (PIB) em 0,35%.
O tarifaço de Trump é culpa da Família Bolsonaro
Desde que se autoexilou nos Estados Unidos o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) tem tratado com o presidente dos Estados Unidos sanções econômicas que prejudicam o povo brasileiro. A ideia do tarifaço surgiu sob o argumento de que há uma perseguição política ao ex-presidente que está sendo julgado por tentativa de golpe de Estado.
Leia mais Julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado começa dia 2/09 decide STF
Uma pesquisa do Datafolha mostra que para 39% dos entrevistados a família Bolsonaro é culpada pelo tarifaço, sendo que para 22% a culpa é do ex-presidente e 17% culpam seu filho Eduardo. Outros 35% responsabilizam Lula e o ministro Alexandre de Moraes ficou com 15%.
Fonte: CUT

Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela a imensa desigualdade de tributação entre ricos, pobres e a classe média do país, e como é preciso reverter minimamente esse quadro fazendo os mais abastados pagarem mais imposto para que seja aplicada a isenção de alíquota para quem tem renda de até R$ 5 mil mensais. Você também pode ouvir abaixo no Podcast Estúdio CUT, detalhes sobre a desigualdade tributária e a proposta de isenção do IR até R$ 5 mil.
No documento “Reforma do Imposto de Renda: Um passo para a justiça tributária”, que aborda a proposta de reforma do imposto de renda no Brasil, apresentado durante a “Jornada de Debates: 70 Anos produzindo conhecimento a serviço da classe trabalhadora” do Dieese, a diretora-técnica da entidade Adriana Marcolino destacou a crescente concentração de renda e a desigualdade social no país, apontando como o sistema tributário atual favorece os mais ricos através de isenções fiscais e baixas alíquotas efetivas sobre grandes fortunas.
“O Brasil é o país com mais milionários na América Latina, com 433 mil e, é o país mais desigual segundo o relatório global de riqueza de 2005”, apontou Adriana.
Enquanto os 50% mais pobres se apropriam de 14,40% da riqueza geral, os 10% mais ricos se apropriam de 51,50% de toda a riqueza produzida no Brasil. Em compensação, os 10% mais ricos responderam por 41,6% do total de deduções em 2022. Os 5% mais ricos por 26,6% e o 1% mais rico por 8,25%.
“Os ricos pagam menos impostos proporcionalmente devido a fatores como a isenção de dividendos, a alta tributação sobre consumo (que pesa mais no bolso dos pobres), a elisão fiscal (uso de paraísos fiscais e brechas legais)
É importante esse debate porque às vezes a sociedade tem um senso comum, de que taxar milionários vai taxar cada pessoa que tem um salário um pouco acima de R$ 5 mil, R$ 10 mil. A gente não está falando dessa renda. A gente está falando desse pessoal que ganha de R$ 2 milhões a R$ 100 milhões por dia
“Enquanto um trabalhador que hoje ganha 5 mil reais contribui financeiramente com o Estado brasileiro em 9,57% da sua renda, uma pessoa que tem uma renda muito grande não contribui sequer com 2,5%”, complementa.
“E aí, vocês veem por aí que a justificativa, inclusive, quando o governo tenta mudar alguma dessas isenções é que se retirar essa isenção o Brasil vai quebrar os empregos, todo o discurso que a gente está acostumada a ver, mas o rico não é tributado é isento, é livre, para gastar nos produtos de luxo que ele quiser. Só 10% são tributados e 21% têm algum rendimento exclusivo, ou seja, alguma impulsão, alguma prefação especial”, explica.
*Os rendimentos de tributação exclusiva/definitiva, são aqueles em que seus valores: não compõem a base de cálculo do imposto sobre a renda da pessoa física (IRPF) na Declaração de Ajuste Anual (DAA); não geram qualquer impacto no imposto devido; e não admitem a restituição do imposto de renda retido na fonte (IRRF).
“Por outro lado, cada vez mais temos trabalhadores financiando o Estado brasileiro mas enfrentamos todo esse debate da política fiscal, do Estado mínimo, e se a gente não avançar no debate que o andar de cima tem que pagar mais, a gente também não vai conseguir garantir o financiamento necessário para o conjunto de políticas públicas que o Estado brasileiro oferece”, alerta Adriana.
Tributação sobre consumo
A diretora-técnica do Dieese também defendeu uma diferenciação na cobrança do imposto sobre consumo. No Brasil, a distribuição da arrecadação tem um peso muito grande dos impostos indiretos, ou seja, todos aqueles impostos que são cobrados em produtos e serviços que a gente consome. Em outros países, os impostos indiretos têm um peso menor. E a tributação de renda e propriedade, que é um imposto direto, ele vai cobrar o percentual diretamente da riqueza daquela pessoa tem.
“Desse ponto de vista, uma pessoa que tem salário baixo vai pagar o mesmo imposto contido no preço de um arroz, feijão, que uma pessoa muito rica paga. E isso não tem uma contraparte do imposto de renda, dos impostos diretos. Então, isso também é uma forma da tributação pesar mais no custo dos mais pobres do que dos mais ricos”, explica Adriana.
Brasil não é o país que mais cobra imposto
A maior alíquota do Brasil é de 27,5%.
América Latina: média é de 30,7%;
América: média é de 31,0%;
Países que compõem o G20: média de 30,9% e;
Países que compõem a OCDE: média de 41,2%.
A proposta do governo para uma maior justiça tributária
Para trabalhadores de baixa e média renda:
O projeto prevê a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5.000,00 por mês.
Haverá imposto menor para quem ganha até R$ 7.350,00 por mês.
Essa medida busca beneficiar contribuintes que, historicamente, foram prejudicados pela defasagem da tabela do IR, que não foi reajustada entre 2016 e 2022, resultando em uma defasagem acumulada de 47,87% frente à inflação de 58,05% no período.
Exemplos de quanto o trabalhador vai economizar com o PL 1.087/2025
Carlos, motorista (R$ 3.500/mês): Em 2025, paga R$ 39,76 de IRPF/mês. Em 2026, pagará R$ 0,00, economizando R$ 4.170,82 no ano.
Rosa, professora (R$ 5.000/mês): Em 2025, paga R$ 312,89 de IRPF/mês. Em 2026, pagará R$ 0,00, economizando R$ 3.754,68 no ano.
João, metalúrgico (R$ 5.500/mês): Em 2025, paga R$ 436,80 de IRPF/mês. Em 2026, pagará R$ 190,48, economizando R$ 3.283,48 no ano.
Maria, enfermeira (R$ 6.500/mês): Em 2025, paga R$ 680,89 de IRPF/mês. Em 2026, pagará R$ 567,71, economizando R$ 1.508,66 no ano.
Para os super-ricos e detentores de grandes fortunas, o projeto prevê :
A introdução de um imposto mínimo para quem recebe a partir de R$ 600.000,00 por ano.
A alíquota de imposto aumentará progressivamente, podendo chegar a até 10% para rendas a partir de R$ 1.200.000,00.
Haverá cobrança de 10% sobre lucros e dividendos recebidos por acionistas pessoas físicas que recebem mais de R$ 50 mil por empresa. Atualmente, a isenção de dividendos é uma das razões pelas quais os ricos pagam proporcionalmente menos impostos no Brasil.
Ouça no Podcast Estúdio CUT a entrevista de Adriana Marcolino sobre a isenção do imposto de renda.
Calendário da Jornada de Debates do Dieese
No último dia 4 foi realizado em Pernambuco.
12 de agosto
Rio de Janeiro
Horário: 15h
Local: Auditório do Sinpro Rio
Endereço: rua Pedro Lessa, 35, 2º andar, Cinelândia, Rio de Janeiro
Mais informações: (21) 97675-1024 e errj@dieese.org.br
13 de agosto
Sergipe
Horário: 9h
Local: Auditório do Sindifisco-SE
Endereço: rua Jornalista João Batista de Santana, 1.914, Coroa do Meio, Aracaju
Mais informações: (79) 99600-4993 e erse@dieese.org.br
Ceará
Horário: 14h
Local: Fundação Sintaf
Endereço: rua Padre Mororó, 952 – Centro, Fortaleza
Mais informações: (85) 98736-2165 e erce@dieese.org.br
Distrito Federal
Horário: 14h30
Local: Auditório do Sindicato dos Bancários de Brasília
Endereço: EQS 314/315 SUL, 1° andar, Asa Sul, Brasília
Mais informações: (61) 98404-8306 e erdf@dieese.org.br
14 de agosto
Santa Catarina
Horário: 9h30
Local: Fetaesc
Endereço: avenida Leoberto Leal, 976, Barreiros, São José
Mais informações: (48) 99199-8762 e ersc@dieese.org.br
Bahia
Horário: 14h30
Local: Auditório do Sindicato dos Químicos da Bahia
Endereço: rua Marujos do Brasil, 20, Nazaré, Salvador
Mais informações: (71) 98802-8318 e erba@dieese.org.br
15 de agosto
Goiás
Horário: 9h
Local: Auditório do Sinpro-GO
Endereço: avenida Independência, 942, Quadra 943, Lote 33, Setor Leste, Vila Nova, Goiânia
Mais informações: (62) 99272-0539 e ergo@dieese.org.br
18 de agosto
Pará
Horário: 9h
Local: Auditório do Sindicato dos Urbanitários do Pará
Endereço: avenida Duque de Caxias, 1.234, Marco, Belém
Mais informações: (91) 98805-6505 e erpa@dieese.org.br
19 de agosto
Paraná
Horário: 13h30
Local: Espaço Cultural e Esportivo do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e Região
Endereço: rua Piquiri, 380, Rebouças, Curitiba
Mais informações: (41) 99967-1461 e erpr@dieese.org.br
28 de agosto
Espírito Santo
Horário: 10h
Local: Sindfer ES MG
Endereço: avenida Governador Bley, 186, Centro, Vitória
Mais informações: (27) 99624-7090 e eres@dieese.org.br
Fonte: CUT

Somente nos últimos dois dias, 123 pessoas morreram em ataques do Estado de Israel à Cidade de Gaza. Desde outubro de 2023, a ofensiva israelense em Gaza já matou mais de 61 mil palestinos, segundo autoridades locais, agravando uma crise humanitária que tem sido marcada por fome, bloqueio de ajuda humanitária e colapsos nas estruturas, como no sistema de saúde.
O número de jornalistas mortos (192) já supera o total combinado das duas Guerras Mundiais, da Guerra do Vietnã e do conflito na Ucrânia. Diversos países e a União Europeia já alertam para “níveis inimagináveis” de sofrimento. ONG´s que defendem direitos humanos, como a o caso da The Elders, esta semana denunciam um genocídio em curso na região.
No último fim de semana, centenas de protestos em vários países, como Inglaterra, Grécia, Turquia, entre outros, foram realizados contra os planos do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de ocupar e anexar a Faixa de Gaza. Até mesmo em Tela-Aviv, capital do país, israelenses foram as ruas contra as ações do mandatário.
No Brasil, a CUT se soma ao movimento de indignação internacional diante da tragédia humanitária em curso na Faixa de Gaza. Para a central, o que ocorre no território palestino não é apenas uma crise humanitária, mas um genocídio promovido pelo governo de extrema-direita de Israel, comandado por Benjamin Netanyahu.
“O que está acontecendo é inominável, é um dos maiores crimes humanitários deste século, um massacre. E nós, como movimento sindical, não podemos agir como se nada estivesse ocorrendo. O mundo inteiro está vendo e temos a responsabilidade de tomar posição”, afirmou o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa.
A Central já apresentou uma proposta de resolução à Confederação Sindical Internacional (CSI), assinada por mais de 90 centrais sindicais de diversos países, exigindo o fim imediato da violência contra a população civil palestina e defendendo o direito à autodeterminação do povo palestino.
A denúncia da CUT, no entanto, não é nova. No 14º Congresso Nacional da CUT, realizado em outubro de 2023, a Central aprovou uma resolução que apontava com clareza os riscos de escalada autoritária em Israel. O documento separa de forma explícita o povo judeu das ações criminosas do governo israelense.
“Nossa resolução já dizia, desde 2023. Uma coisa são os judeus, outra coisa é a política da extrema-direita israelense. O que estamos atacando é o governo de Israel liderado por Netanyahu, uma figura genocida, não o povo israelense, que inclusive tem se manifestado contra esse massacre”, ressaltou o dirigente.
A CUT reafirma sua posição histórica em defesa da autodeterminação dos povos e repudia o governo de extrema-direita de Israel, que promove ataques sistemáticos contra a população civil palestina. Denunciamos o uso político e militar da religião para justificar violações de direitos humanos e reafirmamos que nossa crítica se dirige ao Estado de Israel e não ao povo judeu, muitos dos quais também lutam por justiça e paz
A CUT lembra que há milhares de judeus em Israel e no Brasil contrários à guerra e às ações do governo israelense. “Mais de 600 comandantes das Forças Armadas de Israel já se pronunciaram contra o massacre. O próprio povo de Israel está cada vez mais crítico ao que está sendo feito em seu nome”, destacou.
Denúncia no Tribunal Internacional e pressão internacional
Lisboa também comentou a decisão do Brasil de aderir à ação liderada pela África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, que acusa o Estado de Israel de genocídio. Para a CUT, a decisão do governo brasileiro foi correta, corajosa e necessária.
“Foi uma decisão acertadíssima. O Brasil está do lado certo da história ao denunciar o massacre contra o povo palestino. É importante deixar claro que isso não é um ataque ao povo judeu, mas sim uma denúncia do que a extrema-direita israelense está fazendo.”
Mesmo diante de críticas de setores conservadores à decisão do Brasil, como a nota emitida pela Confederação Israelita do Brasil, que atacou a posição do governo brasileiro, a CUT reafirma que não se pode confundir denúncia de crimes de guerra com antissemitismo.
“Acusar o governo de Israel não é acusar o povo judeu. Esse tipo de confusão é muitas vezes usada como escudo para proteger ações indefensáveis. Quem promove o genocídio não é a população, é o governo de extrema-direita de Netanyahu, que age com brutalidade contra civis palestinos”, reforçou.
Palestina livre e solidariedade internacional
A posição da CUT está em consonância com a de diversas organizações sindicais e de direitos humanos que têm exigido um cessar-fogo imediato, o fim do bloqueio a Gaza e o reconhecimento do Estado da Palestina. Para a central, é necessário atuar em todas as frentes possíveis para denunciar o genocídio e construir solidariedade internacional com a causa palestina.
“Nosso papel é, em todos os espaços onde estivermos – sindicatos, fóruns internacionais, cúpulas populares – levar a denúncia do genocídio e apoiar a luta do povo palestino. O massacre precisa parar. A ocupação precisa acabar. A Palestina tem direito à liberdade”, concluiu o dirigente.
Fonte: CUT

A CUT e as demais centrais sindicais realizaram na manhã desta quarta-feira (13) uma live em que seus dirigentes e o ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho, defenderam formas de manter empregos e reajustes salariais diante do tarifaço de 50% que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs às exportações brasileiras, numa afronta à nossa soberania para tentar livrar o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), da cadeia por tentativa de golpe de Estado.
O presidente da CUT Sergio Nobre destacou que as sanções dos EUA são um ataque muito forte à soberania do nosso país e que tem como objetivo desestruturar a nossa economia, que, segundo ele, tem se mostrado muito forte.
“O presidente Lula vem reagindo de maneira muito correta, com serenidade e também com muita firmeza. A gente sabe que os Estados Unidos têm mais instrumento de pressão do que tem o Brasil em relação a eles, mas a gente não é um país qualquer. A gente é uma nação grande e a gente tem que tratar isso de cabeça erguida e não ser subserviente aos Estados Unidos”, declarou.

Diante da possibilidade de desemprego, que de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) se nenhuma medida for implementada, pode atingir em um ano mais de 700 mil trabalhadores e trabalhadoras de diversos setores, e ter um impacto no Produto Interno Bruto (PIB) de 0,35% negativo, Sergio Nobre defendeu que para atravessar esse período o melhor caminho é a negociação coletiva dos sindicatos junto ao empresariado.
“A gente propôs que cada setor, cada empresa afetada forme uma mesa de negociação séria, que não pode passar de 10 dias para a gente conversar e estabelecer as medidas”, afirmou.
Ainda em sua fala, o presidente da CUT defendeu o pacote de R$ 30 bilhões que o presidente Lula propõe para enfrentar o tarifaço, mas desde que as empresas que tomarem empréstimos a juros menores preservem os empregos.
Leia mais Lula anuncia pacote de R$ 30 bi de proteção a empresas e empregos contra tarifaço
“É preciso tomar cuidado com aquelas empresas que demitem previamente porque sabem que vai ter que se comprometer com o emprego, então demite antes. É muito importante que a gente fortaleça as campanhas salariais do segundo semestre, por que tem empresas já se aproveitando dizendo que o cenário está incerto e pedem para transferir a campanha salarial para o ano que vem e, nós não podemos entrar nessa”, alertou.
Nós precisamos seguir recuperando o valor do salário, tendo aumento real e, é papel de todas as centrais apoiar as campanhas salariais do segundo semestre, que são as grandes categorias que vão negociar
No plano internacional o presidente da CUT disse está sendo articulando para setembro um encontro virtual das centrais sindicais do Brasil, do México, do Canadá, dos Estados Unidos e da Europa, para estabelecerem um documento e um posicionamento comuns sobre o tarifaço.
“O comportamento do Trump desorganiza o processo de produção e a troca comercial entre os países de maneira criminosa. É uma posição comum. Então, eu também estou solicitando para que o presidente da OMC [Organização Mundial do Comércio] receba todas as centrais sindicais desses países para a gente conversar sobre a perversidade desse programa e o impacto que tem no emprego, não só no Brasil, mas também no mundo”, afirmou Sergio Nobre.
Impactos do tarifaço
A análise do impacto das tarifas foi feita pela diretora-técnica do Dieese, Adriana Marcolino. No documento apresentado há uma avaliação dos impactos da taxação em diversos setores econômicos brasileiros e as potenciais consequências para as negociações coletivas no segundo semestre, além de destacar propostas das centrais sindicais. O documento completo pode ser lido aqui.
As propostas das centrais sindicais incluem:
Ministro do Trabalho e Emprego defende atuação sindical contra o tarifaço
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, em vídeo enviado, lembrou que os principais acordos coletivos estão agora se dando a partir de setembro, a novembro e pediu que os sindicatos “olhem com muito carinho, estude a realidade de cada empresa, de cada setor, para caprichar na negociação coletiva, na manutenção do emprego”.
“Vejo que esse episódio do Trump nos coloca a obrigação de estar mais atento para termos efetivamente o quadro de cada empresa para não comprar gato por lebre. Pode ter muitas empresas que busquem aproveitar de forma oportunista nesse momento para evitar dar um reajuste de salário, de aumento real de salário ou negociar de forma rebaixada. Portanto, o sindicato tem o domínio da situação do mercado interno, do mercado externo de cada empregador. É fundamental nessa hora da negociação.”, afirmou.
Marinho entende que este momento não é de desespero e que os Estados Unidos são um importante parceiro comercial, construído há mais de 200 anos, mas que nossa dependência comercial em relação aquele país caiu de 25% em 2003 para 12% em 2025.
“Ocorre que nós abrimos muitos outros mercados. Nós crescemos muito as nossas exportações e importações também. Somente esses dois anos e meio do governo do presidente Lula, desse mandato, nós abrimos 387 novos mercados para os produtos brasileiros. É por essa razão que vem diminuindo a dependência do mercado norte-americano. Nós queremos continuar sendo parceiro forte, mas nós queremos continuar diminuindo ainda mais essa nossa independência. Quero dizer a vocês, seguramente quando terminar esse processo, o Brasil estará mais forte e menos dependente ainda do mercado norte-americano”, afirmou.
Luiz Marinho reafirmou o compromisso que o Ministério do Trabalho e Emprego estar sempre à disposição para dialogar junto aos sindicatos, buscar alternativas e soluções juntos.
É um processo de mobilização permanente e nós sabemos que nós temos riscos e uma das questões é, portanto, como diz o presidente Lula, a defesa da nossa democracia, defesa das nossas instituições, defesa da nossa soberania. Portanto, 7 de setembro vem aí, como dia importante de mobilização, temos que dar demonstração que o povo brasileiro, o povo trabalhador está unido em defesa do Brasil
Sete de setembro, dia de defender a soberania nacional e os empregos
Sergio Nobre anunciou que haverá um ato no dia 7 de setembro (domingo) em todo o país. Em São Paulo será realizado na Praça da República, centro da cidade, a partir das nove da manhã.
Temos de demonstrar para o mundo que o povo brasileiro está disposto a defender a sua soberania, o seu emprego, que o nosso país e a classe trabalhadora não ficam de joelhos a ninguém e nós vamos dizer para o Trump que apesar dele o Brasil vai continuar crescendo, vai continuar com democracia e a classe trabalhadora apoiando as suas instituições
Troca de informações entre sindicatos
As centrais sindicais lançaram um site para o compartilhamento de informações sobre as dificuldades enfrentadas pelo Tarifaço nas Negociações Coletivas, bem como sobre questões relacionadas à suspensão de contratos de trabalho ou a demissões, especialmente quando estas apresentarem índices elevados de geração de desemprego.
Acesse aqui https://centraissindicais.org.br/emprego/
Participantes da live
Além de Sergio Nobre participaram da live Miguel Torres, presidente da Força Sindical; Ricardo Patah, presidente (UGT); Ronaldo Leite, secretário-Geral (CTB); Moacyr Tesch, presidente (NCST); Álvaro Egea, secretário-Geral (CSB) e Nilza Almeida, secretária-Geral (Intersindical). Cada um dos participantes discorreu sobre os impactos do tarifaço.
A coordenação da live foi de Clemente Ganz Lúcio, assessor das Centrais Sindicais. A reprise da transmissão pode ser vista no Youtube da CUT
Fonte: CUT