Estudantes chilenos protestam contra reforma educacional

Os estudantes afirmam que apesar da iniciativa de enviar uma reforma educacional ao Congresso, este projeto não cumpre a promessa de gratuidade universal da educação, a qual o governo se comprometeu.
Para a Confech, o atual projeto de Bachelet consolida o “mercado da educação” e não garante educação pública e gratuita como um direito. A entidade critica ainda o fato de a reforma ter sido formulada sem a participação estudantil.
As manifestações tomaram as principais ruas do centro da capital, Santiago, e foram fortemente reprimidas pela polícia. Cerca de 140 estudantes foram detidos.
Educação no Chile

Desde 2011 acontecem grandes mobilizações pela educação pública e gratuita no Chile. Isso porque, o país que teve uma das piores ditaduras militares do continente ainda não conseguiu se desvencilhar do pulso firme (e sujo de sangue) de Augusto Pinochet que aplicou o neoliberalismo em sua forma mais dura.
Assim como outros setores, a Educação foi privatizada e mesmo depois de 20 anos, a população ainda paga o preço ter se tornado um laboratório para o neoliberalismo no mundo.
A educação pública raramente é gratuita, mesmo no ensino básico. É comum que até mesmo as escolas responsáveis por atender alunos mais pobres cobrem taxas periódicas. Há casos de adultos que começam a pagar a escola dos filhos sem terem terminado de pagar o financiamento da própria faculdade, anos depois.
(do Portal Vermelho)

Arraiá em nome da tolerância

Qual tipo de educação os jovens daqui a 10 anos vão carecer para viver numa sociedade com tamanha diversidade? Segundo alunos e professores, é preciso encontrar um caminho para a pluralidade das pessoas, engajando os jovens no mundo das diferenças, preparando-os para serem cidadãos completos. No sábado, o Centro de Ensino Médio 1 do Paranoá recebe pais, estudantes, docentes e quem mais quiser enaltecer a multiplicidade de gênero, sexualidade, raça e religião. Lá, uma festa junina diferente terá lugar: o noivo foge com outro homem e todo tipo de amor é aceito. O Correio reuniu a comunidade escolar para debater essas questões.
No processo de formação dentro do colégio, a comunidade colocou como necessário haver respeito, lapidar conceitos, esclarecer informações e estabelecer o diálogo. Não há espaço para a intolerância, segundo os envolvidos. Para os mestres, o desafio é prezar pelo currículo escolar e, ao mesmo tempo, trazer adaptações aos conteúdos e atividades desenvolvidas, com a integração da comunidade escolar. “Nossa intenção é mostrar as diferentes formas de ser e amar. Temos que dar representatividade a todas as pessoas dentro de uma escola. Isso passa por questionamentos. O que é normal? Qual o padrão?”, explica o professor de filosofia Vinícius Silva de Souza, 35 anos.
Vinícius idealizou o conceito da festa junina. “Estamos colocando as pessoas numa festa tradicional, mas com igualdade e integração. Nenhum comportamento será excluído ou rebaixado”, argumenta. O discurso do professor encontra reflexo na comunidade escolar. Todos acreditam que o conservadorismo social têm afetado as salas de aula e chegado às famílias dos estudantes.
Em quase três horas de conversa na manhã de ontem, alunos, professores e pais refutaram comportamentos sociais condenáveis. A estudante do segundo ano Adriane Torquati, 16 anos, é negra, evangélica e defensora da liberdade pessoal. “Eu percebo que as pessoas disfarçam o preconceito nas pequenas coisas. Não gosto ter a sensação que essas práticas se perpetuam”, pondera a menina, que garante um papel progressista da festa.
Resistência
Figuras de autoridade, como pais, líderes religiosos e educadores, exercem papel primordial na consolidação dos avanços, dizem os livros de pedagogia. “Na minha casa, ainda existe a máxima de que homem não lava louça e isso é uma forma de acentuar o machismo”, critica Gustavo Rodrigues, 16, do segundo ano. No sábado, ele forma com um amigo de classe um casal da quadrilha. “Houve questionamentos, mas é importante propagar os conhecimentos. Tem resistência, é difícil, mas é preciso. Se não por mim, pelo outro”, explica. O professor Vinícius completa: “Isso é o essencial. As pessoas querem falar sem ter a predisposição de ouvir. A mudança vem com o diálogo”.
O formato da festa, inicialmente, causou embaraços na escola. A relutância cedeu lugar à diversidade. “Reunimos os professores e debatemos. Analisamos também a repercussão entre os alunos. A festa é uma convergência dos assuntos trabalhados em sala de aula”, ressalta o vice-diretor do CEM 1 do Paranoá, Nanderson Syrlon Pereira.
A professora de sociologia Luciana Ribeiro defende que cada um deve ser um agente disseminador dos conceitos de aceitação e respeito. A comemoração junina, segundo a docente, vai desconstruir conceitos arraigados de preconceito. “Um dia após o estupro coletivo, no Rio de Janeiro, perguntei a opinião dos alunos. Alguns deles culparam a vítima. Depois, esclarecemos pontos importantes da liberdade sexual de cada um. Ainda hoje é preciso reforçar que ‘não’ é ‘não’ numa relação”, detalha.
Flávia Ferreira de Jesus, 40 anos, já presenciou cenas de preconceito. Ela é mãe de Gabriel Ferreira, 16, também estudante do segundo ano, e acredita que o esclarecimento intelectual leva à conciliação social. “Certa vez, um casal lésbico entrou num banheiro e uma outra mulher gritou: ‘Essas duas nojentas’, e cuspiu. Essa agressividade é fruto da ignorância. Temos que preparar uma geração mais consciente”, reforça. Outra mãe, que pediu para não ser identificada, discorda. “São questões íntimas de cada família. Não podemos abandonar os conceitos que alicerçam nossas casas”, disse a mulher, na porta do colégio.
Pluralidade escolar questionada
O grupo reunido na escola não tem dúvidas de que as constantes interferências do Legislativo nas políticas públicas para educação dificultam o amadurecimento de um plano pedagógico que adeque os alunos à diversidade da sociedade. E que a labuta dos educadores muitas vezes é estrangulada por ações governamentais. “A radicalização dos discursos, a polarização de grupos e o protagonismo de lideranças intolerantes que pregam ódio desarticulam o nosso trabalho”, critica a professora de sociologia Luciana Ribeiro.
Há discrepância entre o perfil dos jovens, do momento atual e do discurso tradicionalista que ganhou força nos últimos anos. “Os adolescentes são acessíveis. Entretanto, estamos voltando a dilemas da década de 1980, como o papel da mulher na sociedade e a liberdade individual. São tabus que já foram explorados”, opina a professora de português Mary Jean.
Os estudantes refutam as podas e os questionamentos direcionados as escolas. Eles acreditam que a instituição não pode perder o papel provocador e mediador de debates. “É um espaço que não pode fugir da discussão”, fundamenta o estudante Felipe Oliveira, 17. “Temos sorte de ter professores que tratam dos assuntos abertamente. A função do professor é apresentar o desconhecido. A informação é importante”, conclui o aluno Adison de Oliveira Rocha, 16.
“O que trabalhamos são questões de construção de gêneros e papéis. Se a gente não questiona os parâmetros sociais, continuaremos a reproduzir discursos muito introjetados, como a culpabilização das vítimas de estupro, o rebaixamento da mulher em relação ao homem. Ninguém é obrigado a cumprir os papéis preestabelecidos”, avalia a professora Mary. “Temos que abrir janelas e mostrar que existem pessoas diferentes e isso é bom”, acrescenta o professor Vinícius Silva de Souza.
(do Correio Braziliense)

Escolas do DF sofrem patrulha de distritais

Os professores da rede pública e a bancada evangélica da Câmara Legislativa estão em guerra. Os profissionais do ensino denunciam uma interferência dos parlamentares na educação e reclamam da intromissão de distritais na escolha do conteúdo ministrado em sala de aula. Dois episódios recentes contribuíram para azedar a relação. A deputada Sandra Faraj (SD) enviou ofício a um colégio para questionar trabalhos escolares com conteúdo LGBT e cobrou “providências legais” contra o professor responsável pela disciplina. Já o distrital Rodrigo Delmasso (PTN) mandou documento a uma escola que organizou uma peça teatral sobre cultura africana, para reclamar de referências ao candomblé.
Esse é mais um episódio de atrito entre deputados evangélicos e os professores. No ano passado, durante um debate do projeto Escola sem partido, de autoria de Faraj, um grupo de docentes entrou em confronto com seguranças da Câmara. Os professores classificam a proposta, que proíbe a “doutrinação ideológica dos estudantes”, como projeto de lei da mordaça. Por conta das críticas, a parlamentar entrou na Justiça com uma ação por danos morais contra o Sindicato dos Professores. O processo tramita na 15ª Vara Cível de Brasília.
O caso mais recente desse conflito teve como alvo o Centro Educacional 6 de Ceilândia. Um professor da unidade passou um trabalho em grupo aos estudantes, em que eles deveriam debater um entre os seguintes temas: homofobia, integração entre gêneros, pansexualidade, relações poliamorosas e transexualidade. Sandra Faraj recebeu reclamações com relação ao assunto e enviou ofício à direção da escola pedindo “esclarecimentos” e “providências legais cabíveis”. Ela embasou seus questionamentos no Plano Distrital de Educação, aprovado pela Câmara Legislativa em 2015. Por pressão da bancada evangélica, o texto excluiu referências a áreas como sexualidade e gênero.
O doutor em educação Carlos Augusto de Medeiros, professor da Universidade de Brasília, critica duramente a postura da parlamentar e garante que, apesar da redação final do Plano Distrital de Educação, isso não significa que temas como homofobia sejam proibidos em sala de aula. “A separação entre Igreja e Estado foi importante para o desenvolvimento humano e para a ciência. Agora, esses segmentos de parlamentares querem colocar em risco garantias constitucionais, como a liberdade de expressão e de ensino. É preciso que haja um grande debate em defesa das prerrogativas dos professores, que têm liberdade para desenvolver seu trabalho”, afirma o especialista.
Outro episódio que gerou a ira dos professores teve como protagonista Rodrigo Delmasso. O Centro Educacional 7, o maior da Ceilândia, teve um projeto aprovado pelo Ministério da Educação para receber recursos reservados a iniciativas sobre a cultura africana. Os alunos da disciplina de educação artística desenvolveram uma peça teatral sobre o assunto. No dia da apresentação, os alunos deveriam ir de branco. Um dos pais procurou o gabinete de Delmasso para denunciar que os estudantes teriam sido coagidos a fazer danças e a usarem roupas em referência ao candomblé. O parlamentar enviou ofício à escola, dando prazo de 24 horas para esclarecimentos.
A situação revoltou a diretora da escola, Simone Rebouças. “A escola é o espaço de debate sobre todos os temas. É aqui que a comunidade se empodera e que os alunos se preparam para a vida. Apesar de todas as dificuldades, como falta de recursos e sala de aulas lotadas, a gente se esforça para fazer um bom trabalho. Aí, alguns deputados aparecem para insinuar que os professores querem doutrinar e causar danos aos alunos”, desabafou Simone. “Falar sobre política, homofobia ou cultura africana, de uma maneira correta e enriquecedora, pode causar algum constrangimento? Não vejo como isso é possível.”A diretora da escola disse que os alunos vestiram branco em defesa da cultura de paz, e não como apologia ao candomblé.
A Secretaria de Educação enviou nota afirmando que “o instrumento administrativo do ofício não é considerada uma via adequada para se questionar” o Plano Distrital de Educação e afirma que a pasta “trabalha por uma educação para a diversidade.”
“Perseguição”
Em reação às críticas, os dois deputados argumentaram que os questionamentos fazem parte do direito parlamentar de fiscalizar as atividades do Executivo. Sandra Faraj afirmou sofrer uma perseguição por parte do Sindicato dos Professores. “Existe esse embate com o sindicato, que é ligado a movimentos sociais e a partidos políticos. Sempre que agimos para defender os valores da família, eles se posicionam contra”, diz Sandra. “É preciso entender o pensamento da sociedade. Será que ela está à vontade com essas práticas que são contra a lei?”, questionou. “As escolas não têm autorização para abordar temas dessa maneira. Como um jovem vai pesquisar sobre transexualidade, pansexualismo? Será que ele tem maturidade para tratar sobre isso?”
O deputado Rodrigo Delmasso explicou ter recebido uma denúncia sobre o caso de Ceilândia por ser presidente da Frente Parlamentar de Defesa da Criança. “Tivemos a informação de que um professor obrigaria os alunos a fazerem uma apresentação com vestimentas do candomblé, sob pena de perderem pontos. Questionamos a escola porque, se comprovado, esse fato fere o direito à liberdade religiosa. O que queremos é preservar o direito de cada pessoa expressar a fé sem ser coagida ou doutrinada.”
(do Correio Braziliense)

Avanços na educação infantil serão debatidos em comissão na quarta (6)

A Comissão de Educação promove audiência pública nesta quarta-feira (6) para avaliar os avanços no direito à educação infantil de qualidade. O evento, que faz parte do 4º Seminário Internacional sobre o Marco Legal da Primeira Infância, será coordenado pelo deputado Odorico Monteiro (Pros-CE).
De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), instituído pela Lei 13.005/14, a educação infantil é uma das prioridades na ampliação de vagas em toda a educação brasileira.
O PNE, que completou dois anos no mês passado, traz 20 metas de melhorias para todas as etapas da educação – da creche à pós-graduação (veja infográfico abaixo). Elas devem ser cumpridas até 2024, mas existem diversos objetivos intermediários.
Uma delas é a meta que prevê a universalização, até 2016, da educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos e a ampliação da oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos até 2024. “De acordo com dados de 2014, as médias de atendimento nessas duas etapas eram, respectivamente, de 89% e 29%, demonstrando que o caminho a ser percorrido é longo”, afirma o deputado Odorico Monteiro.
Palestras
Confira os assuntos que serão discutidos na audiência:

O representante do Ministério do Planejamento Jorge Abrahão de Castro vai falar sobre os orçamentos destinados à primeira infância pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios.
“O desafio que a meta do PNE para a Educação Infantil apresenta para os Municípios” é o tema da palestra da representante da Confederação Nacional de Municípios Mariza Abreu.
O representante do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul Leo Arno Richter vai abordar o tema: auditoria continuada em educação infantil.
A secretária municipal de Educação de Salvador, Joelice Braga, falará sobre o Programa Nossa Rede de construção de metodologias regionalizadas para as novas turmas da educação infantil.
A representante da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Ordália Almeida vai analisar a formação e valorização dos professores da educação infantil.
A representante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Maria Carmem Barbosa vai falar sobre a base nacional comum da educação infantil.
O evento será realizado a partir das 14 horas, no plenário 2.
Principais metas do PNE
(do Correio Braziliense)

Comissão pode votar projeto que altera LDB para garantir inclusão de alunos com deficiência

Aprovada há um ano, a Lei Brasileira de Inclusão, também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência, assegura um sistema educacional inclusivo. Essa medida, no entanto, não está na clara na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Projeto que busca resolver esse problema está na pauta da Comissão de Educação (CE) e pode ser votado na terça-feira (5).
O texto (PLS 208/2016), do senador Romário (PSB-RJ), estabelece que os sistemas de ensino tenham programas e ações para jovens e adultos com deficiência. Essas ações podem ser feitas em parceria com as famílias, e em articulação com órgãos de saúde, assistência social e direitos humanos.
Para o autor, a inclusão dessa medida na LDB, vai facilitar o acesso dos alunos com deficiência a serviços que garantam o pleno exercício de direitos. O voto do relator, senador Paulo Paim (PT-RS), é pela aprovação da matéria , com uma modificação apenas na redação do texto.
O projeto vai ser analisado em decisão terminativa. Isso significa que se for aprovado pela comissão e não houver recurso para que seja votado no plenário, o texto segue para a Câmara dos Deputados.
(da Agência Senado)

CEB orienta estudantes sobre riscos de acidentes elétricos

A Companhia Energética de Brasília (CEB) lançou, nesta segunda-feira (4), a campanha Energia Elétrica não é Brincadeira. O objetivo é alertar estudantes para os perigos de fazer gambiarras, montar andaimes e antenas próximo à rede elétrica, jogar e tentar retirar objetos na rede e utilizar postes como suporte para adereços.
Nesta semana, servidores da CEB passarão por escolas do Itapoã, de São Sebastião e de Sobradinho II. Os primeiros alunos a receberem a campanha foram 60 jovens do 9º ano, de 14 e 15 anos, do Centro de Ensino Fundamental 4, no Setor Leste do Gama. “É uma ação muito importante, pois são informações do cotidiano desses adolescentes”, avalia a vice-diretora da instituição, Yolanda Sales. Durante todo o mês de julho, qualquer escola pública ou privada pode pedir a presença dos técnicos da companhia. Basta agendar uma data pelo (61) 3465-9010.
Com suporte de vídeos, panfletos informativos e palestra, a campanha Energia Elétrica não é Brincadeira orienta sobre as formas de evitar acidentes em residências e em redes de distribuição. “A ideia é que esses alunos multipliquem as informações”, explica Raphael Santos, diretor de Gestão da CEB Distribuição, um dos órgãos do grupo que forma a sociedade mista da CEB.
Medidas de segurança para evitar acidentes elétricos
Durante a atividade, os participantes são orientados a evitar o uso de muitas tomadas ou extensões em um mesmo local, tomar cuidado com as pipas na rede de eletricidade e não afixar enfeites juninos ou de qualquer outro tipo em postes, entre outras medidas de segurança. “Enfatizamos a questão de não usar o celular quando estiver carregando a bateria”, aponta o diretor, em relação ao risco de choques e até de explosões. De acordo com ele, 75% dos incêndios residenciais têm origem em acidentes elétricos.
A CEB investiu R$ 215,4 mil na produção do material para a campanha, com verba própria destinada a ações educativas.
(da Agência Brasília)

Viúva de Paulo Freire cobra ação contra biografia alterada na Wikipedia

Exmo. Sr. Presidente Interino do Brasil
Prof. Dr. Michel Temer
ASSUNTO: PAULO FREIRE: Wikipedia e SERPRO
Na qualidade de viúva, estudiosa e sucessora legal da obra do Educador PAULO FREIRE, quero, através dessa carta, estabelecer um diálogo cordial e franco com V.Exa., mesmo estando nós dois, em termos ideológicos, em posições diferentes, no sentido de esclarecer assunto que vem sendo divulgado pela imprensa nacional, de que partiu de dentro do governo através da rede do SERPRO, uma entidade pública, portanto sob a responsabilidade do Estado Brasileiro, a alteração no conteúdo da biografia de meu marido na enciclopédia livre Wikipedia (veja no PS do Viomundo, as alterações), colocando-o como envolvido com um projeto de educação atrasado e fraco de caráter doutrinário marxista e manipulador.
Se não o tivesse conhecido na festividade de formatura de uma de suas filhas, creio que do curso de Psicologia/PUC-SP, ocorrida nos gramados do Clube Hípico de Santo Amaro, em São Paulo, quando sentados lado a lado na Mesa Diretora, ouvi de V.Exa. o enorme respeito e admiração que tinha pela obra e pela pessoa de Paulo Freire, não teria a ousadia de Vos escrever.
Como V. Exa. sabe, enquanto intelectual e jurista, o meu marido jamais praticou nenhum ato e nunca escreveu nenhuma palavra dos quais se pudesse, em sã consciência, outorgar-lhe a pecha de doutrinador marxista e homem de princípios filosóficos e educacionais fracos e débeis, acusações contidas na nova biografia agora publicada pela Wikipedia.
Para a construção de um país verdadeiramente democrático é da mais alta importância, que, órgãos do Estado ou que prestam serviços a ele, como o SERPRO, não estejam compactuando com interpretações de espíritos liberais inescrupulosos, que, intencionalmente maculam a honra de um homem que deu sua vida para que a educação, sobretudo a do Brasil, possibilitasse a libertação e a autonomia dos homens e das mulheres de nosso querido país. Nunca sob o bastão da intolerância, do fascismo ou do comunismo.
Acredito que o atual Ministro da Educação, natural do estado de Pernambuco, Mendonça Filho, como Paulo Freire o foi, teria o prazer (pessoalmente considero que o dever) de esclarecer e inibir que inverdades sejam ditas de seu conterrâneo, homem ético, probo e honrado, Patrono da Educação Brasileira. Acredito que o referido ministro se colocará e agirá, positivamente, a favor, no momento em que for instigado a isso por V. Exa., de um dos mais importantes homens desta Nação.
É claro que Paulo Freire não é unanimidade, ninguém o é. Ele pode ser lido, analisado e contestado, isso faz parte da liberdade de expressão necessária e desejável à construção da cultura letrada de alto nível de qualquer país. Entretanto, o local dos contraditórios deve ser aberto, responsável, no seio da sociedade civil — na rua, na universidade e nas escolas, através da mídia, nos sindicatos e fóruns etc — e nunca dentro, exaltado por fato tendenciosamente ideológico-inverídico, acobertado pelo anonimato, por qualquer órgão da sociedade política.
É inconcebível que numa sociedade democrática se divulgue frases carregadas de ódio e de preconceito como: “Paulo Freire e o Assassinato do Conhecimento” — absurda e ironicamente, no ano em que Paulo Freire está sendo considerado nos EEUU como o terceiro intelectual do mundo, de toda a história da humanidade, mais citado, portanto mais estudado nas universidade norte-americanas, que, a princípio são contra o marxismo.
Contando com Vossa compreensão e interferência para que se restabeleça a Justiça e a Verdade.
Cordialmente
São Paulo, 30 de junho de 2016.
ANA MARIA ARAÚJO FREIRE
(do Viomundo)

Distrito Federal discutirá Base Nacional Comum Curricular

Estão abertas as inscrições para o Seminário Distrital da Base Nacional Comum Curricular, que ocorrerá das 8 às 18 horas de 26 e 28 de julho, no campus de Taguatinga da Universidade Católica de Brasília. Interessados devem se inscrever pela internet até as 23 horas do dia 18. O resultado será liberado em 20 de julho, no site da Secretaria de Educação. As informações foram divulgadas emchamada pública no Diário Oficial do Distrito Federal desta quarta-feira (29).
O seminário é um dos 27 – um por unidade da Federação – promovidos para discutir alterações na segunda versão do documento da base nacional comum, apresentada em maio pelo Ministério da Educação (MEC) ao Conselho Nacional de Educação. As sugestões do DF e dos estados serão encaminhadas ao MEC, responsável pela redação final.
Haverá 307 vagas, e podem se candidatar à participação professores – ativos e aposentados –, estudantes de ensino médio e de licenciaturas, pais de alunos, gestores, coordenadores e demais interessados que atuem em atividades educacionais em Brasília. Menores de 18 anos têm de apresentar autorização assinada pelo representante legal. Entre outros critérios, é preciso ter contribuído no processo de análise da primeira versão do documento. Quem cumprir os requisitos será selecionado por ordem de inscrição, conforme tabelas publicadas no Diário Oficial.

307vagas para se candidatar ao Seminário Distrital da Base Nacional Comum Curricular

“No seminário, indicaremos qual é o desejo da comunidade escolar e da população nos objetivos fundamentais de aprendizagem. No ensino médio, por exemplo, temos 13 componentes curriculares obrigatórios, uma imensidão, e muitos alunos não veem utilidade no dia a dia”, explica o diretor de Ensino Médio da Subsecretaria de Educação Básica, da Secretaria de Educação, Fernando Wirthmann. “A base vem para enxugar, melhorar e propor mudanças no currículo da educação básica, portanto é fundamental que haja participação popular.”
Ajuda de custo da Universidade de Brasília
A Universidade de Brasília (UnB) vai oferecer ajuda de custo para participantes no seminário. Quem mora no DF terá direito a R$ 40 em cada dia do evento. Já as pessoas que residem na região metropolitana ou cidades limítrofes podem ganhar até R$ 90 diários. A solicitação só poderá ser feita após a divulgação do resultado das inscrições.
O que é a Base Nacional Comum Curricular
A Base Nacional Comum Curricular faz parte da Meta 7 do Plano Nacional de Educação, a de fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades. A base pretende criar um currículo comum a estudantes das redes pública e privada – não será 100% do aprendizado, afinal serão observados o regionalismo e a autonomia de cada unidade federativa.
A segunda versão do documento foi entregue ao Conselho Nacional de Educação, à União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação e ao Conselho Nacional de Secretários de Educação, após mais de 12 milhões de contribuições e meses de debate. Nessa etapa, estabeleceu-se a necessidade de um seminário por unidade da Federação.
 

Seminário Distrital da Base Nacional Comum Curricular
Em 26 e 28 de julho
Das 8 às 18 horas
No campus de Taguatinga da Universidade Católica de Brasília
Inscrições até as 23 horas de 18 de julho em formulário on-line da Secretaria de Educação
(da Agência Brasília)

Escola de Música de Brasília abre inscrições para 1.798 vagas

Começam nesta terça-feira (28) as inscrições para 1.798 vagas na Escola de Música de Brasília. Publicado no Diário Oficial do Distrito Federal desta segunda (27), o edital apresenta 264 oportunidades para cursos de iniciação, conhecimento básico e musicalização infantojuvenil, destinados a estudantes de 8 a 14 anos, e 1.534 vagas para educação profissional técnica e para formação inicial e continuada, voltadas a candidatos a partir dos 15 anos.
Os interessados têm até 4 de julho para se inscrever, pelo site da Escola de Música de Brasília, em uma das 30 modalidades. Quem não tem acesso à internet pode se cadastrar por meio de computadores colocados no saguão da instituição, na 602 Sul, das 9 horas às 11h30 e das 14h30 às 18 horas.
A seleção inclui sorteio — no caso de candidatos sem conhecimento musical prévio — e entrevistas e provas práticas, a depender da modalidade pleiteada. Para os cursos técnicos, há ainda uma prova teórica. Os sorteios ocorrem de 6 a 8 de julho, a partir das 19 horas, no teatro da escola, e seguem o número de inscrição do candidato, conforme consta do edital. O documento lista formações em áreas como alaúde, canto, contrabaixo, guitarra, trombone e violino.
As provas práticas para os cursos técnicos e para arranjo estão marcadas para 8 de julho, em três horários: às 8, às 14 e às 19 horas. Já as práticas para os cursos básicos e para musicalização serão em 9 de julho, às 8, às 14 e às 19 horas. As provas teóricas, em 15 de julho.
A Escola de Música de Brasília oferece cerca de cem cursos de música e tem 240 profissionais no quadro de professores. A instituição atende 2.480 alunos, de idades variadas. São diversos níveis de formação: da iniciação musical à formação técnica.
 

Inscrições para a Escola de Música de Brasília
De 28 de junho a 4 de julho
Cadastro pelo site www.emb.se.df.gov.br
Computadores disponíveis no saguão da unidade, na 602 Sul, das 9 horas às 11h30 e das 14h30 às 18 horas

Sorteio de vagas

De 6 a 8 de julho, a partir das 19 horas

Provas práticas e entrevistas dos cursos técnicos e de Arranjo

Em 8 de julho (sexta-feira), às 8, às 14 e às 19 horas

Provas práticas e entrevistas dos cursos básicos e de musicalização

Em 9 de julho (sábado), às 8, às 14 e às 19 horas
(da Agência Brasília)

Polícia mexicana abre fogo contra protesto de professores(as)

Um protesto pacífico de professores por melhores condições de ensino e contra a repressão em Asunción Nochixtlán, no estado de Oaxaca, no sul do México, terminou em tragédia no domingo, com oito mortos, 22 desaparecidos e 50 feridos à bala. O sangue correu após 800 policiais federais dispararem contra cerca de 500 manifestantes que bloqueavam a rodovia 190. A repressão contou com helicóptero, bombas de gás lacrimogêneo e armamento pesado, deixando um rastro de medo nas comunidades vizinhas, contabilizando também dezenas de prisões arbitrárias.
Convocados pela Coordenadora Nacional de Trabalhadores do Estado (CNTE), professores, pais e estudantes, se somaram à mobilização pelo fim da reforma anti-educacional do presidente Enrique Peña Nieto, que já causou milhares de demissões injustas, superlotando as salas de aula e comprometendo a mais do que precária qualidade do ensino. “Maestro, aguanta, el pueblo se levanta”, entoavam os moradores, solidários ao movimento.
Dias antes, professores membros da Seção 22 do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação haviam paralisado diferentes estradas da região contra a detenção de seus dirigentes Rubén Núnez e Francisco Villalobos, respectivamente secretário-geral e de Organização da entidade.
Localizada às margens da rodovia 190, a sede do Instituto Estatal de Educação Pública de Oaxaca (IEEPO) foi cercada no final de semana por sindicalistas, que foram desalojados numa violenta ação conjunta das polícias estadual e federal.
Após ter declarado que sua tropa não estava armada – e ser prontamente desmentido por fotos e filmagens -, o comandante da Polícia Federal, Galindo Cevallos, alegou cinicamente que “os responsáveis pelo despejo e suas armas apareceram bem ao final da operação”, responsabilizando a “grupos radicais” de “infiltrados” pelo ocorrido.
Durante os enfrentamentos, que iniciaram por volta das 10 horas e se prolongaram até as 15 horas, vários ônibus e automóveis foram queimados. Ao final, a comunidade conseguiu fazer com que os militares retrocedessem.
Frente à matança, movimentos sociais e entidades populares, artistas e intelectuais mexicanos e de outros 14 países fizeram uma conclamação a que o governo de Peña Nieto pare com a repressão e atenda às “justas demandas” do magistério com soluções apropriadas.
Conforme o  porta-voz da CNTE, Juan Garcia, os mortos, feridos e desaparecidos pelos ataques da polícia são professores, pais de família e membros da comunidade.
“Nos somamos ao protesto global contra esta política de terrorismo de Estado que institucionaliza a violência, descarregando sobre educadores, pais e estudantes a ira policial”, afirmou o presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Antonio Felicio. Na avaliação da CSI, enfatizou, “a resistência expressa pelos manifestantes demonstra que não há força no mundo capaz de sufocar o anseio dos povos na sua luta pela liberdade e a justiça”.
Para o secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Antonio Lisboa, “é inadmissível a barbárie praticada contra os manifestantes que nada mais faziam do que levantar a voz em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade”. “Frente ao crime praticado pelo governo mexicano, nos posicionamos ao lado da verdade e da justiça, fortalecendo o movimento para que os responsáveis sejam exemplarmente punidos”, acrescentou.
De acordo com o secretário-adjunto da SRI, Ariovaldo Camargo, “é inadmissível que em pleno século 21 um governo use e abuse da truculência para impor sua política neoliberal, que impõe ao México um verdadeiro estado de abandono”. “Neste momento de dor e de luta, respondemos com luta, fortalecendo ainda mais nossos laços de unidade e mobilização contra os atropelos do desgoverno de Peña Nieto”, conclui Ari.
Fonte: CUT.org.br Escrito por: Leonardo Wexell Severo 
Acessar o conteúdo