São preocupantes os dados educacionais colhidos na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE. Mantidas as tendências das diferentes taxas de escolarização, o Brasil não deve cumprir com metas urgentes do Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024), do programa internacional Educação Para Todos (2000-2015) e com as demandas da Constituição Federal.
Segundo a Carta Magna e o PNE, até 2016, o país precisa universalizar a matrícula da população entre 4 e 17 anos. Na pré-escola, a taxa de escolarização é de 82,7% da população entre 4 e 5 anos. Em 2013, era de 81,4%. Houve avanço, porém ele foi muito pequeno. E o pior: a tendência é ruim.
Para o cumprimento da meta de educação infantil do PNE e da demanda constitucional, entre 2015 e 2016, o país precisa criar cerca de 1 milhão de matrículas para crianças de 4 a 5 anos. Considerado o contexto, isso é praticamente impossível. Ainda mais se forem contabilizados os prejuízos decorrentes do corte orçamentário de R$ 3,4 bilhões, empreendido nesse ano, sobre programas do governo federal dedicados à construção de equipamentos de educação infantil, em convênio com municípios.
Dos 15 aos 17 anos, em 2014, a taxa de escolarização foi de 84,3% da população nesta faixa etária. Será preciso criar, novamente, mais de 1,5 milhão de matrículas. O que reforça a tendência de descumprimento de metas do PNE relativas à etapas do ensino fundamental e ensino médio.
Conforme compromissos firmados no programa internacional Educação para Todos (EPT) e, novamente, no PNE, o país deveria ter 93,5% de sua população alfabetizada até 2015. Em 2014, 91,7% das pessoas com 15 anos ou mais eram alfabetizadas. Como a taxa de alfabetização melhorou apenas 0,3% entre 2013 e o ano passado, a tendência – mais um vez – é de descumprimento da meta de Educação de Jovens e Adultos do PNE, além do Brasil não cumprir com a referida meta do EPT. Em 2014, 13,2 milhões dos jovens e adultos brasileiros eram analfabetos.
Ao observar esses dados, a sociedade brasileira não pode cometer o erro de pensar apenas no descumprimento de metas e compromissos legais. É preciso ter consciência de que o direito à educação de milhões de crianças, adolescentes, jovens e adultos está sendo desrespeitado. Ademais, os dados refletem um fato inconteste e vergonhoso: o Brasil está distante de priorizar e compreender a relevância da educação. É urgente a necessidade de mudar esse quadro.
(Do Uol)
Professor: aprenda a combater o bullying durante as aulas
Jornalista: Leticia
Muitos professores enfrentam um grande desafio: o combate ao bullying em sala de aula. Essa prática costuma ocorrer no ambiente escolar e está associada a intimidações e agressões frequentes praticadas contra um estudante, podendo ser na forma física ou psicológica. Como consequência, isso pode gerar uma sensação de angústia no aluno podendo prejudicar o seu aprendizado ao longo do ano.
Sabendo disso, separamos a seguir 5 métodos para combater o bullying em sala de aula. Confira abaixo:
1 – Observe o comportamento dos alunos
O primeiro passo para identificar a ocorrência de bullying é observar as atitudes dos estudantes. Caso perceba alguma mudança negativa e repentina de comportamento em algum aluno, isso pode não ser um bom sinal. Caso isso ocorra, procure conversar com o estudante e peça para que ele seja sincero com você, oferecendo ajuda. Não espere demais para tomar uma atitude. 2 – Converse com os envolvidos individualmente
No caso de identificar o praticamente e o aluno que está sofrendo o bullying, o mais indicado a fazer é conversar com ambas as partes envolvidas de maneira individual. Chame cada um dos envolvidos para ter uma conversa, em um ambiente onde você possa ouvi-los com calma, dando toda a atenção para defender o estudante que está sofrendo, deixando a vítima em uma situação mais confortável.
3 – Ouça os dois lados
Durante a conversa, é importante ouvir as duas partes envolvidas no caso. Por mais que a vontade seja a de defender a vítima, é preciso também prestar atenção nos alunos que praticaram a ofensa, observando o que eles têm a dizer. Assim, você pode identificar o motivo pelo qual esse tipo de agressão é cometida, ou seja, o que está por trás daquele bullying praticado. Caso você identifique algum problema, é possível indicar um especialista fora do ambiente escolar para trabalhar melhor com o assunto em questão, auxiliando tanto os agressores, quanto a vítima.
Comissão discutirá desafios do PNE com ministro da Educação na quarta-feira
Jornalista: Leticia
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, deve vir à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (11) para prestar esclarecimentos sobre como o governo pretende cumprir as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) diante das trocas de condução da Pasta e dos cortes orçamentários previstos para o ano que vem. A reunião foi solicitada por deputados da Comissão de Educação.
Mercadante é o terceiro ministro a ocupar o cargo este ano. Antes dele, o ministério foi comandado por Cid Gomes e Renato Janine Ribeiro. Além do Mercadante, foi convidado para o debate o secretário-executivo do ministério, Luiz Cláudio Costa. Cortes já previstos
No orçamento enviado ao Congresso, o governo prevê pouco mais de 2 bilhões de reais para o programa Ciência sem Fronteiras, que oferece bolsas para estudantes brasileiros no exterior. O valor é a metade do que estava previsto para este ano.
O Pronatec, o programa de ensino técnico do ministério, também terá menos recursos em 2016: pouco mais de 1 e meio bilhão de reais, contra 4 bilhões em 2015.
O encontro está marcado para as 9h30, no plenário 10.
(Da Agência Câmara)
Erundina: “a reforma da mídia é mais importante que a reforma agrária”
Jornalista: Leticia
Para a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), a reforma e a democratização dos meios de comunicação no Brasil são “mais importantes que a reforma agrária e urbana” pois, segundo ela, “no dia em que se fizer a reforma e a democratização das comunicações sociais no Brasil, teremos força política para fazermos todas as outras reformas estruturais que o Brasil deve à sociedade brasileira.”
A parlamentar participou de um seminário para discutir a dívida pública brasileira, realizado no último final de semana em São Paulo, e falou também sobre o quadro político em Brasília. “Parte da crise deste momento no país é a desmobilização da sociedade civil”, afirmou.
Ex-prefeita de São Paulo pelo PT entre 1989 e 1992, Erundina creditou o problema também a uma desmobilização de alguns setores. “Se domesticou o movimento sindical, inclusive, por governos ditos democratas populares, caso do Partido dos Trabalhadores e as esquerdas do país. Hoje não se tem mais oposição sindical, situação sindical. O 1º de maio nós sabemos como é celebrado. É com festas, shows muito caros, sorteio de automóveis e apartamentos”.
Prestes a completar 81 anos, Luiza Erundina revelou ainda que começará a coletar assinaturas para a criação de um novo partido do qual fará parte, o Raiz Movimento Cidadanista. O começo da coleta será no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre (RS), em janeiro de 2016. Serão necessárias quase 500 mil assinaturas para criar o que seria o 35º partido brasileiro.
A nova agremiação política é uma dissidência da Rede, encabeçada por Marina Silva, e surgiu após a ex-ministra apoiar o candidato tucano Aécio Neves no segundo turno presidencial, em 2014.
Erundina afirma que a nova agremiação é de esquerda e adepta do “eco-socialismo”: “a ideologia que permeia essa organização é o socialismo atualizado na sustentabilidade, na questão ecológica ambiental e preservação da natureza”.
(Do Barão de Itararé)
Educação racial deve ser priorizada no ensino médio, diz pesquisador
Jornalista: Leticia
O presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (Abpn) e coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade do Estado de Santa Catarina, Paulino Cardoso, defendeu hoje (5) que a educação político racial deve ser priorizada no ensino médio. Ele disse que as políticas afirmativas foram focadas por muito tempo no ensino superior.
“À medida que você entra no ensino médio, as classes vão clareando; poucos são os que terminam o 9º ano e conseguem ir para o ensino médio, ou não finalizam ou, então, param aí, porque não são estimulados a continuar os estudos. Ou chega na universidade sozinho”, disse.
Segundo Paulino, esses alunos precisam ser acolhidos antes de ir para o ensino superior e querer entrar na universidade. “Para isso, precisamos conhecer esses meninos e meninas, temos que preparar sua autoestima e aquelas deficiências de formação que são cobradas nos vestibulares ou mesmo no Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]”.
Para o professor, a política de cotas deve ser revista, no sentido de não excluir os jovens negros. “A forma com que esses processos seletivos são organizados nos excluem desde coisas simples, como a taxa de inscrição e os critérios para isenção ou não. Temos que discutir também que cota não tem que ser teto, mas ser piso. Hoje, os estudantes concorrem entre si nos programas e eles deveriam concorrer no geral, tirar as 80% das vagas para as melhores notas, e o restante da porcentagem tirar para estudantes que fizeram a opção pela cota. E aí teríamos um número maior de estudantes, inclusive”, disse.
Paulino participou hoje (5) da conferência “Diálogos e perspectivas sobre a questão racial no Brasil”, durante a 4ª Semana de Reflexões Sobre Negritude, Gênero e Raça (Sernegra), do Instituto Federal de Brasília, e o 2º Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros da Região Centro-Oeste (Copene CO). em Brasília.
A coordenadora de Educação em Diversidade da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Renata Parreira, afirmou que as ações afirmativas devem ser trabalhados no ensino médio, mas defende que iniciar o processo desde o ensino infantil é fundamental, “para já influenciar um outro pensar em relação a questões raciais, da educação antirracista, do respeito às diferenças que está presente na escola, e esse processo acontece desde desde pequeno”.
Privilégios dos brancos
Para o professor Paulino Cardoso, a sociedade precisa discutir os privilégios dos brancos, porque, segundo ele, “o racismo não é dado de consciência, mas é uma estrutura de poder criado para sustentar o domínio europeu em todo o mundo”.
“Nós precisamos desmontar isso. As pessoas brancas precisam ter clareza da responsabilidade de ser branco e que, se ele sabe que o racismo existe, a desigualdade existe, não deve permitir que aconteça com os outros. Tudo muda no momento em que uma pessoa branca diz que não gostou dessa piada [racista], ou que viu o que o outro fez e que é errado, ou que se coloca a disposição para testemunhar a seu favor [da pessoa negra], de ter de pensar em um Brasil em que a raça não seja um parâmetro definidor de tudo”, argumentou Paulino.
Os encontros vão até domingo (8) com oficinas, mesas-redondas, exposições e apresentações artísticas. No encerramento, os participantes visitarão o Quilombo Mesquita, na Cidade Ocidental (GO), no entorno do Distrito Federal, para uma roda de conversa. A programação completa está disponível no site do evento.
(Do Uol)
Comissão aprova desconto de 20% para educadores na compra de livros
Jornalista: Leticia
A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou proposta (PL 2098/15) que garante aos profissionais da educação desconto mínimo de 20% na aquisição de livros e material didático. O projeto, de autoria do deputado Marcos Abrão (PPS-GO), estabelece que o benefício pode ser obtido quando a publicação é vinculada à área de atuação do profissional. A obtenção do desconto ainda deve ser regulamentada.
Maryanna Oliveira
Maniçoba:”diante das dificuldades, o projeto é um grande passo para o futuro do educador”
A comissão acatou parecer favorável do relator, deputado Kaio Maniçoba (PHS-PE). O relatoer salientou que a medida vai beneficiar tanto os professores da rede pública quanto da área privada de ensino.Segundo o parlamentar, o projeto é amplo, para beneficiar quem tenha diploma de licenciatura ou bacharelado, independente de ser da rede pública ou da rede privada, para que todos possam se capacitar.
“A gente olhou o professor de uma forma geral, até porque a gente sabe que hoje muito professor leciona na escola municipal, leciona na escola estadual, principalmente nas cidades pequenas, onde os salários são muito baixos. Em muitas cidades nem o piso da categoria o Poder Público conseguiu pagar ainda. Então, diante dessas dificuldades, nós entendemos que fazer esse projeto seria um grande passo visando o futuro do educador.” Pouco avanço
Na visão de Rodrigo de Paula, diretor jurídico do Sindicato dos Professores de Escolas Particulares do Distrito Federal, o desconto vai ajudar os professores, mas o projeto poderia avançar mais. O educador sugere inclusive que os profissionais tenham uma cota anual para obter material didático e livros de forma gratuita.
“Nós achamos, assim, os 20% ainda um pouco tímidos. Seria fundamental se fosse pelo menos aí na cada de 80%. A gente defende até mesmo que o professor tenha uma cota de material, uma cota anual, ou seja, o acesso a esses livros didáticos. Infelizmente, hoje, o próprio Ministério da Educação e as secretarias estaduais e municipais de educação não têm nenhum incentivo do ponto de vista de oferecer livros didáticos”, avaliou. Tramitação
A proposta ainda será analisada em caráter conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
59% dos paulistanos rejeitam reforma de Alckmin na educação estadual
Jornalista: Leticia
O plano de restruturação do ensino público estadual anunciado pelo governo Alckmin é rejeitado por 59% dos paulistanos, segundo dados de pesquisa Datafolha divulgada hoje. Foram favoráveis às mudanças 28% dos entrevistados, 3% indiferentes e 9% não souberam responder.
A pesquisa trata da unificação dos ciclos de ensino, que causará o fechamento de 94 escolas e a transferência de 311 mil alunos. A troca de escola gerou insatisfação de pais e gestores educacionais, que promoveram protestos nas últimas semanas. A medida foi oficialmente anunciada no último dia 26.
O novo sistema prevê agora que escolas estaduais passarão a ter alunos de apenas uma das três etapas do ensino — divididas entre Ensino Fundamental 1, Fundamental 2 ou Médio —, o que, segundo o governo, pode melhorar o desempenho de ensino da instituição em até 22%. A partir de 2016, 43% das escolas do estado funcionarão nesse sistema, isto é, 2.197 das 5.147 da rede.
Mesmo com a promessa de melhorias, a pesquisa mostra pessimismo por parte dos entrevistados, já que 62% acreditam que as mudanças trarão mais prejuízos que benefícios. Apenas 27% acham que as resoluções trarão mais benefícios, enquanto 2% acreditam que efeitos serão equivalentes. Foram 9% os que não souberam responder.
Sobre o grau de informação sobre as medidas adotadas pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, 39% afirmaram estar bem informados sobre as mudanças. Outros 30% disseram estar “mais ou menos” informados, enquanto 8% disseram estar mal informados. De todos, 23% não sabiam do que se tratavam as mudanças.
Entre os dias 28 e 29 de outubro, o Datafolha ouviu 1.092 pessoas na capital paulista. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
(Da Exame)
Senado aprova lei que abre espaço para criminalizar movimentos
Jornalista: Leticia
Ainda mais dura que a Câmara, foi aprovado na última quarta-feira (28), pelos senadores, após longa discussão, o substitutivo ao Projeto de Lei Complementar (PLC) 101/2015, que tipifica o crime de terrorismo. A chamada Lei Antiterrorismo. O projeto do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) estabelece a pena de 16 a 24 anos de prisão em regime fechado, mas se o crime resultar em morte, a reclusão será de 24 a 30 anos, a pena máxima.
Senado aprova Lei mais dura e permite criminalizar movimentos sociaisSenado aprova Lei mais dura e permite criminalizar movimentos sociais O substitutivo aprovado tipifica o crime de terrorismo como aquele que atenta contra pessoa, “mediante violência ou grave ameaça, motivado por extremismo político, intolerância religiosa ou preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófobo, com objetivo de provocar pânico generalizado”.
Para o deleite do conservadorismo, o senador tucano retirou a emenda aprovada na Câmara que tentava resguardar os movimentos sociais quando destacava que as regras não seriam aplicadas à “conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou categoria profissional”.
Extremismo político
Apesar das críticas dos senadores mais progressistas que alertavam para o perigo da legislação ser usada para criminalizar as organizações sociais, o senador tratou de acrescentar regras mais duras ao incorporar na definição de ato terrorista a expressão “extremismo político”.
O senador usou a justificativa da necessidade do rigor ao ato terrorista. “E aí não adiantará se eximir dizendo que pertence a determinado movimento social. Todos estão submetidos ao império da lei”, ressaltou. Nunes declarou ainda que ninguém admite que pratica ato terrorista por pura crueldade. “Não existe ato terrorista que não reivindique uma causa nobre”, justificou.
Até os petistas, que eram favoráveis ao texto não ficaram satisfeitos. O Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) contestou o substitutivo. “Nossa preocupação, como dissemos, é de que qualquer subjetividade no tratamento de um tema como este pode permitir a criminalização das lutas sociais, dos movimentos sociais e a restrição à liberdade de expressão e de organização”, acrescentou o líder.
Na mesma linha disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “O que queremos é a ressalva aos movimentos sociais. Eu não acredito que o governo da presidente Dilma Rousseff irá votar contra os movimentos sociais. É uma cilada contra a própria base social do governo. Por que essa exclusão não está sendo aceita? Esse projeto ‘vulnerabiliza’ a luta social no nosso país”, afirmou.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou a proposta apresentada em um momento de crise política, para ele, o recado que o Congresso dá é de opressão sobre os movimentos de massas. “Esse país está caminhando para um acirramento das relações sociais. E aprovar isso agora é inoportuno porque nós estamos passando um recado para essa sociedade, que está em mobilização, em movimento, que vai aumentar muito se nós não encontrarmos um rumo para o país, e não vamos encontrar debatendo isso agora em vez de debatermos os grandes problemas, que não é esse, nós vamos passar um recado equivocado, pelo momento”, completou.
Apesar da manifestação do próprio PT, o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), encaminhou a votação a favor da aprovação do projeto. “Se há divergências ideológicas, de posicionamento, se há decisão do PT, isso não reflete o que o governo, através dos seus ministérios trabalhou para se chegar ao relatório do senador Aloysio Nunes. As coisas tramitaram aqui dentro da nossa rotina, do nosso ritual e o governo acompanhou isso”, disse Delcídio.
O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB) aproveitou a divergência do PT e do governo na análise da Lei e resolveu provocar: “A coisa está tão estranha que até na hora que a oposição tenta ajudar o governo, em uma questão que é uma exigência internacional e pode levar o nosso país a sofrer penalidades, tem dificuldades”, ironizou.
Contra o substitutivo manifestaram ainda os senadores Lindberg Farias (PT-RJ), Antonio Carlos Valadares (PSB-PE), Lídice da Mata (PSB-BA), João Capiberibe (PSB-AM), Telmário Mota (PDT-RR) e a líder do PCdoB no Senado, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e entre outros.
Apesar de quatro horas de discussão e dos senadores alegarem que não houve espaço para debate nas comissões da Casa, o texto foi aprovado por 38 votos favoráveis e 18 contra.
Texto aprovado
De acordo com o texto aprovado, o crime de terrorismo no Brasil passa a ser punido com pena de prisão de 16 a 24 anos, que pode subir para de 24 a 30 anos, se o ato causar morte. As penas ainda podem ser agravadas se o crime contar com ajuda de governo estrangeiro ou organização criminosa. E ainda se colocar em risco as principais autoridades públicas do país, como o presidente da república.
Para o crime de financiamento do terrorismo, a pena de reclusão proposta é de 10 a 20 anos e multa. Para apologia de ato de terrorismo ou de autor de ato terrorista, de 3 a 8 anos de prisão. O recrutamento de indivíduos para a prática é púnico com pena de dez a 16 anos.
A proposta ainda equipara a ato terrorista, a prática de condutas tais como causar explosão, incêndio, inundação, desabamento, desmoronamento ou usar gás tóxico, veneno, agente químico, biológico, radiológico ou nuclear, em prédio ou local de aglomeração ou circulação de pessoas.
Quem também destruir, danificar, ou apoderar-se de aeronave, embarcação ou trem de transporte de passageiros ou de carga poderá ser incluído no crime.
Todas as punições são inafiançáveis e não podem receber graça ou anistia. O julgamento do crime de terrorismo será feito pela Justiça Federal.
Como os senadores modificaram o texto original aprovado na Câmara, o projeto retorna agora para avaliação e aprovação dos deputados.
Cinco dicas para o professor evitar estresse e esgotamento profissional
Jornalista: Leticia
Dificuldade para dormir, falta de ar frequente e problemas digestivos podem ser sintomas da síndrome de burnout. A doença é caracterizada por um esgotamento mental e físico ligados principalmente a uma vida profissional intensa que não deixa espaços para cuidar de si. A carreira de professor está entre as mais afetadas, principalmente pela grande responsabilidade que os docentes carregam.
Além do acompanhamento com um profissional da psicologia, há algumas estratégias que ajudam a não alcançar este ponto. Mary Beth Hertz, professora e colunista do site norte-americano Edutopia elaborou cinco dicas para que o professor se afaste da síndrome de burnout e para que o gestor ajude neste processo. Confira: 1 – Continue com sua “outra” vida
O balanço entre a vida pessoal e profissional é importante. Segundo Mary, principalmente no começo da carreira, os professores acabam passando madrugadas e fins de semana se dedicando às aulas. É importante ter momentos para se desconectar da carreira. Viagens e passeios com amigos de fora da escola são bons para relaxar. 2 – Renove-se e saia da rotina
De acordo com Mary, uma das formas de caminhar para o esgotamento é ficar preso na mesma rotina por muitos anos. Por isso, manter-se fresco lendo novas teorias sobre educação e conversando com profissionais que têm outras práticas pode ajudar a não chegar ao estresse extremo. 3 – Cultive conexões
Mary ainda alerta que o isolamento é um fator que frequentemente leva ao esgotamento profissional. Por isso, se sentir parte do time dos professores de sua escola ou região pode ajudar a tornar o dia a dia menos estressante. Com esse intuito, os gestores podem reservar um tempo de trabalho dos educadores para socialização e compartilhamento de experiências. 4 – Se mantenha leve
Agregue o humor e as risadas à sala de aula. Manter a expressão séria durante todo o tempo é difícil e pode tornar o dia a dia menos agradável. Os momentos que exijem seriedade existem, mas a colunista recomenda que o professor não se limite por causa deles. 5 – Gestores, incluam o professor nas mudanças da escola
A ameaça de mudanças pode causar apreensão entre os profissionais. Se estes processos forem transparentes por parte da gestão da escola, o medo das mudanças não será mais um dos fatores que causam estresse para o educador.
Pais fazem campanha para que escola particular do DF adote livro sobre diversidade
Jornalista: Leticia
Uma escola particular do Distrito Federal deixará de adotar uma obra infantil que trata sobre as diferentes configurações da família no ano que vem. A mudança causou a reação de alguns pais, que começaram um movimento nas redes sociais para que a escola volte atrás e mantenha o livro na lista de 2016.
A autora, Gisele Gama Andrade, explica que já escrevia sobre educação quando começou a desenvolver obras para crianças. “Decidi escrever os livros infantis por acaso, porque adotei uma criança de um ano e sete meses e ela começou a demonstrar que, na escola, havia algumas questões de inclusão que mereciam ser vistas”, relata. Ela criou, então, a personagem Sara — mesmo nome de sua filha adotiva —, que dá voz a várias questões sobre cidadania. Ao todo, são 17 títulos publicados.
A polêmica começou este ano, quando o colégio Maristinha passou a adotar um dos livros da coleção Sara e sua turma, A família de Sara, que trata das diversas composições das famílias: com apenas um pai ou uma mãe, ou com dois pais e duas mães etc. “O livro foi escrito pelo fato de a Sara não ter pai. Eu a adotei sozinha, depois de divorciada, e todo ano ela tinha sintomas físicos de mal estar na festa do Dia dos Pais, independentemente da escola em que ela estudava”, diz.
“Estou discutindo que a criança precisa ser olhada na sua essência”, afirma a autora do livro e mãe de Sara
“É um livrinho que fala sobre uma criança que tem sentimento de tristeza numa semana que devia ser festiva”, explica Gisele. Sara chorava e contava que os coleguinhas riam dela pelo fato de ela não ter um pai. No livro, a solução dada ao problema é realizar na escola a festa do amor, ou seja, em homenagem a qualquer pessoa que exerça o papel de cuidado na vida da criança, independentemente de ser pai, mãe, avó, tio ou até um professor. “Eu não estou discutindo o que a escola pensa sobre essa família. Estou discutindo que a criança precisa ser olhada na sua essência”, avalia a autora.
Em abril, o pai de um dos alunos contestou a adoção do livro por parte da escola, dizendo, segundo Gisele, que a obra descontrói a noção de família. O Maristinha manteve a posição e não deixou de adotar o livro. No entanto, a obra foi tirada da relação de livros de 2016, o que provocou uma reação contrária dos pais dos outros alunos: eles pedem que a obra continue a ser usado em sala de aula e alguns até criaram uma campanha a favor de A família de Sara nas redes sociais (leia depoimento abaixo).
A hashtag #VoltaSara é usada em redes sociais por pais de alunos e por outros apoiadores como tentativa de estimular a escola a manter o livro no ano que vem. A própria Sara, filha de Gisele, que hoje tem 15 anos e estuda em outra escola da rede Marista, gravou um vídeo em apoio à obra (assista abaixo).
A autora disponibilizou a obra completa no blog www.saraesuaturma.com, para acesso gratuito. Para ela, o debate em torno da adoção do livro abre a possibilidade de uma discussão maior sobre como as escolas tratam os diversos tipos de família. “A escola deve levar para dentro dos espaços dela todo o tipo de discussão que acontece no mundo. Cabe à família construir os valores a partir disso”, opina.
O colégio Maristinha informou que o livro foi adotado nas turmas do 2º ano e que, no início do segundo semestre, algumas famílias procuraram a escola para debater o conteúdo do livro. A escola esclareceu que, anualmente, a lista de livros paradidáticos é alterada, tendo em vista o grande número de lançamentos do mercado. Especificamente nas turmas do 2º ano, que utilizaram o livro em 2015, mais da metade dos livros serão substituídos. Ainda segundo a escola, o livro é mais um instrumento de suporte e a não adoção dele não significa que o tema deixará de ser abordado. Confira a íntegra do depoimento de Patricia Lino, um das mães que apoia a adoção do livro, publicado em uma rede social: “O Marista, em sintonia com ensinamentos que aprendemos de Cristo e com o chamado do Papa Francisco de que haja amor entre as pessoas, seja na família, na convivência em sociedade, no respeito ao próximo, incluiu em sua lista para o ano letivo “A Família de Sara”, que trabalha a questão das famílias no entendimento do que de fato existe na sociedade. Alguns pais reagiram à iniciativa porque entendem que existe um modelo de família admitido, e somente ele deve ser ensinado. Infelizmente, o Marista recuou na proposta pedagógica e retirou o livro da lista.
Assim como todos devemos respeitar a liberdade religiosa e as escolhas por determinada convicção ou fé, temos, também, a laicidade do Estado, que oferece garantias de liberdade e além de religião, de filosofias, de opiniões. O fundamental é que somos uma sociedade que busca a paz e que as pessoas possam conviver em igualdade. A cultura da paz, da igualdade, do respeito ao próximo pode ser chamada de utopia. Tomo, então, emprestadas as palavras de Eduardo Galeano: “A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” A escola tem o compromisso de fazer nossos filhos caminharem. Tem o propósito de deixar para eles a mensagem maior, o legado maior que poderíamos dar a eles: amor. Quem ama, respeita. Quem ama, protege. Quem ama, constrói. Quem ama, faz do mundo um lugar melhor. Dentre tantos educadores que poderia citar escolho Paulo Freire, cujo ensinamento maior é que educação é para conscientizar o aluno. Compreende a alegria de aprender e a capacidade de desenvolvimento por conhecimentos, por percepções e pela própria sensibilidade. Destaca o pensamento crítico. A família não está e nem nunca esteve ameaçada. Sempre existiu e existirá. Ela é a base de tudo, e lamento saber que o Marista não acolhe todas as famílias. À direção da escola e à coordenação pedagógica reitero meu interesse de que meus filhos aprendam a conviver em sociedade, edificando, construindo um Brasil mais justo e que respeite diferenças, quaisquer que sejam. Mais amor, menos violência. Mais amor, mais respeito por todos! #voltasara”
(Do Correio Braziliense)