2º Piquenique LGBTQIAPN+ do Sinpro fortaleceu a luta pelo direito de ser, na vida e no trabalho

O 2º Piquenique LGBTQIAPN+ do Sinpro foi um enorme sucesso! O ato político-cultural aconteceu no domingo, 28 de junho, realizado pelo Coletivo LGBTQIAPN+ da Secretaria de Raça e Sexualidade do sindicato. Foi um encontro de reflexões sobre a luta das pessoas LGBTQIA+ no mundo do trabalho, em especial, na educação, diálogo sobre os problemas cotidiano das pessoas; além de ter sido um momento de confraternização, com arte e amizade.

Diversas lideranças dos movimentos sociais, sindicais e do parlamento estiveram nessa atividade político-cultural, entre elas, Rosilene Corrêa, representando a CNTE; a deputada federal Erika Kokay, o deputado distrital Gabriel Magno; e o presidente da CUT-DF Rodrigo Rodrigues. Também participaram do evento os grupos Mães da Resistência e Mães pela Diversidade.

O coordenador do coletivo LGBTQIAPN+ da CUT-DF, professor João Macedo, entregou ao Sinpro e à CNTE placa elaborada pela CUT-DF (veja abaixo). A placa será encaminhada para todos os sindicatos que se comprometem com a luta da população LGBTQIAPN+, para reafirmar a importância dessa pauta.

O encontro também teve apresentações artísticas que emocionaram, alegraram e sensibilizaram os presentes, como o cordel Travesti Não É Bagunça, da cordelista Jarid Arraes; a poetisa Rafaela Farias; e o rapper Paulo Mauro.

“Agora, 55 anos depois da revolta de Stonewall, o Sinpro se orgulha de estar aqui, como movimento sindical, lutando pelo direito de ser, na vida e no trabalho, dos professores(as) e orientadores(as) educacionais LGBTQIAPN+, para que esse marcador social não seja um fator de opressão e precarização”, disse a diretora do Sinpro Ana Cristina Machado. “Nosso evento foi revigorante e muito elogiado por todos e todas que dele participaram. Com isso, estamos criando espaços de pertencimento e acolhimento, para sermos cada vez mais fortes”, comemorou ela.

Veja o álbum completo de fotos do 2º Piquenique LGBTQIAPN+ AQUI.

 

Coletivo LGBTQIA+ do Sinpro debate visibilidade e orgulho lésbico em reunião formativa

Dia 28 de agosto, a Secretaria de Raça e Sexualidade do Sinpro realizou uma reunião ampliada do coletivo LGBTQIA+ com caráter formativo para celebrar os dias do Orgulho Lésbico e da Visibilidade Lésbica (respectivamente, dias 19 e 29 de agosto).

A mesa que apresentou os debates na reunião.

 

O encontro contou com a participação de Annete Lobato, professora aposentada da SEEDF e especialista em Educação e Direitos Humanos; Ana Artoni, formadora da Eape e especialista em estudos de Gênero e Diversidade Sexual; e Andressa Vieira, gestora.

Os trabalhos foram conduzidos pela diretora da Secretaria de Raça e Sexualidade do Sinpro, Ana Cristina Machado, que lembrou da importância da gestão democrática nesse processo: “A escola é um território em disputa, e nós precisamos fortalecer as ferramentas que permitem nos apropriarmos desse espaço para produzir a educação que a gente sonha”, disse ela.

Falando em disputa de espaço, Élbia Pires, coordenadora da Secretaria de Saúde do Sinpro, anunciou que o próximo seminário de sua secretaria abordará a saúde mental das pessoas LGBTQIA+: “Só vamos conseguir furar a bolha para que sejamos de fato respeitadas se fizermos a disputa”, destacou ela.

>>> Saiba mais: SINPRO PROMOVE SEMINÁRIO “A VIDA É A MELHOR ESCOLHA”

Os principais temas abordados no encontro foram: maternagem lésbica; Currículo em Movimento; legislação; formação/informação para o empoderamento e luta das trabalhadoras lésbicas; experiências e vivências diárias no chão da escola; a luta por direitos e pela ocupação de espaços de poder.

A palestrante Andressa Vieira entre as diretoras do Sinpro Ana Cristina Machado e Élbia Pires.

 

As convidadas trouxeram para o debate a necessidade de se desnaturalizarem as opressões, e a luta para que todas possam viver este novo tempo sem medo. Elas também lembraram que a escola é um espaço privilegiado para questionamento e reflexão, e portanto, de combate à exclusão e à marginalização da população LGBTQIA+, em especial, as mulheres: “Como dizia Mandela, a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo, e é pela educação que a gente vai mudar”, disse Márcia Gilda, coordenadora da Secretaria de Raça e Sexualidade do Sinpro.

Para Ana Artoni, o mercado tenta se apropriar das reivindicações e ações dos movimentos para gerar seus próprios lucros. “Visibilidade importa, representatividade importa muito. Mas não descoladas de uma reflexão crítica”, apontou ela.

As palestrantes Ana Artoni e Annette Lobato.

 

Clique AQUI para acessar o álbum completo no facebook.

Assista o vídeo abaixo e saiba mais como foi o encontro do coletivo LGBTQIA+.

Fotos: Deva Garcia

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28 de junho: dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+

Hoje é dia de orgulho. Também é dia de celebrar o afeto, o carinho, o cuidado. É dia de celebrar o amor que não teme se revelar, e que luta para se mostrar feliz e completo para todo o mundo.

Hoje é o dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. É dia de orgulho, mas também é dia de respeito e de admiração a toda uma comunidade que não teme mostrar ao mundo seus afetos, seus sentimentos.

Mas o que um sindicato tem a ver com LGBTQIA+? Mais: o que um sindicato de professores tem a ver com orgulho LGBTQIA+?

Tem tudo a ver. É papel de nós, educadores e educadoras, construir pontes para uma sociedade menos violenta e preconceituosa. É nosso papel, também, mostrar aos nossos alunos como identificar e respeitar o amor.

Hoje é dia de orgulho.

Mas também é dia de respeito, de amor, de admiração. É dia de integração e de acolhimento.

Para a comunidade LGBTQIA+, existir é motivo de vitória e de orgulho.

A Secretaria de Raça e Sexualidade do Sinpro-DF produziu um vídeo para marcar o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, celebrado em 28 de junho. No vídeo, que circulará também nos cinemas do Cine Cultura Liberty Mall, integrantes do Coletivo LGBTQIA+ do Sinpro falam sobre a importância da resistência e da educação para combater a intolerância e o preconceito. Pelo direito de ser, na vida e no trabalho!

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Carência de profissionais é barreira para educação que respeita as diversidades

O déficit de profissionais da educação pública impacta gravemente a qualidade do ensino oferecido à sociedade. Mas os prejuízos vão muito além. O rombo também repercute na impossibilidade de se fazer uma educação que acolhe e respeita as diferenças. A conclusão é da diretora do Sinpro-DF Élbia Pires, durante o IV Seminário LGBTQIA+ da Câmara Legislativa do Distrito Federal – “Escola de todas as cores: acolher as diversidades, respeitar as diferenças”. A atividade foi realizada nessa segunda-feira (26/6).

Segundo Élbia, a regional de Planaltina, por exemplo, responsável por 65 unidades escolares, tem apenas 14 psicólogos. Ela ainda destaca problemas na própria legislação, que traz portaria indicando apenas 1 orientador-educacional para cada 680 alunos. Além disso, Élbia aponta a contratação indiscriminada de professores(as) em regime de contratação temporária – submetidos a relações de trabalho precarizadas –, estratégia que tenta mascarar ausência grave de efetivos(as) em regência nas salas de aula.

“A ausência de profissionais na educação pública é uma imposição do Estado, que também impacta na falta de acolhimento e respeito às diversidades”, afirma Élbia Pires.

Durante o IV Seminário LGBTQIA+ da CLDF, ela destacou que o Sinpro-DF vem desenvolvendo uma série de parcerias e iniciativas para promover a cultura de reconhecimento e acolhimento das diversidades nas escolas. “Nós da comunidade LGBTQIA+ sofremos na sala de aula e também sofremos na sala dos professores”, disse a dirigente do Sinpro-DF, para mostrar que a sociedade do preconceito tem reflexos graves na educação, prejudicando estudantes, professores(as), orientadores(as) educacionais e demais profissionais.

Entre as iniciativas do Sinpro-DF, Élbia destacou o Coletivo LGBTQIA+ do Sindicato, lançado no último dia 25 de junho, em comemoração ao dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.

>> Leia também: PIQUENIQUE LGBTQIA+: A CELEBRAÇÃO DO AFETO

Para a diretora do Sinpro-DF Márcia Gilda, professores(as) e orientadores(as) educacionais “não devem ter medo de colocar o tema das diversidades na centralidade dos temas tratados em sala de aula”. “A pauta LGBTQIA+ não deve ser um eixo transversal, porque trata-se de existência, e por isso deve estar no projeto político pedagógico da escola”, afirma, e continua: “Mandela já dizia que a educação é a arma mais poderosa que se tem para mudar a sociedade. É nas escolas que a gente vai fazer com que nossos alunos e as nossas alunas tenham a percepção das diversidades de existências”.

Elbia Pires, diretora do Sinpro-DF, no IV Seminário LGBTQIA+ da CLDF

 

Bancada do respeito
De iniciativa do deputado Fábio Felix (Psol), que preside a Comissão de Direitos Humanos da CLDF, o IV Seminário LGBTQIA+ contou com o apoio de parlamentares do PT e do PSB.

“Há apoio sim para nossa pauta. Para o armário a gente não volta mais. Vamos ocupar todos os espaços políticos dessa cidade”, disse o deputado Fábio Felix. Ele, que contou ter sofrido violência física e psicológica na escola por causa de sua orientação sexual, afirmou que “a intenção do debate não é tornar ninguém algo que não seja, mas refletir sobre a necessidade de mudar a política pública neste país e nesta cidade para garantir a promoção e a proteção das diversidades”.

O deputado Chico Vigilante, do PT, lembrou que o ódio contra a comunidade LGBTQIA+ também é um projeto. “Na legislação anterior, enfrentamos momentos terríveis quando tentavam impor o Escola sem Partido. Aquilo a gente sabe o que é: é para que não possa ser debatido nenhum tema a não ser na visão da extrema direita conservadora”, criticou.

Também do PT, o deputado Gabriel Magno disse ainda que a investida contra o acolhimento e o respeito à comunidade LGBTQIA+ vem também do Executivo. “Neste governo (Ibaneis Rocha), o PPP, Projeto Político Pedagógico, virou PP: Projeto Pedagógico. A Secretaria de Educação tirou um ‘P’. E quando se tira o ‘político’, se tira uma identidade política de achar que a escola não é espaço para diversidade, para liberdade, para democracia.”

Deputada Dayse Amarilio (PSB) afirmou que a “política é uma ferramenta de transformação e representação social”, e que é essencial para garantir respeito e dignidade à comunidade LGBTQIA+. “Nossos professores, nossos profissionais de saúde, cresceram em uma sociedade preconceituosa. Enquanto não trouxermos a discussão pra cá (CLDF), para as escolas, para todos os lugares, vamos continuar na invisibilidade, tirando das crianças o direito do amparo que o poder público tem que dar.”

O IV Seminário LGBTQIA+ – “Escola de todas as cores: acolher as diversidades, respeitar as diferenças”, teve ainda a apresentação de duas mesas de debate. A primeira teve como tema “Uma Educação cidadã e protetora para todas”; e a segunda, “A invenção da ‘ideologia de gênero’ e o cerceamento das identidades dissidentes”. Assista à íntegra no link https://youtu.be/G8wu1tShQJ8

 

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Sinpro promove seminário de formação antirracista

No dia 11 de abril, às 19h, a sede do Sinpro recebe o primeiro Seminário de Formação do caderno É Preciso Ser Antirracista, lançado em novembro do ano passado e disponível em PDF aqui.

As inscrições para o Seminário de Formação já estão abertas e vão até o dia 10 de abril. CLIQUE AQUI PARA FAZER A INSCRIÇÃO. O seminário é voltado exclusivamente para sindicalizados(as). “Formação antirracista é o que determinam as diretrizes da lei 10.639/2003 – que inclui o ensino de história e cultura afro-brasileiras nos currículos oficiais”, lembra a coordenadora da secretaria de raça e sexualidade do Sinpro, Márcia Gilda.

A formação será realizada pelos organizadores do caderno, o professor Adeir Ferreira Alves e as professoras Aldenora Conceição de Macedo e Elna Dias Cardoso.

O caderno “É Preciso ser antirracista: caderno de apoio para práticas pedagógicas de enfrentamento e combate ao racismo na escola” traz informações importantes, como:  dispositivos legais que respaldam, orientam e determinam o trabalho antirracista na escola; datas importantes para a luta antirracista; expressões racistas que devem ser extintas; e conceitos importantes dos estudos antirracistas.

Além disso, o caderno traz diversas sugestões para se trabalhar o combate ao racismo dentro das salas de aula, nas diversas disciplinas; e orientações para desenvolver práticas pedagógicas de reconhecimento e valorização das contribuições da população negra. “Os objetivos desse trabalho são: oferecer uma ferramenta didática; ser um suporte teórico-conceitual; atender à lei 10.639/2003 como instrumento de capacitação; e oferecer conteúdo qualificado com linguagem acessível”, explica o professor Adeir Ferreira Alves, um dos autores da publicação. “Quero agradecer, em nome da equipe técnica, pela parceria com a Secretaria de Raça e Sexualidade do Sinpro-DF, pela oportunidade de propor uma prática de educação antirracista e de combate ao racismo institucional”, ele destaca.

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Sinpro leva debate sobre violência contra as mulheres às ruas

Olhares curiosos. Desabafos. Dúvidas. Foram várias as reações de quem transitava na Rodoviária do Plano Piloto no último dia 25 de novembro e se deparou com faixas, panfletos e falas sobre o combate à violência contra as mulheres.

>> Acesse aqui o panfleto distribuído pelo Sinpro-DF 

A atividade foi organizada pelo Sinpro-DF, CUT-DF (Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal) e organizações do movimento social, e marcou o Dia Internacional de enfrentamento à Violência contra as Mulheres, que compõe a campanha 21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.

“Essa é uma verdadeira aula para fora dos muros das escolas, em prol de uma sociedade que respeita as mulheres, que combate a violência contra as mulheres. Seguiremos juntas e juntos, na luta pela dignidade das nossas meninas e mulheres”, disse a coordenadora da pasta de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras do Sinpro-DF, Mônica Caldeira.

Em 2021, a cada sete horas uma mulher foi assassinada pelo simples fato de ser mulher; e a cada 10 minutos uma menina ou mulher foi estuprada. Isso considerados apenas os casos registrados pela polícia. De acordo com a diretora do Sinpro-DF Silvana Fernandes, que também compõe a pasta de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras, a mudança desse cenário passa pela conscientização da sociedade.

“Estamos neste panfletaço para dialogar com a sociedade do DF, no intuito de conscientizá-la. Muitas vezes uma mulher é vítima de violência e não sabe; muitas delas não sabem como denunciar. E por incrível que pareça, muita gente ainda não entende que a violência contra a mulher é realizada por causa do machismo consolidado na nossa sociedade”, afirma a dirigente sindical.

Para a secretária de Mulheres da CUT-DF, Thaísa Magalhães, “só se muda a sociedade quando se muda a vida das mulheres”, e essa mudança só virá com a luta, que deve ser feita não só por mulheres, mas por toda a sociedade. “É muito difícil a gente conversar com mulheres, seja onde for, e não ter relatos de violência. Enquanto a gente estava entregando os panfletos, ouvimos de diversas mulheres os relatos que atingiram e atravessaram suas vidas. É uma pauta que não é de responsabilidade só das mulheres, é uma pauta de toda a sociedade. Vamos continuar juntas e na luta até que todas sejamos livres”, diz.

As atividades pelo fim da violência contra as mulheres realizadas pelo Sinpro-DF continuam. Neste mês de novembro, já foram realizadas as Oficinas Pedagógicas Maria da Penha Vai às Escolas, e ainda será realizado o “Encontro de Mulheres Educadoras – Mulheres e direitos humanos: qual escola queremos?”, no dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

 

Fotos: Deva Garcia

 

 

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CED 07 da Ceilândia realiza ações alusivas ao Dia da Consciência Negra

Com a temática “Brasil contra o racismo. A luta é de todas nós”, o CED 07 da Ceilândia realizou uma série de atividades na Semana da Consciência Negra, envolvendo professores(as), estudantes e militantes do movimento negro.

“Sabemos que este ainda é um projeto que enfrenta resistências sociais, porque convivemos e nos deparamos todos os dias com atitudes racistas e discriminatórias. No entanto, também percebemos que esse é um tema que a sociedade brasileira precisa se responsabilizar”, afirma a coordenadora do projeto, professora Joana Darc do Carmo Alves.

Ela conta que vive “365 dias na luta, combatendo o racismo e a discriminação, construindo essa agenda com estudantes, com a colaboração de professores de humanas dos turnos matutino e vespertino, estendendo aos auxílios de professores das outras áreas”.

Professora Joana Darc faz questão de ressaltar o apoio da diretora do CED 07, Adriana Barros, que participou da organização para viabilizar o projeto que fechou o último dia com a realização de 15 oficinas e o desfile anual do CED 07, que tem como objetivo reafirmar a autoestima e identidade das pessoas negras.

Entre os participantes das atividades, estão as diretoras do Sinpro-DF Mônica Caldeira e Márcia Gilda, o deputado distrital Max Maciel, a professora Neide Rafael, além de Joyce Marques, Juvenal Araújo, Zene Rainha, Simone Cristal, Adelina Benedita, Renata Parreira, Celeste, Potyra Terena, Sara Benedita, Esdras Aristides, Prethais e apresentações de estudantes do Ensino Regular e EJA interventiva.

“Agradecemos toda a equipe do CED 07, a gestão, professores, estudantes, o time de funcionários da escola. Agradecemos ao Sinpro pelo apoio em comunicação e colaboração com materiais”, diz a professora Joana Darc.

 

Fim da violência contra as mulheres exige políticas públicas transversais

No próximo dia 25 de novembro, milhares de mulheres vão às ruas do mundo inteiro, no Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. No DF, também há programação prevista para a data. Mas o empenho não é pontual. Para a coordenadora da secretaria de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras, Mônica Caldeira, a luta pelo fim da violência contra as mulheres deve ser uma pauta estrutural e permanente, passando, necessariamente, pela educação.

“Com o resultado das eleições, a expectativa é que tenhamos avanço na garantia de instrumentos e equipamentos que preservem a vida e garantam os direitos das mulheres. Afinal, foi derrotado um governo que não tem vergonha nenhuma em ser titular de discursos e práticas machistas. Isso não quer dizer que podemos arrefecer a luta. Ao contrário, nosso papel é intensificar o movimento, mostrando que, enquanto nossa pauta não for atendida, não teremos democracia consolidada”, diz a dirigente sindical.

Mônica Caldeira avalia que a atuação dos movimentos sociais é determinante para que o poder público implemente políticas públicas para o segmento. Segundo ela, isso é insubstituível para “construir um Brasil que respeite as mulheres”. Tais políticas, entretanto, na avaliação da dirigente sindical, devem ser formuladas e aplicadas de forma transversal com outros setores sociais, como saúde, trabalho e, sobretudo, educação.

“Nosso Currículo em Movimento traz alguns direcionamentos que vão ao encontro do que pleiteamos. Mas é necessário mais. A política educacional brasileira foi solidificada sobre o patriarcalismo e o sexismo. É necessário, então, que haja investimento e comprometimento com uma educação que rompa com essa trajetória e seja eficaz na contribuição da formação de crianças e adolescentes antimachistas”, reflete.

Mônica Caldeira, coordenadora da Secretaria de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras do Sinpro-DF, na Oficina Pedagógica Maria da Penha Vai às Escolas.

 

Teoricamente, o DF prevê a consolidação do que reivindica a dirigente do Sinpro-DF. O II Plano Distrital de Políticas para as Mulheres (PDPM) apresenta em seus nove eixos uma série de objetivos específicos, metas e ações para combater todas as formas de violência contra as mulheres. O eixo 4 trabalha a temática de forma específica, mas o combate à violência contra as mulheres é abordado de forma transversal nos demais eixos do PDPM, como o eixo 2 – Educação para a Igualdade. O documento prevê, por exemplo, a construção de mais equipamentos de atendimento às mulheres vítimas de violência; formação permanente de agentes públicos sobre a questão da igualdade de gênero; e a implementação de programas que fomentem a educação para os direitos humanos. Mas, na prática, não é isso que acontece.

A secretária de Mulheres da CUT-DF (Central Única dos Trabalhadores), Thaísa Magalhães, afirma que foi feita uma série de denúncias ao Conselho da Mulher sobre a deficiência do sistema de amparo às mulheres do DF vítimas de violência. “Tanto a Secretaria da Mulher do DF como o próprio governador Ibaneis Rocha dizem que os índices estão bons, que tudo tem melhorado e que se faz o que é possível fazer. Mas não é assim. As Casas Abrigo não funcionam, não há servidores especializados nas Delegacias de Mulheres para atender as vítimas de violência. Em 2019, ano em que foram registrados 34 casos de feminicídio no DF, o maior da história, a Secretaria de Políticas para as Mulheres não tinha estrutura e nem mesmo plano de ação”, afirma a dirigente cutista.

Assim como para a diretora do Sinpro Mônica Caldeira, Thaísa Magalhães avalia a necessidade de as políticas públicas para as mulheres serem construídas de forma integrada com os demais setores sociais. “É necessário que haja um programa integrado com a secretaria de Saúde da mulher, principalmente às mulheres da periferia. Precisa ter um programa integrado também com a Secretaria de Educação, para que haja investimento e comprometimento para uma educação por igualdade de gênero. Precisa ter programa integrado com a Secretaria de Trabalho, para coibir, por exemplo, o assédio nos locais de trabalho”, exemplifica.

No DF, as mulheres representam 52% dos habitantes: formam um grupo de 1,6 milhões de pessoas. Mesmo sendo maioria, são alvo sistemático da violência. Aqui, a cada 34 minutos, uma mulher é agredida. Comparado com 2020, o ano de 2021 registrou crescimento de mais de 47% no número de feminicídios. Em 2022, foram 15 casos confirmados de feminicídio e 1.177 casos de violência doméstica registrados, apenas no mês de julho. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública.

Regina Célia (esquerda) e Silvana Fernandes, diretoras da Secretaria de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras do Sinpro-DF, na Oficina Pedagógica Maria da Penha Vai às Escolas.

 

Iniciativa
O Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres está inserido na campanha dos 21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, encampada também pelo Sinpro-DF.

Como parte das ações da campanha, a secretaria de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras realizará nesta sexta-feira (25/11) panfletaço na Rodoviária do Plano Piloto, ao lado do BRT, a partir das 16h30.

A pasta também realizou as Oficinas Pedagógicas Maria das Penha Vai às Escolas, que teve como objetivo instrumentalizar professores e professoras para a exposição em sala de aula da principal lei de combate à violência contra as mulheres.

Internacionalmente, os 21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres começam dia 25 de novembro, Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres, e termina no dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, totalizando 16 dias de ativismo. No Brasil, a campanha começa dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para enfatizar a dupla discriminação sofrida pelas mulheres negras.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, no Brasil, a cada sete horas uma mulher é vítima de feminicídio, e a cada dez minutos uma mulher e estuprada.

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Oficinas Pedagógicas Maria da Penha Vai às Escolas

Ao longo dessa semana, o Sinpro-DF realizará formação continuada de coordenações pedagógicas sobre a Lei Maria da Penha. O projeto, idealizado como “Oficinas Pedagógicas Maria das Penha Vai às Escolas”, compõe as ações da campanha 21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.

O pontapé inicial das oficinas foi no CEM 10 da Ceilândia, nessa segunda-feira (7/10). Professores(as) e orientadores(as) educacionais da escola receberam orientações sobre a Lei Maria da Penha de forma didática.

“Utilizamos um baralho que ajuda a compreender a Lei Maria da Penha, levamos uma entrevista da Maria da Penha concedida à Revista Sinpro Mulher, além de entregarmos aos participantes um pendrive com catálogo artístico relacionado à temática de gênero. Esses recursos didáticos ajudam na compreensão do tema e, sobretudo, instrumentalizam professores e professoras para apresentação do assunto em sala de aula”, afirma a coordenadora da secretaria Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras do Sinpro-DF, Mônica Caldeira.

Nesta terça-feira (8/11), quem participou das “Oficinas Pedagógicas Maria da Penha Vai às Escolas” foram professores(as) e orientadores(as) educacionais do CED 02 do Cruzeiro. As atividades se encerram nesta quarta-feira (9/11), no CEF 209 de Santa Maria.

O planejamento das Oficinas Pedagógicas conta com a participação do Coletivo das Mulheres Educadoras e da Secretaria de Mulheres da CUT-DF.

Esforço conjunto
Além de somar na campanha dos 21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, as “Oficinas Pedagógicas Maria da Penha Vai às Escolas” encontram respaldo nos pressupostos do Currículo em Movimento da Educação Básica, no Plano Distrital de Educação (PDE) e no estatuto do Sinpro-DF.

“Além de todos os documentos basilares da educação que orientam a discussão da violência contra a mulher, não podemos nos esquecer de que esse tipo de violência acontece também dentro das escolas, afetando professoras, orientadoras educacionais e demais trabalhadoras, assim como alunas. Por tudo isso, o esforço para combater a violência contra as mulheres deve ser uma luta conjunta daqueles e daquelas que lutam por uma educação que atua para construção do pensamento crítico”, avalia a diretora do Sinpro-DF Silvia Fernandes, que compões a secretaria Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras.

Mais ações
O calendário de ações do Sinpro-DF durante os 21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres é amplo. Além das “Oficinas Pedagógicas Maria da Penha Vai às Escolas”, serão realizados panfletaço e uma roda de conversa.

O panfletaço será realizado no dia 25 de novembro, Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres. O material mostrará à sociedade, em linguagem facilitada, o que é um relacionamento tóxico e o que a mulher deve fazer ao se identificar como vítima desse tipo de relacionamento. A ação terá a participação da CUT-DF, e será na Rodoviária do Plano Piloto e em escolas públicas do DF, das 16h30 às 19h.

Já a roda de conversa será realizada no dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. A atividade terá a participação do Coletivo de Mulheres Educadoras, e será na Chácara do Sinpro, das 9h30 às 11h30.

“O combate à violência contra as mulheres é um trabalho diário. Mas é necessário que fortaleçamos também campanhas como essa dos 21 Dias de Ativismo, para darmos visibilidade ao tema e mostrarmos como a violência contra as mulheres é algo generalizado e, muitas vezes, banalizado. E é principalmente nas escolas que temos a chance de atuar para mudar o cenário de hoje, pois o que se aprende agora, se pratica amanhã”, esclarece a diretora do Sinpro-DF Regina Célia, da secretaria Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras.

21 Dias de Ativismo
Desde 1991, anualmente, organizações do mundo inteiro que defendem os direitos das mulheres realizam a campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. O objetivo é conscientizar a população para prevenir e eliminar os diferentes tipos de agressão cometidos contra meninas e mulheres.

Internacionalmente, a campanha começa dia 25 de novembro, Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres, e termina no dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, totalizando 16 dias de ativismo. No Brasil, a campanha começa antes: no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para enfatizar a dupla discriminação sofrida pelas mulheres negras.

O Sinpro defende que o fim da violência contra as mulheres é central para um mundo justo e igualitário. Esse é um tema que deve ser discutido também nas escolas públicas de todo o Brasil, como forma de conscientizar crianças e adolescentes para direcionar suas ações futuras.

Veja fotos da Oficina Pedagógica no CEM 10 da Ceilândia em  https://www.instagram.com/p/CktcyuXplZF/?utm_source=ig_web_copy_link

Veja fotos da Oficina Pedagógica no CED 02 do Cruzeiro https://www.instagram.com/p/CkwE54OpyyS/?utm_source=ig_web_copy_link

 

>> Leia também:

SINPRO LEVA LUTA ANTIRRACISTA E PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES AOS CINEMAS

Fotos: Deva Garcia

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Sinpro leva luta antirracista e pelo fim da violência contra as mulheres aos cinemas

As salas de cinema do Liberty Mall veicularão neste mês vídeo do Sinpro-DF que traz duas importantes lutas realizadas em novembro: o Mês da Consciência Negra e a campanha dos 21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.

A peça tem pouco mais de um minuto e promove, por meio de palavras e olhares, reflexões sobre as datas. O vídeo é parte das ações realizadas pelo Sinpro-DF neste mês de novembro.

 

Mês da Consciência Negra
No dia 20 de novembro é realizado o Dia da Consciência Negra. A data faz referência à morte do líder Zumbi, do Quilombo dos Palmares, em 1695. Mas é muito mais que isso: é um dia para refletir e para escancarar as relações de desigualdade entre brancos de negros no Brasil.

“É um dia de luta. Nós, negras e negros, somos diariamente atacados por uma estrutura racista. Recebemos menos; somos os que mais morrem; os mais violentados pela polícia; os mais encarcerados. Mas, sobretudo, somos nós que fazemos esse Brasil. Negras e negras também são reis e rainhas, príncipes e princesas, guerreiros e guerreiras; somos cientistas, analistas políticos; somos professores”, lembra a coordenadora de Assuntos de Raça e Sexualidade do Sinpro-DF Márcia Gilda.

Segundo ela, “a equidade racial é urgente, e só pode ser alcançada com a promoção de políticas públicas que reparem as dívidas históricas feitas com o povo negro”. “Saímos agora de um governo federal que fazia questão de ser racista, e sentia orgulho disso. Nesse período, o racismo cometido contra o povo preto brasileiro, principalmente contra as mulheres negras, foi aprofundado: fomos os que mais ficamos sem emprego, fomos os que mais morremos de Covid-19, fomos os que mais perdemos poder de compra, fomos quem mais ficamos de fora das escolas. Agora, há sim uma nova esperança. Mas a luta tem que continuar firme. Só assim construiremos um Brasil com equidade racial”, alerta.

Para marcar o Mês da Consciência Negra, o Sinpro-DF lançará o “Caderno de Apoio para Práticas Pedagógicas de Enfrentamento e Combate ao Racismo na Escola”. O material foi produzido graças aos esforços do professor Adeir Ferreira Alves e das professoras Aldenora Conceição de Macedo e Elna Dias Cardoso, que cederam ao Sinpro os diretos autorais sobre a publicação. A data e o local de lançamento serão informados em breve.

21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres
Desde 1991, anualmente, organizações do mundo inteiro que defendem os direitos das mulheres realizam a campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. O objetivo é conscientizar a população para prevenir e eliminar os diferentes tipos de agressão cometidos contra meninas e mulheres.

Internacionalmente, a campanha começa dia 25 de novembro, Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres, e termina no dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, totalizando 16 dias de ativismo. No Brasil, a campanha começa antes: no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para enfatizar a dupla discriminação sofrida pelas mulheres negras.

“O Sinpro defende que o fim da violência contra as mulheres é central para um mundo justo e igualitário. Esse é um tema que deve ser discutido também nas escolas públicas de todo o Brasil, como forma de conscientizar nossas crianças e adolescentes para que suas práticas futuras respeitem os direitos de todas as mulheres”, afirma a coordenadora de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras, Mônica Caldeira.

Para somar na campanha dos 21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, com o lema “Aprendizado hoje, prática amanhã”, o Sinpro programou uma série de atividades que serão realizadas nas escolas e nas ruas do DF. Veja a programação:

7 a 10 de novembro
Oficinas Pedagógicas – Maria da Penha Vai às Escolas

25 de novembro
Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres
Panfletaço na Rodoviária do Plano Piloto e nas escolas públicas do DF | Sinpro-DF e CUT-DF
Das 16h30 às 19h

10 de dezembro
Dia Internacional dos Direitos Humanos
Roda de Conversa | Sinpro-DF e Coletivo de Mulheres Educadoras
Na Chácara do Sinpro
Das 9h às 11h30

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