Dieese e centrais sindicais promovem debate sobre a reforma da Previdência

Como parte da luta eminente para barrar a reforma da Previdência de Bolsonaro, nos próximos dias, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a CUT, e demais centrais sindicais, realizarão a 15ª Jornada Nacional de Debates, que debaterá o tema nos quatro cantos do país.

Em Brasília, a ação acontece no dia 2 de abril, às 14h, no Sindicato dos Bancários, que fica localizado na 314/315 Sul. A intenção é que a jornada aprofunde a discussão sobre a PEC 06/19 e ofereça subsídio técnico ao movimento sindical para ampliar a comunicação com a população.

As inscrições para o evento podem ser realizadas pelo e-mail erdf@dieese.org.br ou pelo telefone (61) 33458855.

Fonte: CUT Brasília

Guedes: “Governo suspenderá salário de servidores caso reforma da Previdência não seja aprovada”

De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a interrupção de pagamentos de salários de servidores federais será a primeira coisa a acontecer caso a reforma da Previdência não seja aprovada; declaração vem em meio a crise entre governo e Congresso e diante da possibilidade da proposta não ter votos suficientes no parlamento

 

Em evento da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), realizado nesta segunda-feira (25), em Brasília, Guedes resolveu fazer pressão para angariar apoio na aprovação da reforma da Previdência e afirmou que, caso a proposta não passe no Congresso, o governo suspenderá o pagamento de salários de servidores federais.

“Servidores públicos deveriam entender, e até a maioria entende, que [a reforma] é uma forma de garantir suas aposentadorias e seus salários”, disse, logo após afirmar que a interrupção do pagamento de salários de servidores será a “primeira coisa a acontecer” caso a reforma não seja concretizada.

A declaração de Guedes vem em meio a uma intensa crise entre o governo Bolsonaro e o Congresso Nacional. Criticado pela falta de articulação política, o presidente vem perdendo confiança entre deputados e senadores e trocas de farpas entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pessoas próximas a Bolsonaro, como seu filho Carlos Bolsonaro, têm intensificado a situação conflituosa. O entendimento é que, hoje, a base do governo não tem votos suficientes para aprovar a reforma da Previdência.

 

No mesmo evento em Brasília, Guedes ainda disse que caso a proposta não seja aprovada, prefeitos e governadores serão “apedrejados”. “O déficit da Previdência está engolindo as finanças públicas dos governos”, pontuou.

 

Na terça-feira (26), a partir das 14h, é aguardada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara a presença do ministro. Será a primeira audiência pública na Casa para o governo explicar pontos da reforma e uma tentativa de Guedes para diminuir entrevo com parlamentares.

Fonte: Revista Fórum

Ministro da Fazenda diz ter pronta PEC para desvinculação total do Orçamento

Ninguém que viva neste país deveria deixar de ler esta matéria.
“O Ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, anuncia que está para sair do forno a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que implantará a desvinculação geral do Orçamento. Isso significa retirar do atual texto constitucional a vinculação para a Educação no Orçamento da União, (18% da receita de impostos), abrindo espaço para que o mesmo se faça em relação aos Estados e Municípios ( 25% no mínimo), além de facilitar o fim das vinculações para a Saúde, hoje em 15% da receita corrente líquida nos termos da Emenda Constitucional 86. Isso é milhões de vezes pior do que o texto da reforma da Previdência. Segundo o jornal, os objetivos seriam ” nobres”:  Reformular o “pacto federativo” e distribuir mais recursos aos Estados e Municípios. Pura mentira. Fraude deslavada na informação.
Sem as vinculações, o que hoje está amarrado vai mesmo é ser liberado para engordar o superávit primário, aquela economia entre receitas e despesas antes de computados os gastos financeiros com juros e amortizações da dívida pública. Ou seja, um Orçamento sem vinculações sociais é um  orçamento totalmente “livre”, porém, vinculado à dívida pública. Constitucionalizar isso é um crime bárbaro contra o direito à educação e à saúde e a todos os direitos sociais assegurados no Orçamento da União. Essa PEC não pode ser aprovada.
“Paulo Guedes tem de ser denunciado e preso. Age, descaradamente, a favor do mercado financeiro na mais promíscua advocacia administrativa (artigo 321 do Código Penal- ” patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário”) dos últimos anos. Além disso,  deve ser denunciado também por tentativa de supressão dos direitos constitucionais a favor do capital”, alerta o movimento sindical.
Confira, a seguir, a matéria do jornal Valor Econômico com trechos da entrevista de Paulo Guedes sobre a PEC da desvinculação do Orçamento e sobre a reforma da Previdência ser um projeto de capitalização do direito social à aposentadoria.

 

Guedes diz ter pronta PEC para desvinculação total do Orçamento

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que desvincula receitas e despesas do Orçamento tramite “o mais rápido possível” no Congresso. A medida foi antecipada pelo Valor em novembro, ainda durante os trabalhos da equipe de transição, e, posteriormente, comentada pelo titular da pasta em seu discurso de posse. Agora, Guedes diz que o texto deve tramitar no Congresso ainda durante a discussão da reforma da Previdência.

 

Ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Guedes chamou a medida de “PEC do pacto federativo” porque, em sua visão, ela abriria caminho para os recursos serem redistribuídos entre União e entes subnacionais. “Está caótico o quadro financeiro dos Estados e municípios. Isso significa que o timing político é já. Então, nós vamos mandar o pacto federativo também para o Congresso agora, mas pelo Senado”, afirmou.

 

A ideia é que o texto seja apresentado por um senador da base do governo. “São dois projetos grandes e importantes [PEC do Orçamento e PEC da Previdência]. Um entrando pelo Senado, outro, pela Câmara. Eu até achava que a gente iria segurar um pouco para fazer uma coisa de cada vez. Só que a situação político-financeira de Estados e municípios está pedindo isso já”, disse. Apesar disso, ele ponderou que a decisão sobre o timing é do Planalto. “Por mim, é sempre o mais rápido possível. Mas quem manda é o presidente, o Onyx e o Congresso”, disse.

 

Com a PEC, Guedes pretende atacar o engessamento do Orçamento. A fatia das despesas obrigatórias no total da despesa primária passou de 84%, em 2013, para 91%, em 2017. Dois exemplos de obrigações constitucionais existentes hoje são as despesas com Saúde e Educação. A emenda do teto de gastos, aprovada em 2016, estabeleceu níveis mínimos para as duas áreas usando a correção inflacionária em cada ano (antes, eram consideradas percentuais das receitas da União a serem aplicados em cada área).

 

Reforma da Previdência
Ao jornal, o ministro diz que faltariam 48 votos para que a reforma da Previdência seja aprovada na Câmara dos Deputados, mas depois pondera, diante da lembrança feita pelos repórteres de que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o texto não seria aprovado hoje.

 

“O Rodrigo Maia é o especialista. Aparentemente, eu não entendo de política. É claro que a nova política terá de valorizar os partidos. Política é feita por partidos. Agora esses partidos não podem ser mercenários. Têm de ser temáticos e programáticos. É um choque do antigo com o novo e não adianta acusar o governo de não querer fazer política como antigamente. Claro que não! Fomos eleitos para não fazer. Aquele jeito de fazer política está na cadeia e está perdendo eleição. Qual o jeito novo? Não sabemos. Vamos aprender juntos”, disse.

 

Guedes diz que a reforma precisa economizar no mínimo R$ 1 trilhão e que se forem retirados pontos do texto, compensações serão necessárias. “Se quer reduzir a idade da mulher, tira do militar. Se quer dar para o militar, tira do rural. No total, tem de dar R$ 1 trilhão”, disse. Guedes avalia que, caso a reforma seja desidratada pelo Congresso, fica ameaçada a proposta de criar um sistema de capitalização, em que cada indivíduo contribui para sua própria aposentadoria.

 

Sobre a negociação no Congresso, o ministro diz não ser normal o parlamentar negociar cargo por recursos. “Agora, pedir dinheiro para educação, para fazer saneamento, esgoto nas comunidades, é absolutamente normal”. Questionado se então, não dariaq cargos ou emendas em troca de apoio, respondeu: “Calma. Vocês estão notando que o eixo está mudando? Vai acabar tudo num dia só ou isso é um processo, no qual novos eixos são criados e os mais sérios vão aderindo?”

 

PIB e déficit em 2019
O ministro mudou o tom em relação ao déficit em 2019. Antes, dizia que pretendia eliminar o rombo primário neste ano usando diferentes recursos, como o da cessão onerosa. Agora, afirmou que seu papel é “dizer que vai ser zero” – mesmo que o resultado não se concretize.

 

“A minha função é essa. Há dois tipos de mentalidade. Não vou dar nome aos bois. Uma é assim: se você acha que o buraco vai dar uns R$ 160 bilhões, coloca R$ 160 bilhões na meta. Aí qualquer coisa que conseguir a menos que isso vai deixar o mercado muito feliz e dizer que nós somos muito bons. A minha é a gente dizer que vai ser zero e, se disserem que é impossível, nós falamos que vamos tentar o impossível. Se der tudo errado e o déficit ficar em R$ 60 bilhões ou R$ 70 bilhões, é menos da metade do que os caras que diziam ter feito um belo trabalho”, disse.

 

O ministro também afirmou que não há “mágica” frente ao baixo crescimento da economia e que, para os números crescerem, as reformas devem ser aprovadas.

 

Energia
Na entrevista, Guedes afirmou que pretende colocar em prática medidas para baratear o custo do gás natural, sinalizando ações voltadas à distribuição do produto. Segundo ele, o pacote é semelhante ao observado com o gás de xisto nos Estados Unidos e as conversas envolvem diversos órgãos do governo, alguns Estados e a Petrobras.

 

“O grande problema é que hoje o gás que está sendo tirado dos campos todos não é aproveitado como deveria. Com o estímulo para a iniciativa privada investir no transporte por dutos e com o fim do monopólio de distribuição das estatais de gás, criando maior concorrência, o preço deverá cair, tanto para uso doméstico como industrial. Queremos um choque de reindustrialização com energia barata”, afirmou.

 

Bolsonaro
Na entrevista, Guedes ainda procura defender o presidente Jair Bolsonaro das recentes polêmicas do governo, que incluem ministros envolvidos em denúncias de desvio de verbas públicas e até divulgação de vídeo obsceno durante o carnaval na conta oficial do mandatário. Para o ministro, o presidente estaria “mobilizando os temas que aqueceram sua campanha” no que chamou de “disputa temática válida”.

 

“O lado de lá fala que o presidente está distribuindo vídeo pornográfico. O lado de cá diz que o presidente está dizendo à tribo dele que continua atento aos costumes e à turma que usa dinheiro público para expressar ‘arte’. É uma disputa temática válida. Ele está mobilizando os temas que aqueceram sua campanha”, afirmou o ministro da Economia.

 

Fonte: Valor Econômico

 

Seminário alerta sobre modelos de Previdência que não deram certo, mas que Bolsonaro quer seguir

Nos últimos três anos, o Chile tem sido palco de intensas mobilizações populares que levam multidões às ruas para reverter o sistema previdenciário do país. Privatizado na década de 1980, o modelo chileno de previdência foi a primeira experiência no mundo baseada em contas individuais e contribuição obrigatória, o cahamado modelo de capitalização. Hoje, 40 anos depois, 90% dos aposentados do país recebem cerca de meio salário mínimo. O resultado foi o aumento do nível de empobrecimento da população e dos casos de suicídio de idosos.

O tema foi discutido na tarde dessa quarta-feira (20), em seminário realizado pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Reforma da Previdência, relançada na manhã do mesmo dia.

Segundo o cientista político da Fundación Sol e especialista previdenciário no Chile, Recaredo Galvez, um dos palestrantes do seminário, dos 30 países que optaram pelo modelo capitalizado de Previdência, 18 fizeram reformas para reverter ao modelo público, com participação não só do trabalhador, mas do Estado e do empregador.

“Atualmente, o Chile está pensando num sistema previdenciário semelhante ao brasileiro, enquanto o Brasil está querendo regredir ao modelo chileno”, lamenta o debatedor ao lembrar que a reforma da Previdência de Bolsonaro quer implementar o modelo de capitalização, que tira o governo e o empregador da contribuição à Previdência.

Exemplo argentino

A reforma da Previdência realizada na Argentina, feita aos moldes chilenos, foi construída em cima de mentiras – como vem sendo feito no Brasil – e também mostra resultados negativos. A afirmação é de Julio Durval Fuentes, da Confederação Latino-Americana de Trabalhadores Estatais (CLADE), outro palestrante do seminário realizado pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Reforma da Previdência.

Segundo ele, no dia em que a reforma da Previdência foi aprovada na Argentina, em 2017, o presidente Maurício Macri divulgou um comunicado garantindo que os aposentados nunca mais seriam prejudicados financeiramente diante dos saltos inflacionários, e que as pensões e o poder de compra seriam melhores a cada ano.

Meses após a aprovação da medida, a Argentina teve a inflação mais alta dos últimos 27 anos: 47,6% (a projeção anual era de 15,7%). Ao contrário da promessa do presidente argentino, os aposentados e pensionistas foram os mais atingidos. Eles não ficaram com os 4 a 6 pontos acima da inflação prometidos pelo governo, mas despencaram para 20 pontos.

“Não tenho dúvida de que nessas propostas, muitos perdem e poucos ganham. Quem ganha é o sistema financeiro que fica com o dinheiro, sobretudo com o ganho dos trabalhadores mais jovens”, garante Fuentes.

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Fonte: CUT Brasília

Sinpro-DF lança nova campanha em defesa das aposentadorias

A nefasta reforma da Previdência (PEC 006/2019), anunciada recentemente pelo governo Bolsonaro (PSL), afeta toda a classe trabalhadora.
No caso específico dos professores, diversos estudos sobre a proposta mostraram que a medida representa retrocessos irreversíveis para toda a categoria do magistério público e privado.

Para discutir esse assunto com a sociedade, o Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) elaborou mais uma campanha publicitária, segunda feita pela entidade que trata dessa temática. A primeira foi “Maria morreu”, realizada em 2017, e tinha como objetivo fazer o enfrentamento à reforma da Previdência apresentada por Michel Temer.

Agora, a nova campanha do Sinpro em defesa das aposentadorias já está nas ruas. A arte com fundo preto, apenas com a frase “Como morreu Michele?, espalhada desde o início da semana pelas redes sociais e em outdoors  nos quatro cantos do DF, tem repercutido e gerado curiosidade na população.

A protagonista dessa campanha é uma professora que, num cenário hipotético de aprovação da PEC, foi impedida de se aposentar e morreu sem adquirir o direito.  Ela é Michele, irmã de Maria, que também morreu sem se aposentar pelo mesmo motivo. O significado da iniciativa é mostrar e sensibilizar as pessoas sobre a gravidade que a proposta representa, com regras tão rígidas e desumanas que a grande maioria da população vai chegar ao fim da vida e terá, infelizmente,  o mesmo destino de Michele e Maria.

“O que o Sinpro pretende com esta ação é mostrar à população brasileira o que significa a reforma da Previdência e todos os malefícios que tudo isto causará na vida do trabalhador. A possibilidade de uma pessoa trabalhar a vida toda e morrer sem conseguir se aposentar poderá ser real caso esta proposta passe no Congresso”, explica o diretor do Sinpro Cláudio Antunes.

 

Av. São Sebastião Saída Sentido Setor Mangueiral – São Sebastião
BR 070 Próximo a Caesb Sentido Águas Lindas
Entrada de Planaltina Próximo ao Posto BR – Planaltina GO

 

Para Bolsonaro, dificultar aposentadoria de pobre é combater privilégios

notice

A proposta de reforma da Previdência de Jair Bolsonaro (PSL) não combate as desigualdades nem acaba com privilégios. O principal alvo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 006/2019), a chamada PEC da reforma, são os trabalhadores e trabalhadoras da iniciativa privada que ganham menos, passam longos períodos desempregados ou com empregos precários, sem carteira assinada e, portanto, sem condições de contribuir com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Mais de 92% dos benefícios previdenciários pagos pelo governo são de até três salários mínimos (R$ 2.294,00) e 80% dos trabalhadores que se aposentam por idade ganham apenas um salário mínimo (R$ 998,00). A reforma de Bolsonaro quer obrigar esses trabalhadores a contribuírem mais cinco anos para receberem menos de aposentadoria.

Atualmente, os trabalhadores e trabalhadoras do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) podem optar por uma das duas formas de aposentadoria: por idade e por tempo de contribuição. A aposentadoria por idade exige 15 anos de contribuição e idade mínima de 60 anos (mulheres) e 65 anos (homens). O valor médio dos benefícios é de R$ 1.051,93.

Já a aposentadoria por tempo de contribuição não tem exigência de idade mínima. As mulheres precisam contribuir por 30 anos e os homens, 35 anos. É possível se aposentar também pela fórmula 86/96. O valor médio das aposentadorias nesse modelo, que alcança a população de renda um pouco mais alta e que consegue se manter em um emprego formal por mais tempo, é de R$ 2.264,74.

Para Bolsonaro, esses trabalhadores, que não chegam a receber o salário mínimo ideal calculado pelo Dieese para sustentar uma família de quatro pessoas (R$ 3.960,57), são considerados privilegiados. Por isso, ele quer acabar com a modalidade de aposentadoria por tempo de contribuição, aumentar o tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos e estabelecer a idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres.

Se a proposta do governo for aprovada, o trabalhador que conseguir se aposentar pelas novas regras, só receberá 60% do valor do benefício. Para receber o valor integral, terá de contribuir por pelo menos 40 anos. Ou seja, será preciso contribuir por mais tempo para receber menos de aposentadoria.

Para o ex-ministro da Previdência Social do governo Lula, Ricardo Berzoini, se o Congresso aprovar a PEC da Reforma, a queda da cobertura previdenciária e o rebaixamento do valor dos benefícios podem causar sérios prejuízos para a economia, sobretudo dos municípios que dependem das aposentadorias para girar o comércio e a economia local.

SUBSEÇÃO DIEESE CUTSubseção Dieese CUT

Proposta não combate privilégios

O presidente da CUT, Vagner Freitas, critica o argumento do governo de que a imposição de idade mínima vai acabar com privilégios. Para ele, isso é um engodo para esconder o fato de que Bolsonaro não mexerá nos setores da sociedade que são verdadeiramente privilegiados.

A proposta, segundo Vagner, não faz nenhuma revisão dos privilégios de militares e de setores econômicos beneficiados por desonerações.

“Os ricos continuarão pagando pouco imposto e a reforma da Previdência afetará os trabalhadores, sobretudo os mais pobres, que terão a exigência de mais tempo de contribuição, com a redução nos valores dos benefícios”.

Estudo da assessoria parlamentar do PT no Congresso Nacional aponta que o déficit com os militares, que não foram incluídos na proposta, foi de R$ 43,9 bilhões em 2018, considerando reservas, reformas e pensões. Segundo o estudo, as desonerações, também citadas pelo presidente da CUT, alcançam 4% do PIB em 2019.

Vagner cita, ainda, que a proposta de Bolsonaro não prevê o combate aos sonegadores da Previdência. “São praticamente R$ 500 bilhões de perdas aos cofres públicos somente com sonegação de empresários”.

Trabalhadores jogados à miséria

Na avaliação de Berzoini, a proposta de reforma da Previdência de Bolsonaro exclui muita gente do sistema e coloca milhares de trabalhadores na pobreza.

“Não é uma questão de se aposentar mal, é uma questão de não conseguir se aposentar mesmo. A proposta pode excluir mais de 30% dos trabalhadores do sistema previdenciário que hoje têm dificuldade de comprovar 15 anos”.

Para o ex-ministro, milhares de pessoas seriam jogadas à condição de pobreza extrema e “muitos vão cair no BPC (Benefício de Prestação Continuada), que é um benefício assistencial para quem não tem condições dignas de sobrevivência”.

Pela proposta de Bolsonaro, os beneficiários do BPC também terão perdas. O valor do benefício cairia de um salário mínimo para R$ 400,00 e seria pago aos idosos em condição de miséria a partir dos 60 anos. Para receber o valor integral, o idoso terá de ter 70 anos, cinco anos a mais do que é exigido hoje (65 anos).

“Essa visão preconceituosa de quem vem do mercado financeiro, como é o caso do Guedes, de que pobre gera despesa para o Estado pode causar sérios impactos para a economia do país”, diz Berzoini se referindo ao banqueiro e ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes.

Reforma tributária

O ex-ministro da Previdência do governo Lula acredita que essa proposta de Bolsonaro representa, na verdade, uma reforma fiscal e não combate privilégios ou possíveis distorções existentes hoje no atual sistema.

O caminho, segundo Berzoini, é fazer uma reforma tributária, onde quem ganha mais paga mais e quem ganha menos paga menos, para depois pensar em qualquer alternativa de mexer na Previdência.

“Querem usar a reforma da Previdência para fazer uma reforma fiscal que prejudica o povo. Precisamos corrigir distorções do sistema tributário sim, mas desde que comece por taxar grandes fortunas, lucros e dividendos, ou seja, os mais ricos”.

Com informações da CUT

PRIVATIZAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Uma avaliação crítica do modelo chileno

A proposta de reforma da previdência social encaminhada pelo governo Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional prevê a criação de um novo regime de contribuição, por meio da implantação de um sistema de capitalização, que tem como uma das fontes de
inspiração o modelo chileno, adotado pelo governo ditatorial de Augusto Pinochet. Neste texto, serão apresentadas as principais características da Previdência Social chilena, além de uma resenha crítica ao modelo, elaborada com base na dissertação de
mestrado de Camila Cordeiro Andrade Gripp, estudiosa do tema.
Clique aqui e confira o artigo na íntegra.

PEC 06/2019: as mulheres, outra vez, na mira da reforma da Previdência

O Governo Bolsonaro enviou ao Congresso Nacional, em 20 de fevereiro de 2019, a Proposta de Emenda Constitucional no 06 (PEC 06/2019) que “modifica o sistema de previdência social, estabelece regras de transição e disposições transitórias, e dá outras providências”. As medidas propostas são ainda mais amplas, profundas e duras do que as contidas na PEC 287, do Governo Temer. À exceção dos militares, essas normas atingem todos os brasileiros que dependem de renda do trabalho ou de benefícios previdenciários e assistenciais para viver, como trabalhadores da iniciativa privada (urbanos e rurais); produtores da agricultura familiar; servidores públicos (federais, estaduais e municipais); trabalhadores em atividades prejudiciais à saúde e à integridade física; portadores de deficiência; professores da educação básica; policiais e bombeiros militares; agentes penitenciários; aposentados; pensionistas; beneficiários do BPC (benefício de prestação continuada); e futuros trabalhadores, inclusive. Com os novos parâmetros, esses segmentos populacionais, em menor ou maior grau, passarão a se aposentar mais tarde e a contribuir por mais tempo; a recolher contribuições maiores; e a receber benefícios menores e sem garantia de correção automática pela inflação anual.
Clique aqui e confira o artigo na íntegra.

Todos perdem com a reforma da Previdência de Bolsonaro

Todas as análises técnicas da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06, de 2019, da reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro, mostram que a reforma proposta pela equipe econômica do novo governo repete o objetivo do governo anterior: acabar com o direito à aposentadoria, mercantilizar e privatizar o direito social à Previdência.
O Sinpro-DF tem realizado encontros com técnicos para esclarecimentos e publicado em seu site, Facebook e periódicos impressos, vídeos, textos e entrevistas com explicações sobre esta reforma da Previdência. Em todos os veículos, o sindicato revela os prejuízos que ela trará para a atual e para as futuras gerações de trabalhadores(as).
Nos conteúdos divulgados, o sindicato tem mostrado o quanto a PEC 06/2019 afeta de forma negativa, irreversível e violenta a vida de todos e todas da categoria do magistério público e privado e de toda a família de cada professor(a) e orientador(a) educacional.
“Só venceremos essa discussão e impediremos a aprovação dessa PEC se todos(as) os(as) professores(as) e orientadores(as) se unirem aos(às) trabalhadores(as) da iniciativa privada na luta contra a reforma. É por isso que o Sinpro-DF irá aprofundar as explicações, englobando as mudanças tanto no Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e Regime Geral de Previdência Social (RGPS), a fim de mostrar como a reforma é ruim não só para o magistério e servidores públicos, mas também toda a classe trabalhadora. É preciso que saibamos como ficarão as aposentadorias dos idosos da iniciativa privada, dos trabalhadores rurais, dos professores etc. porque todos serão profundamente prejudicados pela proposta do governo Bolsonaro”, alerta Cláudio Antunes, diretor do Sinpro-DF.
A análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada nesta quarta-feira (27), que os objetivos centrais da proposta é reduzir as despesas com a Previdência e Assistência Sociais e estimular a financeirização e privatização da Previdência.
A redução das despesas, segundo a análise do Dieese, ocorre por meio da elevação das condições de acesso aos benefícios (aumento da idade, do tempo de contribuição e outros critérios que dificultam o acesso à aposentadoria) tanto no Regime Geral de Previdência Social (RGPS) como no Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), por meio da redução do valor do benefício (porque modifica a forma de cálculo com a imposição de vários tipos de restrições conjugadas).
O governo pretende economizar com os cortes do RGPS R$ 715 bilhões e com as mudanças propostas nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC), estima mais R$ 180 bilhões, em 10 anos. Nessa análise técnica, o Dieese questiona como o governo federal pode afirmar que essa proposta é para atingir as camadas mais privilegiadas da população?
A análise de toda a proposta mostra que a PEC da Reforma da Previdência apresentada pelo próprio presidente Bolsonaro ao Congresso Nacional, no dia 20 de fevereiro, está fazendo economia em cima de um benefício (BPC) criado para idosos das classes sociais mais desfavorecidas que não têm condição de se aposentar e da camada de trabalhadores que recebem os menores salários.
“O governo Bolsonaro não diz a verdade quando afirma que essa reforma irá mexer nos privilégios da classe privilegiada”, alerta Antunes. No texto do Dieese, o Departamento desmente o discurso do governo federal de que propõe uma reforma da Previdência para combater privilégios. “Se é para fazer uma reforma para combater privilégios, porque não faz uma reforma tributária em vez de penalizar a população mais empobrecida e assalariada do país com uma reforma da Previdência?”, questiona. O Departamento sugere a taxação de grandes fortunas, aumentar as alíquotas de Imposto de Renda e modificar a forma de tributar.
O Dieese alerta para o fato de que, ao mesmo tempo em que a reforma da Previdência retira da Constituição Federal alguns preceitos da Previdência Social e inclui em leis complementares o que facilita a aprovação porque o rito é diferenciado, ela amarra as finanças dos estados e municípios “a vinculação de determinadas receitas ao RPPS, pela proposta, exclui essa receita dos indicadores da Lei de Responsabilidade Fiscal, o que será novo obstáculo ao aumento de remunerações de pessoal. Portanto, a aprovação dessa proposta tem impactos não só nos rendimentos de aposentados e pensionistas, mas também na dos servidores em atividade”, diz o Dieese.
Outro problema muito grave da PEC 06/2019 é o regime de capitalização. Ao mesmo tempo que o texto afirma “caráter obrigatório para quem aderir” também fala que a lei complementar irá definir a obrigatoriedade de vinculação a esse novo. Além disso institui um novo conceito de previdência que, pela proposta, pode colocar em risco o sistema de repartição simples.
Confira a seguir, a análise do Dieese na íntegra e, em seguida, as matérias sobre reforma da Previdência produzidas e reproduzidas pelo Sinpro-DF:

Confira as séries de matérias sobre reforma da Previdência produzidas pelo Sinpro-DF

Matérias sobre reforma da Previdência 2019:

PEC da Previdência de Bolsonaro atende ao mercado financeiro e acaba com aposentadoria do trabalhador

Matérias sobre reforma da Previdência 2018:

Editorial | A política contra os trabalhadores

Brasil poderá ter previdência privada por capitalização

Governo federal gasta milhões com publicidade para aprovar reforma da previdência

Temer anuncia reforma da Previdência para outubro de 2018, mas isso depende do seu voto

Pressão popular obriga governo a recuar mais uma vez e a não votar reforma da Previdência. Mídia entra em cena para convencer a população

O impacto da PEC 287-A na vida dos orientadores educacionais

Confira aqui outras matérias sobre a reforma da Previdência 2017:

Folha do Professor Especial explica como será a aposentadoria do magistério público após reforma

Por que os professores têm aposentadoria especial?

Impactos da reforma da Previdência na educação básica

CPI da Previdência: Brasil tem um dos menores gastos com Previdência do mundo

Reforma da Previdência aprofundará doenças ocupacionais do magistério

Ministro da Fazenda vai a evento do Itaú, em Londres, anunciar reforma da Previdência em novembro

O impacto da PEC 287-A na vida dos orientadores educacionais

Governo gasta milhões para dar presente de grego a brasileiros: a reforma da Previdência

Após governo anunciar votação para 18/12, Sinpro lança nova campanha contra a reforma da Previdência

Governo federal gasta milhões com publicidade para aprovar reforma da Previdência

Em 2016, Sinpro-DF produziu primeira série de reportagens sobre a reforma da Previdência
Entre maio e novembro de 2016, o Sinpro-DF apresentou à categoria a primeira série de reportagens sobre a primeira versão do texto da reforma da Previdência, a PEC 287, esmiuçando os cálculos propostos pelo governo ilegítimo, explicando os prejuízos nefastos que iria causar na população e na categoria docente, desmascarando os interesses do empresariado e do sistema financeiro, contando a história e os motivos da criação, no Brasil, de um Sistema de Seguridade Social independente e sem nenhum tipo de rombo.

Confira aqui algumas das matérias da primeira série, todas as demais matérias que, embora o texto que irá ao Plenário seja o substitutivo, intitulado de PEC 287-A, os efeitos são os mesmo da PEC 287.

Reforma da Previdência e PEC 241/16 são imposições do FMI

Estudos demonstram que há superávit na Previdência e reforma é para retirar direitos

Reforma da Previdência do presidente não eleito põe fim à paridade no funcionalismo

Governo manipula e chama as renúncias de rombo na Previdência

Confira aqui depoimentos das vítimas do golpe da previdência dado nos países de terceiro mundo pelo sistema financeiro. O vídeo está em espanhol, mas tem legenda em português:

Crisis de las pensiones en Chile – El negocio de las AFP

BPC: reforma de Bolsonaro vai jogar idosos pobres na miséria

Entre as propostas mais cruéis da reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL/RJ) está a que diminuiu de um salário mínimo (R$ 998,00) para apenas R$ 400,00, o valor do Benefício de Prestação Continuada (BPC) a idosos pobres a partir dos 65 anos.

A equipe econômica do governo ainda tentou dourar a pílula venenosa ao propor a diminuição da idade dos idosos que terão acesso ao benefício de 65 anos, como é hoje, para 60 anos. Mas, segundo o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência que está no Congresso Nacional, somente a partir dos 70 anos os idosos em condição de miserabilidade teriam direito ao benefício de um salário mínimo integral como é hoje.

Para o professor de economia da Unicamp Eduardo Fagnani, ao criar um benefício menor, o governo constrói um muro social, expulsando os idosos mais pobres da Previdência e os empurrando para o assistencialismo.

Segundo ele, o governo propositalmente esquece que depois da reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), 50% dos trabalhadores brasileiros estão na informalidade e, eles dificilmente conseguirão contribuir por 20 anos, como quer Bolsonaro, para ter direito à aposentadoria. Também há uma parcela de 20% de trabalhadores sem carteira assinada ou pessoas jurídicas  que não conseguem pagar a previdência.

“O governo vai jogar 70% dessa população trabalhadora na miséria. Eles não vão conseguir se aposentar. Vão sobreviver de auxílios e benefícios”, diz Fagnani.

O economista alerta ainda para o fato do texto da reforma não detalhar quais as formas de reajuste que o BPC terá se a PEC fora aprovada.

Para a Ieda Castro, ex-secretária nacional de Assistência Social do governo Dilma Rousseff, a redução em mais da metade no valor do BPC é estapafúrdia e desumana.

Ela alerta também que, ao mexer na aposentadoria dos rurais, Bolsonaro vai colocar nas ruas das cidades do país mais idosos mendigando porque eles não vão conseguir se manter no campo.

“Tem de se olhar o conjunto da obra de Bolsonaro. Ele aumenta a idade para aposentadoria rural, diminuiu o valor do BPC, com a desculpa de dar o benefício a partir de 60 anos e não 65, mas só oferece o salário mínimo a partir dos 70 anos. Ele mais tira do que dá”, analisa.

Segundo Ieda Castro, em toda a proposta de reforma da Previdência o que se vê são medidas que restringem ou acabam com o acesso aos benefícios previdenciários. O  ‘pente fino’ anunciado nos benefícios do INSS, por exemplo, é uma forma que o governo encontrou para dificultar o acesso dos mais pobres aos seus direitos.

“Além de alterar as regras de acesso, o governo vai aumentar os critérios e exigência do que é miserabilidade para dar o benefício. Isto é tirar a proteção do Estado”, critica a ex-secretária nacional de Assistência Social.

Ieda lembra que um estudo do IBGE apontou que entre 2016 e 2017, depois do golpe de 2016, as pessoas com mais de 60 anos e que vivem sozinhas são as mais afetadas pelo aumento da pobreza no país.

“Infelizmente o governo está utilizando uma narrativa cheia de chavões e estratégias para enganar e iludir a população. Diminuir para 60 anos a idade de quem terá direito ao BPC não diminui a miserabilidade dos mais velhos”.

Atualmente, o BPC é pago a 2 milhões de idosos e 2,5 milhões de  pessoas com deficiência pobres, que comprovem renda mensal per capita familiar inferior a um quarto do salário mínimo. Pela proposta da reforma, o valor de um salário mínimo do benefício continuaria a ser pago apenas para os deficientes.

Fonte: CUT Nacional

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