Atenção professores(as) de contratação temporária: orientações importantes para o início do ano letivo
Jornalista: sindicato
Professores(as) temporários(as) devem ficar atentos neste início de ano para não terem problemas em relação à carência, auxílio alimentação, pagamento e das respectivas cargas horárias. O Sinpro apresenta os principais problemas que costumam acontecer nesta época e o que os(as) professores(as) devem fazer para evitá-los.
Carência
Assim que o(a) professor escolher e assinar a carência na Regional de Ensino, ele(a) deve comparecer na escola e verificar se de fato a carência que ele bloqueou, existe.
Deixar os dados e contatos (telefone, whatsapp) na escola. Se alguma coisa mudar na modulação da escola, que ela possa assim avisá-lo(a), pois às vezes a carência deixa de existir com a alteração na modulação. Portanto o(a) professor(a) precisa ser imediatamente avisado(a), para ir o quanto antes na Regional de Ensino e tentar outra carência.
Vale-alimentação
É fundamental que o(a) professor(a) assine o documento do vale-alimentação, para a garantia de recebimento do mesmo.
Exercício para professores
A escola precisa dar exercício para os(as) professores(as). Tendo em vista que o professor vai começar a lecionar no dia 19/02, até esta data a escola precisa entrar no sistema que gerencia a contratação temporária e fazer o procedimento de dar o exercício para os(as) professores(as) na escola.
Caso a escola entre no sistema e não faça a solicitação, o(a) professor(a) não estará incluído e não receberá o pagamento. Portanto, no primeiro dia letivo, o(a) professor(a) deve perguntar e confirmar com a escola se ela entrou no sistema e fez a solicitação. É um dos principais motivos que levam o(a) professor(a) temporário(a) a não receber o pagamento.
Carga/grade horária
No dia 19/02, o(a) professor(a) deve olhar no Khronos qual é a carga/grade horária em que ele(a) está lançado(a). Por exemplo, se tem uma carga horária (na área específica) de 26 aulas, lá tem que ter exatamente, bem desenhadas, as 26 aulas na grade. Se não estiver lançado de forma adequada, o pagamento virá errado.
Se o(a) professor(a) tiver alguma alteração a qualquer momento do ano (por exemplo, aumentou de 26 para 30 aulas), se não colocar no Khronos as 30 aulas, ele(a) não recebe pelas 30 aulas.
Primeiro dia de trabalho
O(a) professor(a) precisa se apresentar e entrar em exercício no primeiro dia letivo, 19/02. Caso isso não ocorra, ele vai pro final da fila. E o(a) professor(a) também não pode apresentar atestado médico neste primeiro dia, senão ele(a) também perde a carência.
Lembrando que o Sinpro já disponibilizou a planilha que calcula a remuneração de contrato temporário de 2024 com as atualizações para a nova tabela salarial (que entrou em vigor em janeiro de 2024). Na mesma planilha, ela também vai calcular o salário a partir de julho, com as alterações que ocorrerão na folha).
O festival de Fake News que assola o país está a toda nas eleições de 2022. Trata-se de um mecanismo de má-fé que, por meio de mentira, induz as pessoas a julgamentos errôneos, muitas vezes contrários a seus próprios interesses.
Mas, afinal de contas, o que é Fake News?
Fake News é uma expressão que é diariamente surrada e desgastada. Qualquer coisa é Fake News. Donald Trump diz que a CNN só produz Fake News; Jair Bolsonaro diz que a “Globo Lixo” só produz Fake News. Então, já que qualquer um tem um conceito próprio de Fake News, a expressão não significa mais nada. É como chamar qualquer coisa que te desagrada de comunista ou fascista, segundo seu viés ideológico. Quando tudo vira comunismo (ou fascismo), nada é comunismo (ou fascismo).
O problema é que a Academia odeia essa expressão justamente por ser usada de qualquer jeito por qualquer um, ainda por cima com conotações ideológicas. Mas existe um fenômeno assombrando a sociedade mundial neste início de século XXI, conhecido e identificado por grande parte da população como Fake News. O que fazer, então?
Desordem da informação
A doutora Claire Wardle, da Harvard Kennedy School, apresenta, então, a ideia de desordem da informação. E, a partir daí, diferencia os processos de desordem da informação em três categorias diferentes: misinformation, disinformation e malinformation que, em português, viram informação equivocada, desinformação e má-informação. (Figura abaixo)
A informação equivocada e a desinformação são muito parecidas. Diferem, basicamente, pela presença ou ausência de dolo.
Imagine que você recebeu de um parente/ ou do(a) pastor(a) um vídeo afirmando que “se você já votou no primeiro turno, não precisa votar no segundo turno” (já adiantamos: isso é mentira, é falso!)”
Parentes não costumam desejar mal a você. Essas pessoas te amam, e querem sempre seu bem. Logo, não existe dolo, não existe má-intenção ao transmitir essa informação equivocada – até porque, elas de fato acham que essa informação é verdadeira. No caso do(a) pastor(a), estamos falando de autoridade incontestável para seus fiéis.
Mas a pessoa que elaborou esse vídeo e o disseminou pela primeira vez o fez sabendo que a informação é falsa. Essa pessoa propaga essa informação com má-intenção. Logo, existe o dolo, a intenção de te prejudicar e se beneficiar com essa informação errada. Estamos diante da desinformação.
A má-informação é quando uma informação que circulou em ambiente restrito, particular ou não publicizado, é divulgada em forma de denúncia, fora de contexto, com a clara intenção de prejudicar alguém específico (o dolo está presente, é inequívoco e inconteste, e tem um alvo específico).
Temos um bom exemplo de má-informação que circula diuturnamente nas redes sociais. É, segundo consta na informação mal-intencionada, “um vídeo em que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, antes de se tornar ministro, defendia que filhas de ministros do STF fossem estupradas e que se atirasse a queima-roupa pelas costas de ministros do STF”. Na imagem, vê-se apenas Alexandre de Moraes falando, alterado. Não há nenhuma outra informação da imagem que corrobore ou desminta, tampouco contextualize o que ele está falando.
Então, expressões como notícias fraudulentas não ajudam a definir o que, de fato, configura uma Fake News. Se a questão é o preciosismo, comunicação criminosa é muito mais eficaz. Trata-se de um crime que só falta ser tipificado no Código Penal Brasileiro, porque já tem toda a configuração de delito.
É também importante apresentarmos alguns aspectos das Fake News abordados por Correia, Jerónimo e Gradim, que deixam claro que se valem de vulnerabilidades de nosso sistema cognitivo:
Por apresentar alegações falsas como notícia de forma deliberada, envolve planejamento humano mesmo que contenha execução robótica automatizada;
fenômeno facilitado pela existência e expansão das novas tecnologias digitais, mídias sociais e conteúdos gerados pelo usuário;
assemelha-se ao boato e difere-se deste quando comparamos os aspectos de propagação, compartilhamento e viralização das Fake News, bem como seu potencial para atrair visualizações e seguidores;
sempre parte de algum ponto verídico / verdadeiro;
produção e recepção efetuada através de redes sociais em contextos informais de coprodução colaborativa em que a delimitação da autoria no sentido clássico é mais difícil;
conta com a participação de seus receptores na sua divulgação e dispersão.
Causam reações emocionais fortes– quanto menos o texto provocar sua reflexão, e quanto mais ele provocar sua ira, melhor
Apelo religioso– Para fazer uso de chantagem, instrumentalizam deus, o diabo e todos os anjos e santos a seu bel prazer. A ideia é fazer você odiar o que está lendo.
Suposta omissão dos fatos pela mídia– só aquele texto que você recebe pelo zap ou pelo Facebook contém informações preciosas. A mídia não quer que você saiba. (Aquela informação não sai na imprensa porque a mídia não quer que você saiba ou aquela informação não sai na imprensa porque é falsa?)
Descrédito das autoridades em saúde– Cientistas que estudam anos a fio, e estão sempre atualizando seus conhecimentos não têm credibilidade, mas o texto que você recebeu no zap “manja” muito do assunto. Isso não seria inversão de valores?
CAPS LOCK EM EXCESSO– TEM TEXTO QUE CHEGA PELO ZAP QUE SÓ FALA EM CAIXA ALTA, VOCÊ JÁ REPAROU? POR QUE? (caixa alta é uma forma de berrar. Quem berra não quer diálogo, tampouco ponderação. Quer apenas impor suas ideias de forma hierárquica).
Sem fontes / fontes sem link– “um importante cientista italiano descobriu que (…)” mas não citam o nome do cientista; “a importante cientista italiana Giuliana Santinelli descobriu que” (e você joga o nome no Google e não encontra nenhuma referência à importante cientista)
A Experiência pessoal relatada no texto é mais importante do que evidências científicas, que são desconsideradas.
Uso de Emojis
Erros de português ou de digitação– o texto vem sempre errado. Pode ser erro de digitação ou erro de concordância.
Sempre há um “controle das massas” pretendido por entidades fantasiosas.
Misturam informações corretas para aumentar a credibilidade do conteúdo
A partir da enxurrada de Fake News, é possível trabalhar com seus alunos a leitura crítica das informações recebidas. É possível fazer os/as jovens pensarem criticamente.
O que não é possível nem admissível é propagar mentiras, por mais que você acredite ou concorde com aquele conteúdo. O(a) professor(a) é autoridade, os conhecimentos e informações por ele(a) passados formarão o arcabouço de diversos estudantes. Preencher esse arcabouço com mentiras é errado.
Orientador educacional: um advogado do aluno dentro e fora da escola
Jornalista: sindicato
Acostumado a lidar com todo tipo de desafio dentro e fora da escola, o pedagogo-orientador educacional também enfrenta dificuldades na luta profissional. Um deles é a luta por mais orientadores na rede pública de ensino do Distrito Federal. A rede conta, hoje, com cerca de 500 mil alunos e menos de 700 profissionais da área, valor que dá um orientador por escola. O número está longe da meta ideal que, segundo a estabelecida pelo Sinpro, é de um pedagogo-orientador para cada 300 estudantes. De acordo com a diretora do Sinpro, Meg Guimarães, a Portaria nº 32/2013 prevê um aumento no quantitativo de orientadores.
“A Portaria prevê que a cada 500 alunos tenha um orientador, ou seja, deveríamos ter mais 500 profissionais para suportar esta demanda”, esclareceu a diretora, complementando que o Sindicato também luta pelo acréscimo do cadastro reserva do último concurso público. “Estamos pleiteando um cadastro reserva de 500 orientadores, já que atualmente é de 50. Temos escolas com três mil alunos e apenas um orientador. Isto é muito pouco”, lamenta.
Outra dificuldade encontrada pelos orientadores é com relação ao trabalho na escola. Em muitas escolas o profissional não tem um local apropriado para ouvir os alunos. A deficiência afeta diretamente o desempenho do orientador, que precisa de um espaço adequado para trabalhar. Segundo Meg Guimarães, existe uma lei orgânica (nº 84/2014) que garante este espaço, mas ainda não foi implementada.
Para o futuro a diretora do Sinpro vê grandes desafios pela frente. Entre eles estão a luta pela garantia de direitos fundamentais, como o da aposentadoria especial, e o direito do orientador receber a gratificação de ensino especial, já que muitas vezes lida com alunos especiais. Apesar das lutas e dificuldades a profissão é gratificante. “Pelo fato do orientador ser um mediador do processo pedagógico, ele termina tendo um papel fundamental e pode contribuir para o processo de ensino e aprendizado. Ficamos muito gratificados quando vemos que um aluno consegue sair de um quadro de abandono social ou de deficiência pedagógica”, explica Meg, finalizando que “o orientador é uma espécie de advogados dos alunos dentro e fora da escola”.
Orientadora: Meg Guimarães Cargo: Diretora do Sinpro-DF
A orientação educacional também prepara para a vida
Jornalista: sindicato
O pedagogo-orientador educacional possui um papel fundamental na vida de um estudante. Além de orienta-lo, o profissional também pode mudar a trajetória de vida de um aluno. Quem analisa é a orientadora do CEF Miguel Arcanjo de São Sebastião, Maria das Graças Santos. “Muitas vezes nos deparamos com alunos tomando um rumo perigoso na vida. A partir do momento que começamos a dialogar com ele e com a família dele, percebemos que muitos conseguem enxergar a vida de outra forma”, comenta a orientadora.
Além do trabalho com os alunos, os orientadores acabam fazendo um acompanhamento com as famílias dos estudantes. Segundo Maria das Graças, este trabalho tem como objetivo fazer com que os pais participem mais do cotidiano escolar de seus filhos. “A partir do momento que dialogamos e temos uma noção da rotina familiar e dos problemas destes estudantes, conseguimos muitos avanços. Trabalhamos a autoestima, a valorização e preparamos um pouco mais para a vida”, comemora.
Mesmo assim o profissional da área ainda é carente de valorização. Segundo a orientadora do CEF Miguel Arcanjo, o mais difícil é fazer com que professores e demais profissionais da escola entendam e reconheçam a importância que o orientador possui. Outro desafio é com relação à aposentadoria. “Somos da carreira magistério, assim como os professores, e nosso maior desafio é em defesa da nossa aposentadoria especial. O professor aposenta com 25 anos e os orientadores com 30 anos. A luta é para aposentarmos com o mesmo período dos professores”.
O árduo trabalho de oferecer solução para os problemas escolares
Jornalista: sindicato
Acostumado a lidar com problemas e tendo a responsabilidade de oferecer soluções, o pedagogo-orientador educacional se depara com uma série de desafios na trajetória da carreira. Um deles está no próprio ambiente escolar. Segundo o orientador Isaac Tavares de Sousa, a escola é um ambiente muito propício para se detectar problemas e encontrar soluções. “Sabemos que a escola é um local de paz, harmonia, mas nos deparamos com alunos cheios de problemas. A orientação educacional tem a obrigação de oferecer soluções e estabelecer um clima de confiança para alunos, familiares e até mesmo professores”, revela o orientador da Escola Classe 54 de Taguatinga.
Mesmo carregando um papel de vital importância para o aspecto comportamental e de aprendizado do estudante, o profissional da área encontra desafios. Um deles é a falta de compreensão e a dificuldade de diálogo com os familiares dos alunos. Para Isaac, o clima de desconforto é prejudicial para o aprendizado do aluno e principalmente para encontrar e diagnosticar os problemas destes estudantes. “Muitos pais não querem aceitar que a criança tem problema. Eles entregam o papel de educar o filho para a escola, sendo que este papel deve ser dividido entre todos. O orientador tem a função de fazer esta ponte, mas muitas vezes esbarramos nesta incompreensão”.
Para o futuro, o orientador da EC 54 de Taguatinga revela que é preciso mais profissionais nas escolas. Segundo ele, o número ainda é muito pequeno para a quantidade de alunos. “Precisamos enxergar o estudante fora da escola. Vendo além da sala de aula temos condição de encontrar os problemas e oferecer soluções e a autoestima que eles precisam”.
Orientador: Isaac Tavares de Sousa Escola: Escola Classe 54 de Taguatinga Tempo de magistério: 20 anos
Ser orientador é ter o desafio de articular conflitos
Jornalista: sindicato
O Pedagogo-Orientador Educacional tem a capacidade de articular com alunos, professores, pais e ainda administrar conflitos. Associado a isto, o profissional da área ainda tem o desafio de produzir no estudante o desejo pelo aprendizado, já que alguns têm um histórico de problemas familiares e não acreditam neles mesmos, afetando diretamente seu rendimento escolar.
Para a orientadora do Centro de Ensino Fundamental 507 de Samambaia, Francisca das Chagas Teles do Nascimento, a carreira é um grande desafio principalmente pela visão ampla que o orientador possui da escola. “Às vezes vemos um aluno totalmente desacreditado, desanimado. A partir do momento que trabalhamos de perto com este estudante, percebemos uma melhora em vários aspectos. Ele consegue se reencontrar e isto é gratificante”, comenta Francisca das Chagas.
Em relação à carreira, a orientadora do CEF 507 afirma que o grande desafio dos profissionais é na busca por uma educação pública de qualidade. Para isto, lembra Francisca, é necessário mais segurança para quem trabalha e frequenta as escolas. “Existe muita briga dentro da escola e isto acaba aumentando a violência dentro e fora dos centros educacionais. Associado a isto convivemos com a forte influência das drogas, fato que colabora para a evasão escolar”.
Com seis anos de magistério, Francisca das Chagas afirma que é prazeroso ajudar. “Quando vejo que fui capaz de ajudar alguém, já me sinto realizada. É muito gratificante”, finaliza. Orientadora: Francisca das Chagas Teles do Nascimento Escola: CEF 507 de Samambaia Tempo de magistério: 6 anos
Com 17 anos de experiência na rede pública de ensino, a orientadora-educacional Viviane Pontes de Sá Mesquita de Moura afirma que o profissional da área exerce uma função de grande importante dentro da escola, já que faz um trabalho de prevenção e descoberta de novas habilidades e talentos. Apesar da importância a orientadora do Centro de Ensino Fundamental 01 do Paranoá revela que ainda é preciso avançar na luta por conquistas. Uma das bandeiras de luta é com relação ao reconhecimento profissional. “Trabalhar com pais, professores, alunos e a direção da escola se torna um desafio muito grande. Por isto a necessidade de mais valorização”, revela.
A falta de um espaço físico adequado para a realização das atividades e a dificuldade de um trabalho conjunto com os demais profissionais da escola são outros desafios apontados por Viviane. “Fazemos um trabalho de prevenção e às vezes os problemas do dia-a-dia tomam conta de nós. Muitas vezes agimos como um bombeiro dentro da escola e encontramos dificuldade de realizar este trabalho de prevenção, porque precisamos que as pessoas estejam dispostas a trabalhar juntas. Nós sozinhos não conseguimos fazer o trabalho. Precisamos construir uma escola melhor junto com todos”, analisa a orientadora educacional.
Mesmo com todas as dificuldades, Viviane Pontes é enfática em dizer que a profissão é prazerosa e gratificante. Para ela, orientação educacional é um elo entre a escola e toda a comunidade escolar, fato que aumenta ainda mais a responsabilidade do profissional da área. “Os desafios não morrem e não podem nos paralisar diante das dificuldades. É preciso sempre seguir em frente. É muito prazeroso fazer um trabalho com um aluno e vê-lo desenvolvendo, melhorando seu rendimento, seu comportamento e descobrindo habilidades e talentos Não podemos fazer o mínimo, mas fazer o nosso melhor”, reflete. Orientadora: Viviane Pontes de Sá Mesquita de Moura Escola: CEF 01 do Paranoá Tempo de magistério: 17 anos
Reconhecimento é um dos maiores desafios para os orientadores
Jornalista: sindicato
Apesar de toda a importância que possui dentro da escola, o reconhecimento ainda é o maior desafio para o pedagogo-orientador educacional. Quem revela é a orientadora da Escola Classe 803 do Recanto das Emas, Ivanilde Maria Pereira da Silva. Segundo ela, o respeito ao trabalho realizado pelo profissional é pouco por parte de alguns professores. “Sinto que falta uma parceria entre o orientador e as equipes da sala de recursos, pedagogos e demais profissionais da escola para fazer um trabalho articulado”, salientou Ivanilde.
Além da valorização, a existência de um espaço adequado para que o orientador possa atender é outro desafio da profissão. Apesar da convocação de vários profissionais nos últimos oito anos, muitos deles não têm uma sala própria para trabalhar. A dificuldade de colocar os pais mais presentes na vida escolar dos filhos é outro desafio. “Muitos pais veem a escola como um depósito de alunos. Eles deixam seus filhos lá, não fazem o acompanhamento diário e o orientador tem o desafio de mostrar aos pais a importância de estar presente no processo de escolarização. Devido a esta distância, muitos alunos não tem expectativa de futuro”.
Mesmo com todas as dificuldades, Ivanilde Pereira afirma que ama ser orientadora. “Escolhi esta área porque na minha visão o orientador está próximo ao aluno. Me sinto muito realizada, respeitada porque é um trabalho fascinante. Se consigo recuperar um aluno, me sinto gratificada”, finaliza.
Orientadora: Ivanilde Maria Pereira da Silva Escola: Escola Classe 803 do Recanto das Emas Tempo de magistério: 15 anos
Pedagoga vislumbra um futuro melhor para a orientação educacional
Jornalista: sindicato
A pedagoga Marcela Vietes de Mendonça Pedrosa, orientadora educacional no Centro de Ensino Médio (CEM) 01 do Gama acredita que o Dia do Orientador Educacional é data para reflexão sobre a situação da categoria. “É o momento de mostramos que a escassez de materiais e de outros recursos interfere negativamente na ação pedagógica e também o dia de mostrar que essa função essencial de apoio ao aluno, no suporte da gestão escolar e na assessoria de apoio”, afirma.
Marcela classifica a profissão de orientador(a) como fundamental porque os(as) pedagogos(as) que a exercem têm uma visão privilegiada da escola e pode assessorar a direção em todos os desafios que ela enfrenta, bem como com as dificuldades pessoais do(a) aluno(a). Para ela, o(a) orientador(a), que está sempre articulado promovendo a participação da comunidade escolar, por exemplo, na eleição para diretor. E também na mobilização dos(as) alunos(as).
A pedagoga vislumbra um futuro melhor para a profissão. Afirma que o reconhecimento dessa função no país é mais acentuado no Distrito Federal graças à ação do Sinpro que tomou para si a luta pela ampliação do quadro de orientadores da Carreira do Magistério Público do DF. “Se hoje temos esse quadro de orientadores na Secretaria de Educação formando um corpo de profissionais, executando um trabalho qualificado no ensino público da capital federal é porque o Sinpro reconheceu nossa atividade como de grande importância dentro da escola, que contribui com o processo escolar”.
Dos 30 anos de serviço público, Marcela exerce a função de orientadora educacional há 17 anos. Ela assegura que o sucesso do trabalho dos orientadores que estão na rede pública de ensino não diminuiu em nada a necessidade de ampliação do serviço. “O(a) orientador (a) é um profissional engajado que gosta do que faz e está apto para lutar nas adversidades e enfrenta os desafios. A gente não espera uma condição adequada para lutarmos e fazemos a diferença na escola”, afirma a orientadora.
Orientadora: Marcela Vietes Pedrosa Escola: CEM 01 Gama Tempo de magistério: 17 anos de orientação educacional
Orientadora educacional diz que desafio é trazer a juventude para a escola
Jornalista: sindicato
Há 32 anos a pedagoga Wilma Wany Batista Pereira exerce a função de orientadora educacional na Secretaria de Educação do Distrito Federal. Nessas mais de três décadas de atuação na profissão, ela identifica um único desafio praticamente invencível, que perpetua através do tempo e a cada dia se torna mais difícil de resolver: “é conquista da família do(a) educando a ponto de trazê-la para dentro da escola”.
Ela diz que agora, na véspera de sua aposentadoria, vê um novo desafio adquirir relevância e consistência no dia a dia do orientador. “Hoje, o desafio é também trazer o(a) próprio(a) aluno(a) para dentro da escola. A cada dia eles e elas estão cada vez mais desinteressados. Nos últimos 10 anos esse desencanto piorou muito”, afirma a orientadora. O resultado dessa situação é que Wilma tem deixado de realizar muitos trabalhos, sobretudo com os(as) da Cidade Estrutural. “Vamos buscar os(as) estudantes na praça, nas ruas. Eles e elas e suas respectivas famílias não têm perspectiva de vida e tudo corre solto”, denuncia.
Esse diagnóstico de Wilma sobre o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 4, em que ela atua e situado no Guará I, o qual recebe estudantes da Cidade Estrutural, já foi verificado em outras escolas e preocupa o governo. Um estudo divulgado pelo Ministério da Educação, em 2013, mostra que a escola não consegue mais atrair o jovem brasileiro. Estatísticas sobre a quantidade de matrículas no ensino médio caiu de 8,7 milhões para 8,3 milhões na última década (2002-2012). O governo ainda não divulgou os números de 2014.
Assim como classifica o desinteresse da juventude pela escola e a ausência da família como desafios quase que invencíveis para o sucesso da boa mediação que garanta a aprendizagem dos(as) estudantes, Wilma afirma que a categoria enfrenta outros problemas, como, por exemplo, o tratamento isonômica em relação à aposentadoria. “A nossa aposentadoria é diferente da dos(as) docentes, muito embora a gente trabalha na mesma empresa e executa a mesma atividade”. Ela também aponta a falta de reconhecimento do papel do orientador educacional na escola entre seus pares.
“A gente percebe que mesmo trabalhando o conceito de nossa profissão a vida toda, as pessoas na escola continuam sem saber o que o(a) orientador(a) educacional faz e alguns(as) professores(as) pensam que a gente é para ficar só na área da disciplina. Cuidar da disciplina é atribuição de todos que atuam na escola”, avisa.
Apesar dos desafios, Wilma diz que adora a profissão. “O maior prazer que tenho na vida é trabalhar com o(a) aluno(a). O(a) orientador(a) educacional é a pessoa que o(a) aluno(a) mais confia. A gente sabe de muitas histórias. É emocionante. Temos um outro olhar sobre o(a) estudante. É gratificante também poder ajudar o(a) professor(a) porque a gente trabalha o coletivo. Amo trabalhar na escola, com gente e ser dinâmica. Na orientação educacional é preciso ser dinâmico(a)”, diz a pedagoga.
Orientadora: Wilma Wany Escola: CEF 4, Guará I Tempo de magistério: 32 anos