Escola Meninos e Meninas do Parque: 30 anos da “escola que fala” e resiste

Foi dia de celebração, mas também de cobranças e encaminhamentos. Os 30 anos da Escola Meninos e Meninas do Parque, comemorados em Sessão Solene no Plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) na manhã dessa quarta-feira (13/8), levou ao Plenário da Casa Legislativa e deu voz a diversos estudantes da escola, que atende pessoas em situação de rua.

A Comissão de Educação e Cultura da CLDF vai preparar, em conjunto com a procuradoria do MPDFT, uma carta conjunta a ser encaminhada para diversas secretarias do GDF, como Casa Civil, Saúde, e Educação, com o intuito de viabilizar a interlocução política entre os diversos órgãos do Executivo em prol da população de rua, incluindo a busca ativa por estudantes EJA e transporte da população em situação de rua do centros Pop até a Escola Meninos e Meninas do Parque.

O encaminhamento surgiu após pedido da promotora Luisa de Marillac, presente à mesa da sessão solene. Ela sugeriu a carta conjunta interinstitucional para exigir alguns procedimentos importantes para a população de rua. A ideia é exigir um fluxo de encaminhamento entre a população de rua e a educação, trazendo como referência a Escola Meninos e Meninas do Parque.

A escola completou, no último dia 18 de abril, 30 anos de existência e resistência. O nome da escola vem do Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua, e batiza a escola pensada para acolher crianças e jovens em situação de rua que, naquele ano de 1995, viviam embaixo da marquise da Rodoviária do Plano Piloto. A primeira gestora, Palmira Eugênia, lutou muito para que a escola fosse instalada no Parque da Cidade – onde está até hoje e vive sofrendo com ameaças de remoção, por estar num espaço nobre de Brasília.

 

Sessão solene da CLDF em homenagem aos 30 anos da Escola Meninos e Meninas do Parque | Foto: Deva Garcia

 

A sessão solene na CLDF, convocada pelo presidente da Comissão de Educação e Cultura, deputado Gabriel Magno, deu voz a diversas pessoas que estudam na instituição que é referência nacional de expertise no atendimento educacional a pessoas em situação de rua. E, com o microfone ligado, ouviu-se de tudo. De declamação de poesia a pedidos de ajuda com questões burocráticas e um “livro para eu aprender como ser técnico de futebol”.

O deputado Gabriel Magno disse aos presentes que, ao final do ano, levaria moção de louvor a cada um dos e das estudantes da escola: “Assim, vocês vão ter dois diplomas: o da escola e o da Câmara”.

Participaram da mesa, além de Gabriel Magno, a diretora do Sinpro Solange Buosi (que substituiu a diretora Regina Célia, impossibilitada de comparecer por questões de saúde); a doutora Luisa de Marillac, da 4ª Promotoria de Defesa dos interesses da Infância e Juventude do MPDFT; a diretora de Direitos Humanos da SEEDF, Patrícia Melo; a coordenadora do Movimento Nacional da População em Situação de rua, Joana Basílio (que é ex-aluna da escola); e, representando a Escola dos Meninos e Meninas do Parque, o vice-diretor da Escola, Jorge Luiz (Jorjão), a diretora Amelinha Araripe e o estudante Fernando.

A sessão começou com a estudante Raquel de Almeida declamando uma poesia para a escola. Ela tem 68 anos e contou orgulhosa que conclui este ano o ensino fundamental: “Eu parei de estudar na quinta série. Voltei aos 17, fiz o supletivo mas não continuei, e hoje estou terminando o fundamental aos 68 anos. Eu mando médico voltar pra escola pra aprender caligrafia!”

A diretora do Sinpro Regina Célia apontou à reportagem do Sinpro sobre “o direito à existência e do dever social de resistência que a escola abraçou de maneira freireana, responsável e humanizada. “Meu orgulho do trabalho dessa escola ultrapassou meu dever enquanto sindicato.”

A diretora do Sinpro Solange Buosi, presente à cerimônia, apontou que “estar com vocês aqui representando meu sindicato me orgulha profundamente, pois o Sinpro também tem o princípio humanista”.

 

Existentes e resistentes da “escola que sabe falar”

A Escola Meninos e Meninas do Parque, segundo o estudante Ênio, é uma escola “que sabe falar”. E, na sessão solene desta quarta-feira, ela falou por meio de seus e suas estudantes. Em declarações simples e carregadas de sinceridade, esteve presente o carinho e o reconhecimento pelo trabalho realizado pelos professores e professoras da escola, e o tanto que o acolhimento na escola fez a diferença em suas vidas:

“Eu estou há 3 meses na escola, e meu dia a dia tem melhorado muito por isso. Quero destacar os professores e a escola, por nos ensinarem a olharmos mais pra nós mesmos, nos mostrando nosso potencial que podemos desenvolver e também a importância de colocar o coletivo sobre o individual”, disse Ênio.

“A diretora me disse uma vez que podem tomar tudo o que for da gente: um boné, um celular, até o namorado ou namorada. Mas o que ninguém vai tirar de você é o seu estudo”, contou Rafaela.

“Eu nasci em 1958. Na minha época, meus pais diziam que escola não prestava, o que prestava era trabalhar na roça, sem máquina, só na mão. Naquela época, não tinha escola, quem ensinava pra gente era o colégio das irmã. Agradeço às professoras, porque o que eu devia ter estudado há 40 anos eu estou estudando hoje”, falou Antônio Silveira da Rosa. O deputado Gabriel Magno pontuou: “sempre é tempo de estudar, e o papel do estado é garantir esse direito!”

“Meu nome é Jean, estudo há 3 anos na escola. Vejo que muito do que acontece lá é por causa do empenho de quem trabalha na escola. E, mesmo com o pouco recurso, a gente se empenha ao máximo pra fazer que o ensino seja bom e as festas sejam bem-feitas e fiquem na memória de quem participa. Só tenho a agradecer ao colégio por abrir as portas pra mim e hoje, graças à escola, eu estou vendo minha vida de outra forma”, relatou um senhor de cabelos brancos.

Na fala da ex-aluna da escola, Joana Basílio, que hoje é coordenadora do movimento das pessoas em situação de rua, a explicação do carinho dos e das estudantes:  “A escola faz a diferença para a população de rua, porque é inclusiva de verdade, e acolha as demandas dessa população.”

A promotora Luisa Marillac demonstrou que a escola é a prova de que as políticas públicas, bem aplicadas, funcionam: “a garantia dos direitos humanos pode acontecer com continuidade e permanência. Essa escola nos mostra isso. A política pública tem a capacidade de revelar o brilho das pedras preciosas que todos somos. Nesse momento, vemos sentido nas nossas vidas e em nossas profissões. Profissionais como a Amelinha e Jorjão são os lapidadores dessas pedras, e a Escola Meninos e Meninas do Parque oferece ao Brasil inteiro o expertise para atender à população de rua.

A representante da SEEDF, Patrícia Melo, informou que a secretaria está em fase final de elaboração de uma diretriz de escolarização de pessoas em situação de rua, que acaba de ser atualizada junto com o corpo gestor da Escola Meninos e Meninas do Parque, e vai ser lançada ainda no segundo semestre.

O vice-diretor Jorge Luiz, o Jorjão, lembrou emocionado quando a escola chegou ao imóvel que ocupa hoje, no Parque da Cidade: “Era um acampamento de escoteiros abandonado, e transformamos ela no espaço que é o que vocês conhecem hoje. Agradeço ao Gabriel [Magno] por abrir esse espaço pra gente.” Em seguida, dirigiu-se aos estudantes no plenário e declarou: “Vocês são guerreiros, pois vão a pé para a escola. Quando eu chego na escola e vejo o olhar e o carinho de vocês, eu me sinto realizado.”

Em seu depoimento, a diretora Amelinha Araripe lembrou que a primeira diretora da escola, Palmira Eugênia, lhe ensinou sobre a importância do acolhimento, e também recordou de um estudante da escola, “seu Orisvaldo, que caminhava longas distâncias pra chegar à escola, com a perna ferida, e dizia: ‘minha perna dói, mas a minha cabeça tá inteira!’” Ela demonstrou a peculiaridade dos alunos da escola: “Estudante da Escola Meninos e Meninas do Parque não tem mais tempo a perder. E nós estamos lá para acompanhar os sonhos deles.”

O “nós” de Amelinha envolve todo o corpo docente da escola que, na opinião da diretora, não está lá por acaso: “Lembro de uma das professoras levando bolo e coca cola pra escola pra ensinar fração. Ou a professora que está hoje no plenário, que já tirou bicho do pé dos alunos”.

Ao Sinpro, Amelinha dedicou um carinho especial: “Quero dizer ao Sinpro que estamos juntos! Nossos alunos estiveram conosco em todas as paralisações. Demonstramos a eles que estamos também reivindicando nossos direitos, e isso é também lição de cidadania”.

MATÉRIA EM LIBRAS

CIL 01 de Brasília – 50 anos democratizando o ensino de língua estrangeira

Há 50 anos, o sonho de democratizar o ensino de línguas estrangeiras no Distrito Federal saiu do papel com a criação do Centro Interescolar de Línguas 01 de Brasília. Desde sua criação, em 1975, o CIL se tornou referência no país.

Ao longo dessas cinco décadas, a escola formou milhares de alunos. Muitos deles transformaram o domínio de uma segunda língua em oportunidades acadêmicas e profissionais. Com uma proposta pedagógica inclusiva, o CIL 01 simboliza a democratização do conhecimento no DF, e reforça a premissa de que a educação pública pode ser transformadora.

 

Professores e professoras do CIL 01/diurno | Foto: aqruivo CIL 01

 

“Em meio século de existência, a escola tem inspirado o amor de professores e ex-professores pelo ensino de línguas estrangeiras, transformando a trajetória de milhares de estudantes. Muitos desses alunos, que no início nem imaginavam falar outro idioma, hoje ganham o mundo como profissionais, acadêmicos e cidadãos globais. Alguns retornaram ao próprio CIL como docentes exemplares, perpetuando um ciclo virtuoso de dedicação, excelência e paixão pelo conhecimento”, declara a vice-diretora do CIL 01 de Brasília, Mônica Harumi Shimizu.

A diretora do Sinpro Izabela Cintra atuou durante 25 anos como professora do CIL 01, e afirma que este é seu “maior orgulho”. “Meu maior orgulho foi atuar durante os meus 25 anos de Secretaria de Educação em uma escola que democratiza o ensino de línguas estrangeiras e cria oportunidades para alunos das escolas públicas. Esse orgulho fica ainda maior quando encontro ex-alunos que hoje são médicos, advogados, de várias outras profissões, e falam como aprender uma outra língua fez diferença em suas vidas”, conta.

 

Professores e professoras do CIL 01/noturno | Foto: arquivo CIL 01

 

Calendário de comemorações

Para comemorar os 50 anos de história e sucesso, o CIL 01 de Brasília realiza uma série de festividades.

Nesta quinta-feira (14), às 19h, será realizada uma sessão solene no próprio centro (SGAS I 907/908, Módulos 25/26 – Asa Sul). Clique aqui e veja as fotos da solenidade.

Dia 18 de agosto, as homenagens serão às 10h, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

As festividades prosseguem no dia 30 de agosto com a realização de uma grande festa, com música ao vivo e foodtrucks. Interessados(as) devem procurar o Centro de Referência do CIL 01 para reservar seu convite. O prazo vai até o dia 22 de agosto ou até que se esgotem os ingressos.

As celebrações seguem na primeira semana de setembro com o protagonismo dos(as) alunos(as) no tradicional Festival de Tortas, evento gastronômico e cultural que, neste ano, ganha um significado especial por estender as comemorações do cinquentenário.

 

Edição Vanessa Galassi

Inscrições para III Prêmio Paulo Freire de Educação prorrogadas até 24/8

Profissionais de educação, professores(as), estudantes, familiares de alunos(as), estudiosos, ativistas pelo direito à educação e comunidades escolares de forma geral que não conseguiram se inscrever na 3ª edição do Prêmio Paulo Freire de Educação (PPFE) terão uma segunda chande. As inscrições foram prorrogaras até 24 de agosto, e pode ser feita pelo site do PPFE.

 

Inscreva-se aqui

 

A iniciativa é da Câmara Legislativa do Distrito Federal, por meio do deputado distrital Gabriel Magno (PT). Capitaneada pela Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Casa, a premiação seleciona projetos inovadores que contribuem para incrementar, enriquecer e solucionar desafios do campo educacional.

Entre os requisitos, os(as) candidatos(as) devem ter em sua trajetória ações que abordem o direito à educação, a gestão escolar democrática, o Plano Distrital de Educação e/ou projetos político-pedagógicos que impactem os territórios onde as instituições educativas se inserem.

 

Para participar da 3ª edição do Prêmio, os projetos precisam ser inscritos em uma das seguintes temáticas:

– Educação sobre história e cultura afro-brasileira, indígena e antirracista;

– Promoção da inclusão e diversidade na educação;

– Cultura de paz;

– Educação ambiental e patrimonial;

– Práxis transformadoras nas áreas do conhecimento e na formação continuada;

– Proteção da criança e do adolescente;

– Inclusão digital;

– Interação entre escola e comunidade

 

A CEC selecionará três finalistas de cada um dos eixos temáticos. No dia 25 de setembro, a Câmara realizará sessão solene para a entrega do Prêmio, com homenagens aos vencedores.

 

Serviço:

III Prêmio Paulo Freire de educação

🗓️ Inscrições prorrogadas até 24 de agosto de 2025

📌 Saiba mais sobre o prêmio: www.cl.df.gov.br/premio-paulo-freire

📌 Inscreva-se aqui: bit.ly/4jAI4IQ

❔Dúvidas: envie e-mail para premiopaulofreire@cl.df.gov.br

 

Com informações da Agência CLDF

Mostra homenageia artista Francisco Galeno

A mostra “Meu Galeno”, com obras do artista Francisco Galeno, está aberta para visitação na Referência Galeria de Arte, de segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado das 10h às 15h. A visitação pode ser feita até setembro. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.

A exposição, estruturada a partir do relacionamento dos colecionadores, reúne peças produzidas por Galeno em seus ateliês na Parnaíba (PI) e em Brazlândia (DF). “Nesta exposição, foram reunidos trabalhos de diversas séries e períodos, trabalhos que muitas vezes não chegaram à vista do público, porque do ateliê do artista seguiram para a galeria e de lá para a casa dos clientes”, afirma a galerista Onice Moraes.

 

Artista

Francisco Galeno foi um dos artistas plásticos mais importantes de Brasília. Falecido em junho de 2025, sua obra é repleta de referências às suas ancestralidades, infância no Delta do Parnaíba (PI) e sua vida em Brasília.

“Na minha arte não entra um prego que não seja carregado de história afetiva”, dizia Galeno, criado em Brazlândia, onde tinha seu ateliê e costumava receber os amigos e colecionadores nos períodos em que visitava aos familiares, alternando com seu ateliê em sua cidade natal, Ilha Grande (PI).

Galeno não foi apenas pintor. Ele atuou em várias direções: escultura, roupas, instalações. Quando era moleque, seu sonho era ser jogador de futebol, e desenhou uma camisa para o time do Brazlândia.

 

Serviço:

“Meu Galeno” – Pinturas, esculturas e objetos

Obras de Francisco Galeno presentes em coleções privadas

Local/Endereço: Referência Galeria de Arte CLN 202 Bloco B Loja 11 Subsolo

Visitação: Até 13/09 – De segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 15h

Entrada gratuita

Classificação indicativa livre

Mostra Cassandra Rios celebra literatura, cinema e diversidade na Biblioteca Demonstrativa

A Biblioteca Demonstrativa Maria da Conceição Moreira Salles (BDB) recebe a “Mostra Cassandra Rios – Literatura, Cinema e Diversidade” em comemoração ao mês da Visibilidade Lésbica. A mostra ocorre somente nesta quarta-feira (13/8) e fica à disposição do público das 18h30 às 21h. A ação é promovida pelo Estruturação – Grupo LGBT+ de Brasília, organização que atua desde 1994 na defesa dos direitos humanos e na promoção da diversidade.

A atividade homenageia a memória e a resistência de mulheres lésbicas por meio da literatura e do audiovisual, criando um espaço de escuta, trocas e afirmação de identidades dissidentes. A programação inclui a exibição do documentário “Cassandra Rios – A Safo de Perdizes”, premiado pelo ProAC em 2013. A obra resgata o legado da escritora que, embora censurada e perseguida pela ditadura militar, tornou-se best-seller nos anos 1970 ao retratar, com ousadia, o erotismo, a subjetividade e a sexualidade lésbica. Considerada a primeira autora brasileira a dar protagonismo a mulheres homossexuais em suas narrativas, Cassandra teve diversas obras proibidas, mas conquistou milhões de leitores em busca de representatividade.

Na sequência, será exibido o premiado filme “A mulher salgada”, da diretora e roteirista Liana Farias, que participa de um bate-papo logo após a sessão. O curta é atravessado por memórias afetivas e referências históricas da representação lésbica do início dos anos 2000. Com olhar sensível, o filme costura lacunas e presenças no imaginário e presta homenagem a Cássia Eller, que marcou gerações e contribuiu para a legitimação de famílias homoafetivas no Brasil, ainda antes do reconhecimento legal do casamento igualitário em 2011.

O bate-papo sobre a obra de Cassandra Rios terá mediação de Marina Mara, poeta e doutoranda em Literatura pela UnB. Sua pesquisa acadêmica investiga a obra da autora homenageada, a literatura marginal e os processos de construção de gênero na literatura brasileira contemporânea. “Falar sobre Cassandra Rios é romper silêncios impostos historicamente à literatura lésbica no Brasil. Sua escrita ousada abriu caminhos para a representação de subjetividades dissidentes e ainda ecoa como um gesto político e poético de resistência”, ressalta Marina, que também é coordenadora cultural da Biblioteca Demonstrativa.

A Mostra Cassandra Rios integra as ações de visibilidade do mês de agosto, que marca duas datas centrais na luta lésbica no Brasil: o Dia do Orgulho Lésbico (19/08), em referência à ocupação do Ferro’s Bar, em 1983, por ativistas do GALF; e o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica (29/08), instituído em 1996 durante o 1º Senale – Seminário Nacional de Lésbicas. Mais do que celebrar, a mostra reafirma a importância de espaços de expressão e construção coletiva, para que vozes como a de Cassandra — e tantas outras — não sejam esquecidas, mas lidas, ouvidas, vistas e celebradas.

Nota de Pesar: Edson Gomes Dourado

Com profundo pesar, o Sinpro informa o falecimento do professor Edson Gomes Dourado. Ele não resistiu após acidente de automóvel ocorrido na estrada GO-116. O professor lecionava no Centro de Ensino Especial 02 (CEE 02) do Plano Piloto.

O velório ocorre durante esta segunda-feira (11), entre 8h e 14h30, na Casa Velatória 2, Portal do Sol, em Formosa (GO). A partir das 15h será na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Setor Vila Verde, também em Formosa. O cortejo para o sepultamento sairá às 16h em direção ao Cemitério Central. Confira na imagem.

O professor lecionava no CEE 02 do Plano Piloto.

A Diretoria Colegiada do Sinpro se solidariza com a família e amigos do professor Edson.

Professor Edson Gomes, presente!

 

Oficina gratuita ensina a produzir vídeos em Libras com celular

A Biblioteca Demonstrativa Maria da Conceição Moreira Salles (BDB), em parceria com o Grupo Estruturação, realiza nos dias 11, 14 e 15 de agosto a oficina gratuita Biblioteca Acessível: Produção de Vídeos em Libras. A atividade online propõe um mergulho prático e sensível na criação de conteúdos acessíveis — usando apenas o celular e histórias reais de inclusão (ou exclusão) vividas no cotidiano. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo neste link. Haverá certificação.

Voltada a quem deseja atuar com acessibilidade, comunicação e produção audiovisual, a oficina será conduzida por Michel Platini, tradutor de Libras, ativista de direitos humanos e presidente do Grupo Estruturação e do Centro Brasiliense de Defesa dos Direitos Humanos (CentroDH). Com sólida trajetória na defesa de direitos da população surda e pessoas com deficiência, Platini traz uma perspectiva política e pedagógica que transforma a prática de comunicação em um ato de resistência.

“Produzir vídeos em Libras a partir de histórias reais é uma forma potente de dar voz às experiências que muitas vezes são silenciadas. É sobre transformar vivências em linguagem acessível, ampliando o alcance da comunicação e fortalecendo a luta por direitos”, afirma Platini.

Os encontros

No primeiro encontro, nesta segunda-feira (11/8), os participantes compartilharão histórias reais, refletir sobre os desafios de inclusão e exclusão enfrentados diariamente e escolher os temas que irão virar vídeo.

Nos dias 14 e 15 de agosto, será a vez de roteirizar, gravar, editar e publicar os conteúdos, em grupos, com apoio técnico e criativo.

A atividade inclui roda de conversa, orientação técnica sobre gravação com celular, escolha de plano de fundo, iluminação e edição com ferramentas gratuitas. Ao final, os vídeos produzidos serão exibidos ao vivo no YouTube da BDB Cultural, com espaço aberto para reflexão coletiva sobre acessibilidade, protagonismo e comunicação inclusiva.

Programação da oficina

11/08 – Levantamento de vivências e planejamento prático (4 horas)
> Compartilhamento de histórias reais de inclusão e exclusão
> Escolha dos temas a serem transformados em vídeos
> Dicas técnicas de produção audiovisual com celular
> Formação de grupos e esboço de roteiros

14/08 – Roteirização colaborativa e gravação (3 horas)
> Construção de roteiros acessíveis com foco em Libras
> Orientações sobre cenário, luz, figurino e composição da tela
> Gravação de trechos com suporte técnico

15/08 – Edição, finalização e publicação (3 horas)

 

 

Inscrições abertas para a oficina gratuita Espalhar Imagens: Pedagogias da Exibição

Professores(as) e orientadores(as) educacionais poderão se inscrever gratuitamente na oficina Espalhar Imagens: Pedagogias da Exibição até o dia 31 de agosto. A iniciativa propõe a elaboração coletiva de propostas pedagógicas para exibição de filmes e outras imagens em espaços de educação e formação. As inscrições podem ser feitas clicando aqui.

A formação será realizada de 4 de setembro a 23 de outubro, em oito encontros (um por semana), sempre às quintas-feiras, das 19h30 às 22h, no IFB Recanto das Emas. Além disso, mais 8 horas serão destinadas a atividades não presenciais. Os participantes terão direito a certificado.

Os organizadores da oficina explicam que “apesar do grande volume de imagens circulando nos meios de comunicação e redes sociais, muitas delas se limitam à repetição, e não à diferença”. “Os(as) participantes, desse modo, irão projetar, juntos, um caminho para driblar algoritmos e propor imagens múltiplas, que circulem por territórios igualmente múltiplos, pensando sobre suas possibilidades pedagógicas e como elas podem potencializar processos criativos e educacionais.”

 

Serviço:

Oficina Espalhar Imagens: Pedagogias da Exibição

Local: IFB Recanto das Emas (Avenida Monjolo, Chácara 22, Núcleo Rural Monjolo – Recanto das Emas-DF (atrás da Quadra 300).

Inscrições: até 31 de agosto, pelo link https://forms.gle/SXiYJWhREGdbHPvD8 

Público-alvo: pessoas educadoras de diversas áreas, artistas, arte-educadoras e mobilizadoras sociais interessadas em projetos ligados à imagem. A partir de 18 anos.

 

Plano de aulas:

1º Encontro (4/9): Ver ao redor, ver junto

Qual o estatuto da imagem contemporânea? Qual a diferença de ver uma imagem em coletividade?

Prática: Imagens que permanecem

 

2º Encontro (11/9): O que podem as imagens na escola?

Nesse encontro vamos apresentar experiências de trabalho em espaços educativos e pensar os potenciais e limites da imagem nas escolas. Também traremos a questão da Lei 13.006 e a exibição de filmes nacionais nas escolas.

Prática: Primeiros passos do projeto de exibição

 

3º Encontro (18/9): Por que ver um filme?

No terceiro encontro contaremos com convidados para debater a experiência de um cineclube, seus caminhos, dificuldades e desdobramentos.

Prática: Ver e debater uma sessão

 

4º Encontro (25/9): Cidade-Tela

Quais relações a imagem pode ter como território onde habitamos? Vamos olhar para as aproximações e afastamentos e pensar formas de fazer a cidade ecoar na tela.

Prática: Indo além dos muros

 

5º Encontro (2/10): Técnicas e Tecnologias

Aqui vamos pensar formas de trabalhar com as condições materiais que temos. Do uso de equipamentos as gambiarras. Do projetor ao olho humano, passando pelo celular e a folha de papel.

Prática: Molduras do Olhar

 

6º Encontro (9/10): Caminhos e Curadorias

Contaremos com uma convidada para falar sobreo papel da curadoria. Também vamos apresentar formas e locais para encontrar filmes e outras obras. Por onde andam os filmes brasileiros?

Prática: Retomar o projeto de exibição (orientação individual/em grupo)

 

7º Encontro (16/10): Arquivos e Memórias

Pensar a importância da preservação das imagens produzidas na escola e as possibilidades de um trabalho contínuo que parte dessas imagens. Como armazenar as imagens? De que forma organizar esses arquivos?

Prática: Narrar a memória

 

8º Encontro (23/10): Liberar as Imagens

Em nosso último encontro vamos em busca das imagens radicais. Aquelas que não representam, não significam. Existem imagens que não conhecemos?

Prática: Apresentação final dos projetos e exibição

“Gira das Desempregadas Convida” ocupa ruas do DF com teatro, circo e afeto

O projeto “Gira das Desempregadas Convida” segue sua jornada de ocupação artística e leva teatro, circo e afeto a ruas do Distrito Federal e cidades de Goiás durante todo o mês de agosto. A partir deste domingo (10/8), a trupe desembarca em várias localidades, como Guará, Taguatinga, Alto Paraíso, Cavalcante e São Jorge, promovendo apresentações gratuitas para todos os públicos. (Veja a programação no final desta matéria).

A iniciativa reúne coletivos feministas em 33 apresentações em nove localidades, com acessibilidade plena e foco na valorização das experiências femininas. Os espetáculos são pensados para todas as idades, com o objetivo de aproximar a arte do cotidiano e fortalecer vínculos comunitários.

Com o compromisso de garantir a “acessibilidade plena”, todas as apresentações contam com “intérpretes de Libras, audiodescrição ao vivo e materiais em Braile”. A proposta é clara: a arte deve alcançar todos os corpos e realidades.

A Gira

Segundo Maria Tavares, artista e diretora do coletivo “As Desempregadas”, a Gira nasce do desejo de fortalecer redes colaborativas entre grupos e coletivos culturais da cidade. “A ideia é reforçar a cultura como ferramenta de mudança social, onde a colaboração é o motor para uma arte mais diversa, acessível e impactante”, afirma.

O projeto também carrega um “forte compromisso com a transformação social” por meio da arte. Os espetáculos abordam temas como “empoderamento feminino, respeito à diversidade, igualdade de gênero e o combate à violência contra a mulher”, sempre de forma acessível e acolhedora.

Espetáculos

O espetáculo principal, intitulado “Pedaços de Maria”, é uma criação de Maria Tavares. A montagem costura vivências pessoais da artista com histórias de inúmeras outras “Marias” — mulheres reais e simbólicas que inspiraram uma criação leve, divertida e profundamente sensível.

Um dos grupos convidados para a circulação é o brasiliense “As Caixeiras Cia. de Bonecas”, referência nacional no teatro de formas animadas. O coletivo apresenta a trilogia “Enquanto Houver Amor Eu Me Transformo”, composta pelos microespetáculos “Revoar”, “Amor de Cão!” e “Amor – título provisório inalterável”. As apresentações são realizadas no formato “teatro lambe-lambe”, com espetáculos exibidos dentro de pequenas caixas cênicas para um espectador por vez. A experiência é íntima, sensível e transformadora, com sessões que duram de 3 a 6 minutos e abordam temas como afeto, liberdade e escuta.

Apresentações de agosto:

10/8 – Feira do Guará – 11h (As Caixeiras) e 12h (Pedaços de Maria)

17/8 – Batalhão das Artes, em Taguatinga – 16h (Pedaços de Maria)

22/8 – Teatro Escola A Barca Coração, em Alto Paraíso/GO – 19h (Pedaços de Maria)

23/8 – Casa Candeia Espaço de Cultura, em Cavalcante/GO – 19h (Pedaços de Maria)

24/8 – Cavaleiro de Jorge, em São Jorge/GO – 17h (Pedaços de Maria)

25/8 – Educandário Humberto de Campos, em Alto Paraíso/GO – 10h40 (Pedaços de Maria)

31/8 – Rua do Lazer, no Guará – 10h – intérprete de libras (Pedaços de Maria)

SERVIÇO
GIRA DAS DESEMPREGADAS CONVIDA
Espetáculos gratuitos de teatro, circo e lambe-lambe em cidades do DF e goianas.
Classificação indicativa: Livre
Acessibilidade: intérprete de Libras, audiodescrição e estrutura adaptada

Professor aposentado comanda rodas de choro em Águas Claras

Na próxima sexta-feira, 15 de agosto, acontece mais uma roda de choro do projeto Chorando na Arniqueira. A partir das 18h, um grupo de músicos se reúne na praça Condor, próximo à Estação Arniqueiras, em Águas Claras, para apresentações ao vivo.

A ideia é do professor de história Rinaldo de Oliveira. “As rodas de choro são abertas e gratuitas. São realizadas mensalmente na praça Condor, sempre na terceira sexta-feira do mês”, explica.

As rodas de choro vêm acontecendo há pouco mais de um ano, e reúnem cada vez mais pessoas. “E promove um encontro de gerações, pois vemos avós levando seus netos, pais levando filhos, namorados levando suas namoradas” conta, orgulhoso, o professor aposentado. “Todos levam banquinho, conversam, conhecem novas pessoas e ouvem música boa”.

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