CEF 10 Gama realiza o Projeto Dayó, conscientizando alunos e combatendo o preconceito

img-20161118-wa0005
Nesta sexta-feira (18) se encerra o Projeto Dayó, que começou na quinta (17) no CEF 10 Gama. As atividades desta semana são de culminância, mas os debates e todos os temas foram desenvolvidos durante todo o ano, ocorrendo toda esta contextualização. Traduzindo do orubá, “Dayó” significa “a felicidade chegou”. O intuito é promover a conscientização e combater o preconceito em temas ligados à cultura afro e suas manifestações no Brasil.
Centenas de alunos nos dois turnos, do sexto ao nono ano do ensino fundamental participaram das atividades, que “se iniciaram no primeiro semestre com micro oficinas, passando para a segunda etapa, que foi o momento de conscientização dos outros professores para participar destas atividades e ao final, palestras sobre racismo, feminismo, com militantes destes movimentos que estão fora da escola”, atesta Letícia Vieira Bento, diretora do Sinpro.
img-20161118-wa0009
Nos dois dias, os alunos se envolveram em diversas oficinas como capoeira, dança, hip hop, cinema, percussão, sempre ressaltando a importância da cultura negra em todas estas manifestações. A pluralidade religiosa também foi abordada, onde mães de santo foram convidadas para palestras. “Ocorreu uma articulação com a militância negra do DF para estas atividades, abordando a arte, a representação do negro na literatura, nos quadrinhos, no cinema, no candomblé. Plantando a semente para que ocorra uma rede de tolerância religiosa no Gama”, diz Bruno Borges, professor de língua portuguesa.
“Foi preciso que a gente trouxesse pessoas de fora para as capacitações, para que algumas pessoas pudessem expor suas fraquezas, pois muitas vezes o racismo está institucionalizado sem que as mesmas percebam”, afirma o professor. Para ele, “não adianta levantar o debate da consciência negra apenas na semana desta data e sim, que isso deve ser trabalhado durante todo o ano”.
De acordo com Bruno, o mais interessante foi a curiosidade dos alunos, de debaterem temas, antes que o preconceito fosse estigmatizado dentro de cada um deles. “A recepção dos estudantes foi maravilhosa. Algumas salas ficaram lotadas para debatermos temas que eles ouviam boatos ou desconheciam. É exatamente o momento de desconstruir o preconceito”, aponta.
O projeto se encerra na tarde desta sexta-feira (18) com mais algumas oficinas, como corpo e movimento, hip hop, cinema, grafite, percussão, quadrinhos e capoeira.
Fotos: Letícia Vieira Bento / Sinpro