Contra a reforma do Ensino Médio, professores do Guará apoiam ocupações

vilmara_encontro_guara_30_10_2016O Sinpro-DF participou, nessa segunda-feira (31), de um encontro realizado pela Regional do Guará, no qual professores(as) e orientadores(as) educacionais analisaram e discutiram os impactos negativos da Medida Provisória 746/16 (MP do Ensino Médio) e as ocupações de escolas públicas no país e no Distrito Federal. A atividade reuniu quatro Centros Educacionais (CED) do diurno no auditório do CED 03 (Centrão), no Guará II.
Primeiramente, o professor Gilmar de Souza Ribeiro falou das diversas reformas realizadas no Ensino Médio desde o fim dos anos 1980 até hoje. Segundamente, Vilmara Carmo, coordenadora da Secretaria para Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras (Secretaria de Mulheres), representante da diretoria do Sinpro-DF, expos sobre a Medida Provisória 746/16, que institui uma nova reforma no Ensino Médio e terá de ser votada até janeiro de 2017.
Terceiramente, a estudante Camila, presidente do Grêmio Estudantil do Setor Oeste, falou da ocupação na escola e do movimento de ocupação que ocorre em mais de mil escolas de Ensino Médio do país contra a reforma do governo Temer e outras propostas, como a PEC 241 que já está tramitando no Senado Federal com o número 55, PEC 55, que congela por 20 anos os investimentos públicos nos serviços públicos.
A ocupação estudantil também visa a combater várias outras mudanças autoritárias em curso que enfraquecem a Educação pública, como, por exemplo, as leis da mordaça que, de forma pulverizada e desmembrada, tem sido apresentada em Casas Legislativas das três esferas da União. Durante o encontro, todos(as) os(as) professores(as) se mostraram favoráveis à ocupação das escolas
Vilmara disse que “o encontro foi um momento muito importante em que a gente pôde aprofundar a proposta de reforma do Ensino Médio; identificar que, apesar das sucessivas reformas para sucateá-lo, o Ensino Médio também obteve conquistas, como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que garantiu verbas para livros, lanches e outros projetos”
Ela disse que também serviu para que todos e todas percebessem que esta reforma é um retrocesso do governo Michel Temer “porque retira esse financiamento da União, deixando de forma muito vulnerável as Secretarias de Educação municipais, estaduais e distrital, uma vez que elas terão de sustentar o Ensino Médio com recursos próprios”.
Os participantes do encontro consideraram, unanimemente, que um dos aspectos mais perversos da reforma do governo Temer é o corte de recursos financeiros porque irá impor a precarização definitiva da escola pública. “Se não tem o financiamento, não tem como efetivá-la e, consequentemente, as secretarias irão optar pela menor oferta possível das disciplinas, e irão oferecer somente as duas obrigatórias previstas na MP do Ensino Médio: português e matemática”, finaliza a diretora.