Meninas do CEL e uma estudante de Salvador participam do Girls Takeover 2024
As alunas do Centro Educacional do Lago (CEL) voltaram a ocupar as embaixadas em Brasília. É o projeto Girls Takeover, criado pela organização Plan International como uma estratégia para buscar a transformação social e política, oferecendo oportunidades para meninas em espaços tradicionalmente dominados por homens, como a diplomacia, e de combater as barreiras que impedem seu acesso a papeis de liderança e influência.
Diversas iniciativas e releituras deste projeto são realizadas ao redor do mundo. A versão apresentada aqui é o resultado da parceria (que já dura 3 anos) entre as Embaixadas da Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia com o Centro Educacional do Lago (CEL), escola pública de tempo integral, intercultural bilíngue em língua inglesa da rede pública de Brasília.
Neste ano de 2024, as embaixadas nórdicas e a da Irlanda receberam, no dia 25 de setembro, Amanda Caroline (Dinamarca), Thais Mendes (Irlanda), Bárbara Keller (Suécia) e Giovana Borba (Noruega), do CEL, e também a estudante Catarina Lorenzo, de uma escola de Salvador (BA), que foi para a embaixada da Finlândia.
O Girls Takeover é uma iniciativa alinhada com a celebração do Dia Internacional da Menina, em 11 de outubro, um momento global dedicado a reconhecer o poder das meninas e destacar os desafios que enfrentam devido à discriminação e desigualdade. A data, instituída pela ONU em 2011, é um marco importante para promover a visibilidade das questões enfrentadas pelas jovens e para chamar a atenção para a necessidade de mudança nas políticas e práticas que afetam seu desenvolvimento e oportunidades.
Nesta configuração do projeto, alunas do CEL assumem a liderança de uma embaixada por um dia. São acompanhadas por embaixadores e diplomatas em uma agenda intensa, e têm a oportunidade de vivenciar o ambiente diplomático e interagir com líderes de diferentes países. Essa experiência não só promove a compreensão das complexidades das relações internacionais, mas também reforça a confiança das meninas em suas habilidades de liderança e sua capacidade de influenciar mudanças significativas.
O dia 25 começou com reuniões nas respectivas embaixadas da agenda do dia e instruções, cada menina com sua equipe. A seguir, foram para o Itamaraty, onde tiveram reunião com representantes da AMDB e falaram sobre a representatividade da mulher na política e na diplomacia. Depois, almoço oferecido pela Embaixada da Noruega, na residência oficial, e receberam Secretários do GDF. A última agenda do dia incluía na representação da ONU em Brasília reunião com Ana Carolina Querino, representante da ONU Mulheres.
Seleção rigorosa
As alunas interessadas em participar passaram por um processo seletivo rigoroso para participar dessa atividade: “No CEL, temos vários editais para atividades bilíngues. Uma delas é o “Girls Takeover – Girls at the Nordic Embassies”, ou Garotas nas Embaixadas Nórdicas. Esses editais servem como preparação para se candidatarem a universidades estrangeiras”, explica o vice-diretor da escola, Vitor Rios Valdez.
As candidatas ao Girls Takeover precisaram comprovar proficiência em inglês com provas e entrevistas. Também foi feito um levantamento dos históricos escolares e rendimento acadêmico das candidatas. Pontuação extra é dada para as estudantes participantes do Programa de Alta Performance da escola, programa de incentivos e valorização de estudantes com boas notas e protagonismo juvenil. Quem apresentou currículo com atividades extracurriculares e carta de recomendação também marcou mais pontos no processo seletivo. Depois de todas essas etapas, as candidatas ainda fizeram uma redação sobre como ampliar o papel das mulheres na diplomacia brasileira.