#RollembergMente: Categoria inicia contagem regressiva para a greve

“Vivemos, todos sabem, uma crise sem precedentes em Brasília. A cidade está destroçada. Os serviços públicos estão deteriorados. Os servidores públicos e prestadores de serviço chegaram ao fim do ano sem receber o que lhes é devido…. A situação econômica é grave, gravíssima. É séria, seríssima. É um quadro lamentável”.
A frase, dita pelo governador Rollemberg (PSB), parece ter sido expressa ontem. Mas foi pronunciada no dia 1º de janeiro de 2015, data da posse à frente do GDF. De lá para cá – e lá se vão quase dois anos – essa prosa ruim não mudou de rumo. O discurso permanece exatamente igual.
Foi justamente essa conversa surrada – de carestia eterna, de calote, de descumprimento de leis – que levou cerca de quatro mil professores e orientadores educacionais à assembleia geral da categoria, nesta quinta-feira, na Praça do Buriti.
As falam foram enfáticas no sentido de que o momento exige a construção de um movimento maior, “pois não aceitaremos que se jogue no colo dos servidores públicos uma conta que é dele [Rollemberg]. Existe uma crise sim… a crise de miopia política do GDF”, disse a diretora de Formação Sindical do Sinpro, Luciana Custódio.
Na mesma linha, a diretora de Finanças Rosilene Corrêa destacou que “precisamos desconstruir esse discurso de Rollemberg de que o ‘gasto’ com o funcionalismo público é a razão da carestia e da falta de investimentos no DF. A sociedade precisa entender que o prejuízo não é só salarial; só sob o ponto de vista dos servidores. O prejuízo recai também e principalmente sobre os serviços públicos oferecidos à população”.
Por conta dos calotes desde o começo da gestão Rollemberg, “o Sinpro vai ajuizar ação contra o GDF para que pague imediatamente o reajuste de 3,75%, referentes ao plano de carreira (setembro de 2015)”, enfatizou o diretor de Assuntos Jurídicos, Dimas Rocha.
E não foi só isso. A categoria exigiu o cumprimento da Meta 17 do Plano Distrital de Educação (PDE), sancionado por Rollemberg em 14 de julho de 2015, – que define chegar à média salarial das carreiras públicas de nível superior do Distrito Federal num período de 4 anos. “Exigimos, portanto, o índice de 18% como início da implantação da Meta 17 e, diante da insistência do governo em manter o calote, a tabela salarial de setembro de 2015 será judicializada pelo Sinpro-DF”, explicou o diretor de Organização Júlio Barros.
Some-se a isso o calote aos passivos devidos aos aposentados, o não reajuste do auxílio-alimentação, a não convocação dos concursados, entre vários outros ataques à categoria e à Educação.
Este é o quadro atual.
Por isso mesmo, a categoria decidiu por unanimidade iniciar uma contagem regressiva – a partir de hoje – para a próxima assembleia, com indicativo de greve, no dia 13 de fevereiro. Até lá, a categoria se manterá mobilizada e poderá ser convocada a qualquer tempo caso o GDF sinalize atrasos de pagamentos, por exemplo.
Presente à assembleia, o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, reforçou a unidade da classe trabalhadora e o chamado para a Greve Geral desta sexta-feira (11), lembrando que a luta por uma educação pública de qualidade passa pela defesa daqueles que a constroem. “Assim, teremos no futuro cidadãos críticos, conscientes de suas responsabilidades, gestores melhores do Estado. E não um governador mentiroso, que não respeita os compromissos assumidos com a categoria docente e faz pouco caso dos estudantes”.
A assembleia aprovou, ainda, três moções: uma de apoio e solidariedade aos companheiros da Escola Nacional de Formação Florestan Fernandes e de repúdio à invasão da escola pela polícia; outra de apoio formal do Sinpro à luta dos estudantes nas escolas públicas ocupadas; e uma terceira, de repúdio ao juiz Alex Costa de Oliveira, da Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal, que autorizou expressamente que a Polícia Militar utilizasse técnicas consideradas como tortura para forçar a desocupação de escolas.

Confira o Calendário de Mobilização aprovado na assembleia:
Dia 11/11 – Ato público em frente ao MEC contra a reforma do Ensino Médio, 9h;
A partir de 14/11 – Faixas da campanha #RollembergMente nas casas da população;
Dia 17/11 – Delegacias Sindicais – Sobradinho – CEF 05, 19h;
Dia 19/11 – Assembleia geral: Pauta – Eleição de delegados para o 33º Congresso Nacional da CNTE. A eleição será no auditório do Sinpro-DF, às 10h30;
A partir do dia 20/11 – Carros de som nas cidades com a Campanha #RollembergMente;
A partir do dia 22/11 – Panfletagens e faixas na porta das escolas;
Dia 24/11 – Debate na Escola Parque de Ceilândia “Feminismo Negro e Violência contra a Mulher” (8h e 14h);
Dia 26/11- 2ª Conferência Distrital de Educação organizada pelo Fórum Distrital de Educação;
Dia 29/11 – Mobilização nacional contra a PEC 55 no Senado (EX-241) 1º turno;
Dia 01/12 – Dia Mundial de Luta contra a Aids, às 9h, na sede do Sinpro
Dia 03/12 – Seminário sobre a Reforma do Ensino Médio e Semestralidade (o dia todo);
Dia 10/02/2017 – Dia “D” – Debate com a comunidade escolar sobre o nosso movimento;
Dia 13/02/2017 – Assembleia Geral com indicativo de greve.
