Trabalhadores(as) mostram unidade e luta no Dia Nacional de Greve
Ao menos 19 estados e o Distrito Federal participaram das manifestações realizadas nesta sexta-feira (11). As atividades fizeram parte do Dia Nacional de Greve, chamado pela CUT e demais centrais sindicais, contra a PEC 55, conhecida como PEC da Morte, e contra os retrocessos promovidos pelo governo ilegítimo do presidente Michel Temer (PMDB). Desde a madrugada, trabalhadoras e trabalhadores de todo o País já estavam nas ruas protestando e mostrando unidade e luta contra todas as tentativas de retrocessos promovidos por este governo golpista e todas as investidas neoliberais dos governos estaduais.
Entre as ações, houve ocupações de universidades, rodovias trancadas, garagens de ônibus foram fechadas, prédios de estatais também foram tomados e diversas categorias paralisaram. A luta também foi contra a precarização do trabalho; contra o aumento de idade de aposentadoria; contra a subcontratação sem limites; contra a privatização das estatais; e contra o roubo de direitos.
Segundo o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, esta sexta-feira foi “um dia para barrar o retrocesso de uma vida inteira. E os trabalhadores não deixaram por menos, começando as paralisações logo cedo”. Já o secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, destacou a importância de as categorias se unirem nesse momento de ataques: “Rollemberg mente ao dizer que não tem dinheiro para pagar o reajuste dos servidores. Vamos continuar denunciando essas mentiras e lutando para que mais nenhum direito seja tirado. Nossa resposta foi dada hoje”.
Além de colocar pressão no governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB), os atos demonstram que não há submissão ao pacote de retrocessos, muito menos apreço por um governo que surgiu a partir de um golpe. O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, apontou que a classe trabalhadora ganha ainda mais fôlego para promover a greve geral contra o retrocesso. “Este dia foi de muita paralisação, manifestação na maior parte do país, foi superior ao ato que fizemos no dia 22 de setembro e serviu como ótimo aquecimento para a greve geral. O Temer deveria ver esse dia como um alerta de que essas propostas de retirada de direitos são extremamente impopulares e os trabalhadores vão se manifestar contra elas,” apontou.
No Distrito Federal
Os(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais do Distrito Federal também aderiram à greve geral. A mobilização foi contra a terceirização, a Lei da Mordaça, a PEC 241 o PLP 257, o PL 4567, a reforma da Previdência, a reforma do Ensino Médio, a flexibilização do contrato de trabalho, a prevalência do negociado sobre o legislado, e em defesa da lei do piso. Para o presidente da CNTE, Roberto Leão, os educadores se uniram aos demais trabalhadores para dizer que não toleram nenhuma perda de direito. “A luta é também contra a retirada de direitos dos(as) trabalhadores(as), em defesa da escola pública de qualidade e da democracia”, ressaltou.
Durante esta manhã, milhares de pessoas estiveram presentes em frente ao Ministério da Educação. Luciana Custódio, diretora do Sinpro, explica a importância de estar ali. “Esse ato simboliza a nossa luta pelo fortalecimento da educação pública no Brasil. O Estado está querendo enfraquecer o servidor público. Se esta PEC 55 já fosse aprovada há 10 anos, já teríamos menos 280 bilhões no setor, gerando consequências terríveis para a carreira e para a estrutura da educação no país”, diz. Já sobre a MP 746, que reforma o ensino médio sem debater com a sociedade, Luciana afirma que “é o MEC querendo legitimar a Lei da Mordaça, querendo tirar da escola espaços onde o pensamento crítico é instituído. Isso seria um retrocesso de décadas, irreparável”.
Rodrigo Rodrigues, Secretário Geral da CUT-DF, reforça a importância das mobilizações desta sexta-feira (11). “Hoje é o dia nacional de greve. Em todo o Brasil estão tendo paralisações, onde diversas categorias estão interrompendo os atendimentos, e os seus serviços. Hoje é um dia de fazer a denúncia contra o retrocesso que está em marcha no país, contra projetos que ameaçam diretos já adquiridos, como a PEC 55, a Reforma da Previdência e a entrega do petróleo do Pré-Sal para empresas estrangeiras”, ressalta.

Abaixo, as principais reivindicações do Dia Nacional de Greve e Paralisações:
PEC 241
Contra a PEC 241 que congelará por 20 anos os investimentos em serviços públicos essenciais à população, especialmente nas áreas da Saúde (Sistema Único de Saúde) e Educação (pública e gratuita), até o não reajuste do Salário Mínimo, que atinge especialmente os aposentados.
SAÚDE: A medida atingirá em cheio o atendimento do SUS. Programas como o Saúde da Família, remédio grátis – especialmente os de alto custo -, o SAMU, medidas de prevenção e combate à dengue, zika e chikungunya, tratamento e prevenção do HIV e DSTs, gripe H1N1, campanhas de vacinação e outros serviços serão gravemente afetados por falta de investimento do atual governo. Isso afeta também os hospitais públicos, além dos convênios com as Santas Casas e hospitais filantrópicos.
EDUCAÇÃO: Vai faltar dinheiro para construção, manutenção e reforma de escolas e creches; os salários dos professores ficarão congelados e não haverá novas contratações. Material e uniforme gratuito, merenda, transporte escolar serão cortados ou reduzidos. Programas como Fies e o Pronatec estão suspensos e não terão novos contratos. O governo ilegítimo acabou com o Ciência sem Fronteiras, bolsas para estudantes e pesquisadores, e cortou quase pela metade as verbas para universidades. Além disso, foram cancelados programas de alfabetização de jovens e adultos.
Reforma da Previdência
Contra a Reforma da Previdência, cuja principal promessa do governo sem voto é punir quem mais contribuiu com o benefício, garantindo aposentadoria somente a partir dos 65 anos para trabalhadoras e trabalhadores. É importante destacar que a Constituição prevê que a Previdência é parte de um sistema amplo, a Seguridade Social – que além das aposentadorias inclui outro importante programa que também está ameaçado: o Sistema Único de Saúde (SUS).
Defesa do emprego
Contra a reforma trabalhista que retira direitos garantidos e conquistados pela classe trabalhadora desde a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), implementadas há 73 anos. Um dos pontos de maior pressão da atual agenda governamental é a terceirização, que irá beneficiar diretamente os patrões, precarizando as relações de trabalho.
Defesa do Pré-Sal
Patrimônio do povo brasileiro, a maior riqueza natural do País deverá ser entregue a multinacionais estrangeiras que estão de olho nas produções brasileiras recém descobertas. O Brasil hoje é o detentor da terceira maior reserva de óleo leve e gás natural do planeta, o que faz com que o País seja uma potência energética e uma promessa na exportação de petróleo. Durante o governo Lula foi aprovada Lei no Congresso Nacional e sancionada em 2013 no governo Dilma Rousseff, garante a destinação dos recursos do Pré-Sal para a Saúde (25%) e Educação (75%).
http://www.sinprodf.org.br/categoria-adere-a-greve-geral-com-protesto-em-frente-ao-mec/
http://www.sinprodf.org.br/hoje-e-dia-de-greve-geral/
Fotos: Deva Garcia
